Futebol Internacional

Opinião: A criação da Superliga é um crime contra o futebol e tudo que ele representa

Superliga
Foto: David Blundsen via Imago Images

O futebol sofreu um duro golpe com o anúncio da criação da Superliga neste domingo (18). Grandes clubes do cenário europeu se juntaram (12 deles, com mais três podendo se juntar) e conceberam a criação de um campeonato sem mérito, sem descenso, sem hierarquia, sem paixão. É um playground dos milionários gestores que comandam o esporte tão amado mundo afora.

São seis da Inglaterra, três da Espanha e três da Itália. Comandados por Florentino Pérez, presidente do Real Madrid e que também irá presidir a Superliga, instituições gigantescas mancharam suas gloriosas histórias ao fundarem este ato criminoso contra o futebol. E porquê?

Durante mais de 100 anos, os clubes que nos dias de hoje são considerados grandes por convenção moldaram sua história desde sua origem. O ‘esporte bretão’ tem sua gênese nos trabalhadores, nas pessoas mais simples. Os que não jogavam assistiam e torciam. Ao longo do tempo, o bem mais precioso de um time de futebol se tornou sua torcida. E é isso que o futebol representa, além dos resultados, da prática desportiva, das vitórias e das conquistas: paixão.

Não estou aqui para demonizar o dinheiro. Afinal, todos nós sabemos como funciona qualquer coisa que envolva capital. Se for benéfico, por que não? Mas há limites. No sistema hierárquico do futebol pelo mundo, existe toda uma estrutura que preserva o clube como entidade financeira, assim como o seu torcedor. E foi assim que os clubes, hoje grandes e riquíssimos, construíram suas histórias. A Superliga é um soco no estômago de todos que acompanham futebol desde suas raízes. É jogar tudo o que o esporte mais amado do planeta representa na lata do lixo.

Não existe mérito. Não existe descenso. O que existe é ‘somos ricos e podemos fazer o que quisermos’. Os poderosos mandatários que veem no futebol uma máquina de enriquecimento deram um golpe elitista. E as reações mundo afora não foram nada positivas, visto as manifestações de entidades como Fifa e Uefa, que ameaçaram banir os envolvidos de forma severa.

Repito, dinheiro é importante. Mas não é a alma do futebol e nunca foi. Sua alma é a torcida. É quem sofre, quem ama, desde os primórdios. É o jogo justo. E a Superliga foi um duro golpe na essência do esporte mais amado do planeta. É um crime protagonizado por quem, com toda certeza, odeia o futebol.

**Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do Esporte News Mundo.

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