O candidato da chapa “Todos pelo Botafogo”, Alessandro Leite, foi sabatinado, pela nossa equipe de setoristas, na série “O voto no ENM”, no nosso canal do Youtube (Esporte News Mundo) e falou sobre seus projetos para o Glorioso, caso seja eleito presidente do clube.
As eleições para presidente do Botafogo irão ocorrer no dia 24 de novembro, próxima terça-feira, na sede do clube, em General Severiano. Para que os sócios votantes e os próprios torcedores possam conhecer melhor cada candidato, o ESPORTE NEWS MUNDO iniciou hoje uma série de entrevistas com cada um deles.
Atual vice-presidente executivo do clube, Alessandro e seu vice Jorge Magdaleno, primeiro secretário do Conselho Fiscal, compõem a chapa ouro, também conhecida como “Todos pelo Botafogo”, que representou a situação até o grupo político “Mais Botafogo” retirar o apoio à administração de Nelson Mufarrej, no início de outubro.
Confira agora os assuntos mais importantes abordados na entrevista do candidato:
– Existem outros caminhos, além da S/A, para salvar o Botafogo de uma possível falência?
“Eu não vejo a criação da S/A como o único caminho. Talvez seja o caminho menos penoso pra que o Botafogo possa atingir o objetivo que ele pretende, mas tem outros caminhos sim, um pouquinho mais tortuosos, talvez com um pouquinho mais de dificuldades, mas que também chegarão no mesmo objetivo. Nós já temos também um estudo já sendo iniciado de captação de recursos, um pouco parecido com esse projeto, seria através de fdics, temos, também, outros meios de captação de recursos, através de naming rights, enfim, resumidamente falando, a S/A seria, na minha visão, o caminho mais rápido, vamos dizer, mais fácil, mas não seria o único.”
– Qual o planejamento para sanar ou, pelo menos, diminuir as dívidas do Botafogo? O planejamento é de curto, médio ou longo prazo?
“Na verdade, esse planejamento só começa a ser realmente implantado a partir do momento em que você tem total conhecimento daquilo que você vai ter de receitas. Obviamente, a gente tenta ter uma visão mais otimista do quadro e tentar sanar isso a curto prazo, mas dentro do atual cenário, a gente pode perceber que pra que o botafogo consiga sanar todas essas dívidas, isso não vai ocorrer em curto e médio prazo, mas uma coisa a longo prazo e que pode sim ser implementado, desde que se tenha uma austeridade financeira grande, onde se possa sentar com os credores, negociar com eles e principalmente poder honrar os pagamentos. Pra isso, passamos a ter uma questão de ter o conhecimento de quanto teremos de receita, não de previsão, mas de receita efetiva e aquelas receitas, por ventura, acumuladas ao longo do período, que seriam receitas extras, poderiam ser utilizadas, não somente para melhorias de alguns setores do clube, mas também pra amortização dessa divida, e até para que desse um pouco mais de credibilidade do clube. Com o advento da S/A, seria uma preocupação a menos, porque toda essa negociação passaria pra S/A, mas até que isso ocorra, a responsabilidade é daquele que assumir o clube a partir de janeiro. Então, caberá ao futuro presidente renegociar algumas dívidas, buscar receitas, buscar um aporte financeiro que lhe de um suporte suficiente pra que essas dívidas não passem a ser mais um impeditivo para gerir o clube, como vem sendo ultimamente.”
– A campanha do clube é muito ruim no campeonato brasileiro, no pior dos cenários, se o Botafogo cair para a série B, o que fragilizaria mais ainda a situação financeira do clube, a sua chapa teria algum planejamento administrar o clube com as receitas da série B e evitar que a situação do Bota se aproxime do insustentável?
“É uma pergunta complicada, porque era algo que não passava pela cabeça de ninguém que o Botafogo pudesse estar nessa situação no campeonato brasileiro tão cedo. A nossa expectativa era de que o clube poderia não estar “surfando a crista da onda”, mas, pelo menos, tivesse cumprindo ali o seu papel de, vamos dizer, estar entre os doze na tabela, mas, até então, está difícil. Com todo esse cenário, a gente já começou a articular algumas ações nesse sentido, começou a pensar, tendo o pior dos cenários, que seria uma queda pra série B, e isso, obviamente, passaria por uma reformulação completa de quase todo o planejamento que foi feito até agora, mas ainda não temos todo esse planejamento traçado, porém, preferimos, por enquanto, não acreditar que isso irá ocorrer. A gente confia nos nossos atletas, confia na comissão técnica pra que a gente consiga sair dessa situação complicada que estamos na tabela, mas com relação a planejamento, ele já começou a ser feito, mas torno a repetir, prefiro não ter que adotar nenhuma dessas ações por perda do objeto daqui a algumas semanas.”
– O Botafogo tem dois projetos para fazer a transição para a S/A. O projeto 1 seria um aporte de R$ 250 milhões (IMS entraram com R$ 126 milhões e o clube conseguiu captar R$ 54 milhões. Ainda faltam R$ 70 milhões). O projeto 2 já começou a ser tocado, mas o aporte conseguido com os Irmãos não poderá ser usado. Eleito presidente, você vai focar nesse segundo projeto ou tentará voltar à atenção para o primeiro, que já tem um aporte financeiro até significativo?
