Após conquistar o ATP de Cincinnati no último sábado (29), o número um do mundo, Novak Djokovic, causou rebuliço nos bastidores do tênis internacional ao renunciar ao cargo de presidente do conselho de jogadores da Associação de Tenistas Profissionais (ATP) para fundar, com o apoio de outros atletas, a Associação de Jogadores de Tênis Profissional (PTPA).
O movimento de dissidência encabeçado pelo astro foi consumado em uma reunião entre atletas na cidade de Nova Iorque. O sérvio publicou em suas redes sociais sobre a iniciativa: “após a reunião bem-sucedida de hoje, temos o prazer de anunciar o início da Associação de Jogadores de Tênis Profissional (PTPA). A primeira associação única de jogadores no tênis desde 1972 “.
A criação de uma nova associação teve sua primeira semente plantada durante o Aberto da Austrália de 2018, quando Djokovic reclamou uma fatia maior da receita gerada pelo Grand Slam. Desde então, vários atletas reproduziram a insatisfação de “Nole”. A nova associação visa proteger e representar os interesse da classe, e através de um e-mail enviado para diversos jogadores, incitou os demais membros da ATP a repensar o gerenciamento da modalidade.
“Os jogadores de tênis nunca tiveram um sindicato como os esportes coletivos norte-americanos. Cada jogador é considerado um contratante independente. Ao contrário de muitos outros esportes profissionais, o tênis profissional masculino nunca teve um corpo representativo que fosse representado pelos jogadores. O objetivo do PTPA não é substituir a ATP, mas fornecer aos jogadores uma estrutura de autogoverno que seja independente do ATP e responda diretamente às necessidades e preocupações dos jogadores-membros”, dizia o e-mail.
Em contrapartida, a iniciativa enfrenta dura resistência por parte de elementos-chave no circuito da bola amarela. Além da postura de oposição adotada pela ATP, a Federação Internacional de Tênis (ITF), a Associação de Tênis Feminino (WTA) e os quatro torneios de Grand Slam se mostraram fortemente contrários ao movimento.
A oposição ganhou ainda mais representatividade com as declarações dos multicampeões Rafael Nadal e Roger Federer, amplamente considerados os dois maiores tenistas de todos os tempos. Nadal foi o primeiro a se manisfestar sobre o assunto, declarando em seu Twitter que “o mundo vive uma situação difícil e complicada. Eu pessoalmente acredito que estes são tempos para ter calma e trabalhar todos nós juntos na mesma direção. É hora de união, não de separação”.
Federer corroborou com o posicionamento do espanhol, afirmando através de um tweet que “estes são tempos incertos e desafiadores, mas acredito que é fundamental para nós permanecermos unidos como jogadores e como esporte, para abrir o melhor caminho a seguir.”
A ATP divulgou em nota oficial a seguinte mensagem: “reconhecemos os desafios que nossos membros enfrentam nas circunstâncias de hoje, no entanto, acreditamos fortemente que agora é um momento de unidade, em vez de divisão interna”.
