Futebol Internacional

Fornecedora do gramado diz que não trabalhará com a Fifa na Copa de 2022 como forma de boicote

Taça da Copa do mundo sobre o gramado. Foto: Reprodução/Twitter FIFA World Cup

A empresa holandesa “Hendriks Graszoden”, responsável por fornecer o gramado de diversas competições ao redor do mundo, afirmou que não pretende trabalhar com a Fifa para a Copa do Mundo de 2022.

A companhia afirma que as violação dos direitos humanos que acontecem nas construções dos estádios no Catar é o principal motivo para que promova esse “boicote” à competição. “Nossa decisão de desistir é certamente uma perda para a empresa. Mas às vezes você precisa tomar uma decisão por motivos éticos”, disse um porta-voz da empresa, que não quis ser identificado, ao site holandês 1Limburg.

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A “Hendriks Graszoden” forneceu a grama para a Copa do Mundo na Alemanha, em 2006 e para as Euros na Suíça, em 2008, e na França, 2016. De acordo com o porta-voz, a empresa foi procurada pela Fifa para que estivesse presente em 2022, mas preferiu não fazer parte do torneio.

ESCÂNDALO

No final de fevereiro, o jornal britânico “The Guardian” publicou uma reportagem na qual revelou que mais de 6,5 mil trabalhadores imigrantes morreram na preparação da Copa do Mundo no Catar.

Dados oficiais dessas nações mostraram que 5.927 trabalhadores morreram em território catari entre 2011 e 2020. A embaixada paquistanesa no país sede da Copa revelou, separadamente, a morte de 824 operários.

Trabalhador na obra do Estádio Nacional Lusail, uma das sedes da Copa de 2022. Foto: Francois Nel/Getty Images.

O escândalo revelado pelo jornal também mostra que as mortes são categorizadas em sua maioria, cerca de 80%, como “causas naturais” pelo governo do Catar dentre os trabalhadores imigrantes. Acidentes de trânsito representam 12%, acidentes de trabalho 7% e suicídio também 7%.

O comitê de organização da Copa lamentou as mortes ocorridas durante as obras no país, dizendo que “investigou cada incidente, manteve a transparência e questiona os números imprecisos dos trabalhadores mortos”. O porta-voz da Fifa afirmou que a entidade está comprometida em proteger o direito de quem trabalha diretamente nos projetos da federação.

BOICOTES

O clube norueguês, Tromsø IL, publicou uma carta aberta em seu site na qual pediu para que a federação nacional promovesse um boicote à Copa do Mundo de 2022.

Na mensagem, o time diz que, por muito tempo, tentou dialogar e criticar as condições de trabalho nas construções dos estádios do Mundial, que envolvem mortes e escravidão moderna.

Outros clubes mais tradicionais do país, como o Strømsgodset IF e o Viking FK, se juntaram à causa e passaram a apoiar o boicote da seleção norueguesa.

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