“Eu não conheço detalhes desse projeto 2. Eu teria que, primeiro, conhecer maiores detalhes, saber como está o andamento dele. O que a gente tem, são notícias muito irrelevantes sobre o que está sendo feito, como está sendo tocado, a única coisa que chegou até agora é que a pessoa que está tocando esse projeto é uma pessoa muito competente, é uma pessoa de mercado, respeitada, e em razão disso, a gente, obviamente, torce para que ele atinja o objetivo o mais rápido possível, mas sem conhecimento efetivo do que está sendo feito nesse projeto número 2, fica um pouco difícil até de eu dar uma resposta objetiva, porque é complicado demais a gente dizer que prefere o “plano A” ou “plano B” quando a gente não tem o conhecimento de um deles. Então, eu precisaria, de fato, ter esse conhecimento de como o projeto está, de quanto já tem apalavrado de recursos, mas caso ele também não esteja próximo de ser concretizado a ideia é a retomada do projeto 1. Que ele possa ser retomado, é um projeto do Laércio, e já tinha boa parte do trabalho feito e, se necessário for, com algumas modificações, pra que também possa chegar ao seu final.”
– Quais são as suas propostas para os esportes olímpicos do Botafogo?
“Recentemente o Botafogo conseguiu montar um grande elenco, montar um bom time que nos deu muitas alegrias, a gente vibrou bastante, a gente se emocionou bastante com o nosso basquete. Trabalho esportivo sensacional, feito pelo Alexandre, pelo Gláucio. Os resultados são incontestáveis, mas, infelizmente, o projeto incentivado, que era destinado ao esporte, ele teve que mudar de destinação e foi pra cultura. Então, não só o basquete, mas também o remo, o vôlei, a natação, enfim, todos os outros esportes que o Botafogo participa, eles também serão alvo de um projeto que envolva a captação de recursos através de projetos incentivados e junto a novos patrocinadores e a um projeto integrado que envolve comunicação, marketing, comercial e o departamento de captação. Então, acredito que não seja algo que a gente consiga trazer pro clube do dia pra noite, não é uma carta que está na manga, mas é algo que já vem sendo trabalhado, já vem sendo desenhado, arquitetado, e começando a ser construído pra que tão logo seja possível a gente já comece a fazer a captação desses recursos e, aí sim, montar elencos e fazer um trabalho sempre com muita responsabilidade financeira. Torno a repetir, o Botafogo não cabe mais que ele gaste mais do que ele receba, embora isso nos traga alegria esportiva, mas o prejuízo financeiro e as consequências disso aí na frente, são irreversíveis.”
– O Botafogo não tem um patrocinador máster há um bom tempo. Então, caso seja eleito, o que irá fazer sobre essa questão?
“Com relação, não só ao patrocinador máster, óbvio que o máster ele é o carro-chefe, é aquele que traz uma carga maior, traz um peso maior, mas, é necessário que o nosso departamento comercial, ele seja, de alguma forma, mais incisivo, mais aguerrido, talvez, na hora de buscar um patrocinador máster. Não criticando o que nós temos hoje, na nossa área comercial, no nosso departamento comercial, mas, eu acho que falta braço, falta uma estrutura capaz de suportar a carga de trabalho que eles estão tendo. Então, talvez, hoje, não vermos os resultados, não é nem culpa de quem lá está, mas sim do excesso e do acumulado de trabalho, acúmulo de afazeres que as pessoas têm e acabam atendendo a toda demanda do clube, e isso dificulta. Então, isso aí passa também pela descentralização do departamento comercial. O departamento comercial que atender ao futebol, ele vai poder ter um tempo e uma dedicação maior pra buscar um bom patrocinador máster, um bom patrocinador pra manga da camisa, pro short, pro meião, enfim, pro estádio, patrocínios que envolvam o estádio, e toda a demanda do futebol, esse departamento ficaria com um pouco mais de facilidade pra trabalhar, um pouco mais de tranquilidade, uma vez que ele visaria apenas a demanda do futebol. Hoje, infelizmente, temos poucas pessoas, boas, mas poucas pessoas e a gente vê que falta braço, tempo. Então, eu acho que com a descentralização a gente consegue atender melhor a demanda, dar uma condição de trabalho melhor, e assim poder cobrar um resultado de uma forma mais justa.”
– Por que você deve ser eleito presidente do Botafogo?
“Nós entendemos, que até pelo conhecimento que a gente já tem dos problemas, pelo o que a gente já vem vivenciando ao longo desses últimos anos, talvez por isso. Por saber o que pode ser, efetivamente, feito pra buscar as soluções mais rápidas e mais eficazes pro clube. Talvez por isso sejamos a melhor opção pra esse pleito. Trabalhamos há algum tempo de forma séria, de forma honrada, não há nada que macule a imagem, tanto minha, quanto do Jorge, que é o candidato a vice. Então entendemos que, por essas razões, nós sejamos a melhor opção nesse pleito.”
A sabatina, na íntegra, você pode acompanhar no nosso canal no Youtube: Esporte News Mundo. Se inscreva e fique por dentro das notícias do mundo do esporte também no Youtube.