Bahia

‘Prefiro tomar porrada por falta de contratação do que por não ter dinheiro para pagar a conta’, dispara Bellintani, presidente do Bahia, em entrevista para rádio baiana

Lucas Figueiredo / CBF

Em entrevista concedida à rádio Salvador FM, o presidente do Esporte Clube Bahia, Guilherme Bellintani, falou sobre o futuro do clube, renovação, contratações e a volta da torcida aos estádios.

Uma das situações que mais repercutem entre a torcida Tricolor, é sobre a renovação do atacante Gilberto. Ele, que recentemente se tornou o maior goleador do Bahia em campeonatos brasileiros, é o atual artilheiro na atual temporada. Bellintani afirma que está preparado para fazer esforços pela permanência do camisa 9.

‘Sobre Gilberto, manteremos os pés no chão, mas faremos esforços para que ele fique no clube pelos próximos anos. Gilberto é muito carinhoso com o clube, sempre diz que é o clube pelo qual mais jogou, mais fez gols, e acho que isso pode ser determinante para as negociações. Não faremos loucura, mas estamos preparados para fazer esforço pela permanência de Gilberto.’

Bellintani não deixou de comentar sobre as possíveis contratações, principalmente um centroavante, por conta da demora na renovação de Gilberto. Comentou sobre os riscos e a atual situação financeira do Bahia, além de frisar a quantidade de sócios torcedores que está em queda.

‘[Um centroavante cascudo] Estava apalavrado, fechado, redigindo contrato, e em cima da hora não foi possível por uma questão financeira valores que não podiam. Desistimos dessa negociação e passamos a buscar outro atleta. E temos duas negociações muito avançadas. Uma muito próxima e outra com tratativas avançadas. Se não acontecer nada na próxima semana, é porque questões financeiras impediram. Estamos negociando num patamar que conseguimos pagar. Se não conseguirmos, voltamos à estaca zero’

Continuou dizendo ‘Acho que a gente merece mais, pode mais, mas não temos dinheiro. Prefiro tomar porrada por falta de contratação do que por contas que faltam pagar. Teremos contratação ainda no Campeonato Brasileiro, mas com equilíbrio. Antes da pandemia tínhamos 45 mil sócios. Quando ganhamos o título do Nordeste tínhamos 24 mil. Agora temos 18 mil sócios. Vejam que depois do título, perdemos 6 mil sócios. Como é que paga a conta? Será que o torcedor quer um clube que se afunde financeiramente? Um ano com grandes contratações e cinco seis anos de lamentações por não conseguir pagar contas. Não posso fazer contratações como se dinheiro nascesse em árvore. Para mim seria simples sair assinando cheque, mas depois de 5 anos isso estourasse no próximo presidente. A torcida tem que nos ajudar.’

Guilherme, ressaltou que não estava fazendo uma reclamação, mas acredita que poderia fazer mais se os 45 mil sócios ainda existissem. ‘E aqui não é uma reclamação com quem não pode estar em dia por problemas financeiros. Mas poderíamos ter 2 milhões a mais na folha se tivéssemos a mesma quantidade de antes da pandemia. O mesmo torcedor que pede contratação, é o que reclama se não conseguirmos pagar a conta de luz’.

Sobre o retorno da torcida aos estádios, Guilherme afirma que está bastante ansioso, mas informou que o Bahia seguirá o que as autoridades indicarem.

‘A gente sempre tem dito que o Bahia vai seguir o que as autoridades indicarem. Eu estou muito ansioso, quero demais, mas tem que ser no momento adequado para que não gere novos ciclos da pandemia. Assim que autorizarem, estaremos prontos para essa volta.’

OUTROS TRECHOS DA ENTREVISTA

Libertadores ou brigar para não cair?

‘Eu diria que é uma mistura de pés no chão e cabeça nas estrelas. A gente tem noção das limitações, que o elenco precisa de peças, precisamos fazer uma folha 20 ou 30% menor do que no ano passado e ainda assim estamos com um time se mostrando mais competitivo. É possível a gente ter um protagonismo nesse campeonato. O dia a dia no CT é dizer o seguinte: vamos com humildade, mas entendendo que podemos fazer um bom campeonato, melhor do que o que a gente tem feito nos últimos anos’.

Venda do antigo centro de treinamento, o Fazendão

‘Só de juros nós pagamos R $200 mil por mês. Aqueles que defendem que a gente deveria preservar o Fazendão têm que pensar em como o clube vai suportar um juros desse tamanho e manter um patrimônio inutilizado”, declarou, e complementou: “Eu acho inadmissível, após um processo histórico como a gente teve ontem, de venda do Fazendão, um terreno que dá um prejuízo enorme, as pessoas que só querem o retrocesso ficarem inventando que o Bahia pode ter um prejuízo. É uma versão que não condiz com a realidade. Mais de 90% dos conselheiros votaram favoravelmente. Viram e reviram o processo. O vídeo está disponível. Uma transparência que não acontece em nenhum clube do Brasil. Me desculpa, mas a gente precisa estar alinhado a pessoas que queiram o bem do Bahia’.

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