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Em nota, clubes das Séries A e B repudiam os termos da Libra

Foto: Lucas Figueiredo/CBF

A nova liga Libra (Liga Brasileira de Futebol) vem gerando debate nos últimos dias. Seis dos 40 clubes da séries A e B assinaram o documento do estatuto para a nova liga, mas sem consultar os demais.

A discussão está nos percentuais de divisão das receitas. Os oito clubes querem 40% do valor de direito de transmissão repartidos de forma igualitária – 30% de acordo com a perfomance na competição – 30% no quesito engajamento e audiência. “Os termos aceitos em São Paulo por outros 6 clubes perpetuam o abismo que existe hoje, ao manterem a parte igualitária das receitas em 40%, enquanto nos campeonatos mais bem sucedidos este percentual pode chegar a 68% somando todos os direitos domésticos, internacionais e de marketing, caso da Premier League, por exemplo”, destaca o documento.

A reivindicação do grupo que sinaliza pela decisão de não assinar a filiação na Libra é para 50% – 25% e 25%. Vários clubes assinaram a carta de manifestação de insatisfação e publicaram o texto em suas redes sociais alegando não ser aceitável alguns clubes ganhar 6 vezes mais que outros, sendo que nas maiores ligas de futebol do mundo a diferença é de no máximo 3,5, confira:

Para que de fato sejam constituídas sede, estrutura e sociedade empresarial da Liga, são necessárias 12 assinaturas. Porém, para organizar o Campeonato Brasileiro, como é a proposta do estatuto, seria necessário, além de adesão da grande maioria dos 40 clubes das duas divisões, o aval da CBF.

CARTA NA ÍNTEGRA:

A maioria dos clubes de futebol integrantes das séries A e B do Campeonato Brasileiro segue em seu esforço pela criação da Liga de Clubes e, com esse objetivo, se reuniu na tarde desta sexta-feira para discutir os critérios que nortearão, em bases sustentáveis e justas, o equilíbrio de forças no futuro.

Entre os assuntos debatidos, o mais relevante foi a divisão de receitas de forma que contribua de fato para o aprimoramento da competição, tornando menos desiguais as condições de competitividade atuais.

Os termos aceitos em São Paulo por outros 6 clubes perpetuam o abismo que existe hoje, ao manterem a parte igualitária das receitas em 40%, enquanto nos campeonatos mais bem sucedidos este percentual pode chegar a 68% somando todos os direitos domésticos, internacionais e de marketing, caso da Premier League, por exemplo.

Não é aceitável que haja clubes ganhando 6 vezes mais do que outros, enquanto nas melhores Ligas do mundo essa diferença não ultrapassa 3,5 vezes.

Outro ponto a ser aprimorado é a adoção de premissas que não privilegiem pilares de difícil aferição, em especial ao que tange a engajamento. Tais critérios, na visão da maioria dos clubes que participaram da reunião, apenas perpetuam a posição de superioridade de alguns sobre outros, não dando a oportunidade de maior equilíbrio dos campeonatos.

A criação da Liga entre os 40 clubes será a oportunidade de se mudar efetivamente o futebol brasileiro e esse objetivo não pode se subordinar a interesses individuais de alguns, petrificados há décadas na superioridade de recursos. Sabemos que não seria justo buscar igualdade total de receitas, mas sim equanimidade e melhor distribuição.

O futebol brasileiro não avançará sem que haja um consenso entre os 40 clubes das séries A e B de que a justa distribuição de receitas gerará maiores oportunidades na disputa.

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