Depois da denúncia feita pela ex-diretora do Náutico, Tatiana Roma, contra o diretor Errisson Mello por assédio sexual, mais duas funcionárias relataram ter sofrido o crime pelo mesmo dirigente, irmão do atual presidente executivo, Edno Melo. Em conversa com o “ge”, as ex-funcionárias disseram que os casos teriam ocorrido há três anos, no primeiro semestre de 2018.
A ex-funcionária que pediu para não ser identificada relatou que em um dos casos, Errisson teria atrelado o pagamento das multas rescisórias e o depósito do FGTS à condição de lhe apresentar a filha.
– Ele pedia para eu ligar determinado dia para saber se tinha dinheiro e quando eu ligava ele continuava com o mesmo assunto, perguntando: ‘Cadê a sua filha?’. Depois que foi feita a transferência, isso se repetiu com o FGTS. As guias estavam prontas e ele disse que só iria fazer o depósito quando eu apresentasse minha filha a ele. Como se eu tivesse a obrigação de oferecer a minha filha. É até vergonhoso falar. Até que deixei de ligar. E pouco mais de seis meses depois, o FGTS foi depositado – declarou ao “ge”.
A ex-funcionária explicou que não procurou ajuda na época, porque pensava que era um caso isolado. No entanto, não era. De acordo com Janire Mello, outra funcionária que também foi ouvida pelo “ge”, tudo começou quando um sócio se desentendeu com ela na secretaria do clube.
– Ele desceu, foi na secretaria e mandou me chamar. Quando cheguei lá, ele já foi gritando comigo, me destratando. Eu disse que se ele tivesse alguma queixa que fizesse a quem tinha me contratado. Aí ele começou a me humilhar, colocando o dedo no meu rosto. Cheguei a pensar que ele iria me bater. Depois disso fiquei nervosa e chorando muito – afirmou ao “ge”.
Depois de passar alguns dias em casa, ela foi impedida de trabalhar dentro da secretaria do clube. Além disso, Janire disse que precisou de acompanhamento psicológico e não denunciou por medo.