Futebol Internacional

Guerra contra a UEFA: European Premier League deve ser anunciada nesta semana

Divulgação / UEFA

De acordo com informações apuradas por diversos veículos neste domingo (18), a European Premier League foi confirmada e deve ser anunciada ainda hoje.

Alguns dos maiores e mais ricos clubes da Europa concordaram em seguir adiante com a criação de um campeonato continental paralelo à UEFA Champions League formado apenas pelos chamados “gigantes” do futebol europeu, buscando abastecer a receita nos próximos anos, afetada diretamente pela pandemia.

Conversas estavam sendo realizadas nos últimos meses por diversos clubes após Manchester United e Liverpool terem iniciado os planos buscando concretizar esta ideia. Desde então, formatos de disputa e patrocinadores foram estabelecidos para bancar o projeto.

Fontes afirmaram ao NY Times que doze clubes concordaram e assinaram documentos para serem reconhecidos como “clubes fundadores” do projeto. São seis times da Premier League (big-six), três da Espanha e três da Itália.

De acordo com documentos analisados ​​pelo The Times em janeiro, os planos para a liga separatista ganharam força desde então. Os principais clubes buscaram tirar vantagem da incerteza na indústria do futebol causada pela pandemia para abrir um novo caminho que garantiria um certo grau de estabilidade financeira para eles, mas também quase certamente levaria a uma significativa – e potencialmente devastadora – perda de valor e receita para equipes excluídas do projeto.

Esta nova liga geraria, segundo os documentos, centenas de milhões de dólares em receitas adicionais para as equipes participantes, que já são os clubes mais ricos do esporte. (Uma versão alternativa do plano propunha 15 membros permanentes e cinco vagas de qualificação..

O grupo havia entrado em discussões com o JPMorgan Chase & Co. para levantar financiamento para o projeto, segundo pessoas com conhecimento do assunto, mas a empresa não respondeu aos questionamentos do NY Times.

Cada um dos supostos membros permanentes da superliga proposta estão recebendo a promessa de 350 milhões de euros (cerca de R$2,3 bilhões) para se inscrever, afirmam os documentos.

Times que concordaram em participar no projeto (segundo NY Times)

  • Manchester United
  • Liverpool
  • Manchester City*
  • Tottenham
  • Arsenal
  • Chelsea
  • Tottenham
  • Atlético de Madrid
  • (Espanha 2)
  • (Espanha 3)
  • Milan
  • Juventus
  • (Itália 3)
    *o jornal inglês The Times afirma que o Man.City não participará da liga

Como visto acima, nenhum clube alemão concordou com o projeto. Apesar da recusa inicial, ainda há conversas em andamento com Bayern Munich e Borussia Dortmund.

Na França, o Paris Saint-Germain também foi convidado, mas acabou declinando devido às questões políticas. Nasser al-Khelaifi, presidente do PSG, faz parte do comitê da UEFA e possui 100% de participação no grupo de comunicação beIN, dono dos direitos da UEFA Champions League no Catar.

Na comunidade do futebol, já tivemos reações contrárias à reação desta nova competição. O presidente da LaLiga, Javier Tebas, recentemente eleito representante das Ligas Europeias no comité executivo da UEFA, deixou claro sua rejeição total que este projeto representa para a maioria dos clubes: “Considero isto como a Liga PowerPoint. Estes clubes mostram uma ignorância completa de como a indústria funciona. É claro que nem a UEFA nem as ligas vão aceitar isso.”, afirmou ao jornal Marca.

Reações iniciais da UEFA

Mesmo antes de qualquer anúncio oficial por parte da European Premier League, a UEFA divulgou uma nota oficial na tarde deste domingo (18) em conjunto com as organizações de três das cinco grandes ligas europeias (Premier League, La Liga e Serie A) afirmando que todos os clubes que participarem desta competição paralela serão banidos de suas ligas domésticas.

