De ídolo do Fluminense a jogador fora dos planos no Cruzeiro: o declínio de Fred

Por Wilson Pimentel

Publicado em 16 de julho de 2020, às 13h22

Foi uma tentativa de o coração tomar à frente da razão. Até a camisa 9, que foi utilizada na conquista do Brasileirão de 2010 e 2012, voltou para o atacante. Fred está empolgado com o retorno ao Fluminense. Com um contrato até junho de 2022. O acordo prevê R$ 400 mil por mês, além de bônus por metas atingidas.

As declarações de amor ao torcedor são infinitas. Mas não o problema com o Cruzeiro, com quem tinha contrato até o final deste ano. A diretoria do clube mineiro solicitou à Justiça do Trabalho a reativação do vínculo, especialmente em relação a uma cláusula compensatória de R$ 50 milhões após contestar o processo movido pelo jogador.

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A situação não está resolvida. E isso pode atrapalhar a permanência de Fred no Fluminense. Por um motivo real. O Cruzeiro pretende levar o caso à Fifa. O clube, nesse ínterim, tenta estancar a crise financeira causada pelo ex-presidente Wagner Pires de Sá. Talvez Fred não possa nem ser inscrito no Campeonato Brasileiro, que será disputado em agosto.

A situação é bem mais complexa do que Mário Bittencourt pensava. Segundo pessoas próximas a Fred, o jogador vai provar que não abandonou o Cruzeiro. E o Fluminense promete dar todo apoio jurídico pata garantir a escalação do atacante contra o Grêmio, em Porto Alegre, na primeira rodada do Brasileirão.

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Fred, no entanto, está tranquilo. Afinal, ele tinha ofertas financeiras bem mais vantajosas para defender o Al-Hilal, da Arábia Saudita, Al-Ain, dos Emirados Árabes e Al-Rayyan, do Qatar. A pedido da família, principalmente de sua esposa, retornou ao Fluminense. Abriu mão de fazer o último milhão da carreira pela segurança contratual nas Laranjeiras.

O Camisa 9 está ciente dos problemas financeiros do Fluminense. Mas acredita que Mário Bittencourt é capaz de corrigir os problemas e honrar os compromissos que assumiu com ele. O atacante sabe da grandeza, do que o clube é capaz de fazer, da capacidade contornar os problemas e recuperar jogadores em final de carreira.

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Fred teve atuações abaixo da expectativa contra o Volta Redonda, Macaé e Botafogo pelo Campeonato Carioca. Posteriormente, desfalcou o time diante do Flamengo na final da Taça Rio. Além disso, foi diagnosticado com um problema oftalmológico que vai tirá-lo de combate por tempo indeterminado.

Fred caminha para o final da carreira. Aos 36 anos, não dá sinais de que terá condições de voltar a jogar como antes pelo Fluminense. É inquestionável o seu amor pelo clube. Mas passou da hora de uma reflexão mais profunda sobre o momento certo de parar. Sua imagem está desgastada. Repensar a carreira faria bem ao maior ídolo recente da história do clube.

CURTINHAS:

Eu estava lá e vi de perto o auge de Fred no Fluminense em 2012 (Foto: Nelson Perez /Fluminense)

CAVADINHA: Nas quebradas da Rua Álvaro Chaves, está rolando um disse me disse de que o lateral direito Edílson e o atacante Robinho foram oferecidos ao Fluminense. Uma fonte graúda do departamento de futebol do clube me garantiu que tudo não passa de uma cavadinha.

NÚMEROS: Três jogos e nenhum gol do grande reforço para 2020. O Fluminense sonhou com o grande ídolo de 2010 e 2012, bicampeão brasileiro e três vezes artilheiro. Mas contratou o camisa 9 do Cruzeiro de 2019: rebaixado à Série B, aos 36 anos, com apenas cinco gols no Brasileirão.

REFLEXÃO: Nas Laranjeiras, há quem acredite que todos os problemas do Fluminense serão solucionados com Egídio, Hudson, Nenê, Ganso e Fred. Estou impressionado com a quantidade de terraplanistas tricolores.

NUNCA CORNETEI: O Fluminense aceita devolver o Fred ao Cruzeiro se puder aproveitar o frete e mandar Egídio e Hudson no contrapeso.