A FIFPRO divulgou nesta segunda-feira (19) uma nota oficial condenando a ideia de banir jogadores das seleções por participações na Superliga.
Em janeiro, fontes da FIFA afirmaram à Associated Press que esta seria uma das punições caso os jogadores disputassem uma competição continental não homologada oficialmente. Porém, neste domingo (18), a nota oficial da FIFA foi branda e apenas chamou todos os envolvidos para um diálogo.
Apesar deste posicionamento, a FIFPRO também aproveitou para condenar a criação da Superliga e disse que os jogadores estão sendo deixados em segundo plano, diante da concentração de poder dos dirigentes nos clubes.
A FIFPro (Football Players Worldwide) representa os jogadores de futebol em todo o mundo, principalmente os que atuam no futebol europeu.
Confira abaixo a nota oficial da FIFPro na íntegra:
Essa decisão deixa os jogadores e seus sindicatos com muitas preocupações e questões sobre seu impacto não apenas na estrutura e na identidade cultural do futebol, mas também na prática em suas carreiras. O futebol é construído sobre um patrimônio social e cultural único, o que não só lhe confere uma relação incomparável com seus torcedores, mas também criou o motor para divulgar o futebol profissional como nenhum outro esporte. Para que isso seja sustentado, é fundamental uma cooperação saudável e solidária entre as competições nacionais e internacionais. Uma nova competição minando isso pode causar danos irreparáveis.
É importante notar que a chegada do futebol europeu a este ponto de potencial ruptura é um reflexo de uma governança em que alguns gozaram de poderes desproporcionais e a maioria dos outros, incluindo aqueles que estão no centro do jogo – os jogadores, mas também os torcedores – são amplamente esquecidos.
As ameaças de uma competição separatista e as concessões subsequentes para reformar as competições europeias de futebol moldaram o processo de tomada de decisões durante anos. Essa dinâmica substituiu discussões transparentes e inclusivas sobre as oportunidades de reformas competitivas para todos os jogadores, torcedores, clubes, ligas e federações.
Os jogadores continuam a ser usados como alvos e alavancagem nessas negociações. Isso é inaceitável para a FIFPRO, nossas 64 associações nacionais de jogadores e os 60.000 jogadores que representamos. Iremos nos opor veementemente a medidas de qualquer um dos lados que impeçam os direitos dos jogadores, como a exclusão de suas seleções.
No melhor interesse dos jogadores e de toda a indústria, estamos comprometidos em trabalhar com todas as partes interessadas para tomar decisões que apoiem todos os níveis do jogo e reparem suas falhas existentes.”
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