A nota oficial da UEFA também confirmou o que já havia sido revelado pela imprensa europeia há alguns meses. Jogadores, técnicos e clubes que participarem desta liga estarão banidos do futebol.

“A UEFA, a Federação Inglesa de Futebol e a Premier League, a Real Federação Espanhola de Futebol (RFEF) e a LaLiga, e a Federação Italiana de Futebol (FIGC) e a Lega Serie A descobriram que alguns clubes ingleses, espanhóis e italianos podem estar a planear anunciar a criação de uma superliga fechada.

Se isso acontecer, queremos reiterar que nós – UEFA, FA Inglesa, RFEF, FIGC, Premier League, LaLiga, Lega Serie A, mas também FIFA e todas as nossas associações membros – permaneceremos unidos em nossos esforços para impedir este projeto cínico, que se baseia no interesse de alguns clubes em um momento em que a sociedade precisa mais do que nunca da solidariedade.

Vamos considerar todas as medidas de que dispomos, a todos os níveis, judiciais e desportivos, para evitar que isso aconteça. O futebol é baseado em competições abertas e mérito esportivo; não pode ser de outra maneira.

Conforme anunciado anteriormente pela FIFA e as seis Federações, os clubes em questão serão proibidos de jogar em qualquer outra competição a nível nacional, europeu ou mundial, e seus jogadores poderão ter a oportunidade de representar suas seleções nacionais.

Agradecemos aos clubes de outros países, especialmente os clubes franceses e alemães, que se recusaram a assinar. Apelamos a todos os amantes do futebol, adeptos e políticos, a juntarem-se a nós na luta contra este projeto, caso venha a ser anunciado. Esse interesse pessoal persistente de alguns está acontecendo há muito tempo. Já basta.”

As autoridades da UEFA passaram o fim de semana em discussões sobre maneiras de bloquear o plano, incluindo potencialmente banir as equipes separatistas das ligas nacionais e da Liga dos Campeões da próxima temporada, com a separação programada para começar em 2022.

As repercussões desse tipo de separação seriam sísmicas para todos os envolvidos; sem as principais equipes, a UEFA e as ligas enfrentariam demandas de milhões de dólares em reembolsos das emissoras que pagam bilhões pelos direitos televisivos de torneios, e os clubes perderiam fontes de receita que poderiam prejudicar seus orçamentos, já que o futebol europeu continua a emergir do naufrágio financeiro causado pela pandemia do coronavírus.

Entre as equipes mais notáveis ​​do grupo separatista está a Juventus, campeã italiana em série. Seu presidente, Andrea Agnelli, também lidera a Associação Europeia de Clubes, órgão que reúne mais de 200 clubes das principais divisões, a maioria dos quais ficará de fora da proposta da Superliga. Ele também é membro do conselho executivo da UEFA. Quando questionado pelo The Times este ano para discutir seu papel nas negociações de uma liga separatista, Agnelli descartou a ideia como um “boato”.

Coincidência

Esta notícia acabou sendo divulgada justamente na véspera do conselho da UEFA nesta segunda-feira (19) para anunciar mudanças em relação ao formato da Champions League para o futuro, provavelmente a partir da temporada 2023/2024.

Porém, os líderes do futebol europeu se reuniram ao telefone e em videoconferências no fim de semana para forjar um contra-ataque. No entanto, encontrar uma solução para o potencial de perda das maiores marcas do futebol não é uma tarefa fácil. A Premier League, por exemplo, perderia muito de seu brilho – e quase certamente muito do apelo comercial que a transformou na liga mais rica do futebol – se movesse para banir seus seis melhores times.

De acordo com o jornal L’Équipe, uma reunião de emergência foi acionada pela UEFA neste domingo (18) e novidades poderão surgir nas próximas horas.

As informações foram divulgadas primeiramente pelo jornal The New York Times, sendo confirmada posteriormente pelo jornal espanhol Marca e pelo francês L’Équipe

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