Mal o futebol italiano ainda tenta se recuperar da perda de Siniša Mihajlović e o mundo ainda está em comoção pela morte de Pelé, ambas ocorridas no último mês de dezembro, a terra da bota perde mais um grande nome de sua gloriosa história na primeira semana de 2023. Nesta sexta-feira (6), morreu Gianluca Vialli, ex-atacante da Seleção da Itália e de diversos clubes, aos 58 anos. Principal auxiliar do técnico Roberto Mancini na Squadra Azzurra até o último mês de dezembro, Vialli se ausentou das funções para seguir o tratamento de um câncer no pâncreas, mas não resistiu. Diagnosticado inicialmente em 2017, o ex-jogador chegou a dizer que estava curado em 2020, mas a doença retornou um ano depois.
Nascido em Cremona, norte da Itália, Vialli cresceu nas categorias de base da Cremonese e passou a integrar o elenco principal dos grigiorossi em 1980. Quatro anos depois, foi negociado junto à Sampdoria, quando começou a se destacar e ser parte fundamental de um dos períodos mais vitoriosos da história do clube genovês. Em 1992, a Juventus o contratou e seguiu como importante jogador da Velha Senhora ao participar de conquistas lembradas até hoje. Em 1996, teve sua única experiência fora da Itália ao jogar no Chelsea, onde encerrou sua carreira em 2000. Além dos clubes, foi convocado para atuar na seleção entre 1985 e 1992. Participou de duas Copas do Mundo e uma Euro. Ao todo, foram 732 jogos, com 275 gols e 47 assistências.
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Em campo, conquistou pela Sampdoria três títulos da Coppa Italia (1985, 1988 e 1989), uma Serie A (1990), uma Supercoppa Italiana (1991) e uma Recopa Europeia (1990). Na Juventus, venceu uma Serie A, uma Coppa Italia e uma Supercoppa em 1995, além de uma Uefa Europa League em 1993 e a Uefa Champions League em 1996. No Chelsea, venceu a Copa da Liga (EFL Cup), a Recopa Europeia e a Supercopa da Uefa em 1998, além de uma FA Cup (Copa da Inglaterra) e uma Community Shield (Supercopa da Inglaterra) em 2000. Pela Seleção da Itália, foi semifinalista na Euro 1988 e na Copa 1990. Individualmente, foi artilheiro da Euro Sub-21 em 1986, da Coppa Italia 1988-89, da Recopa Europeia 1989-1990 e da Serie A em 1990-91. Além disso, foi condecorado em 1991 com a Ordem do Mérito da República Italiana, esteve na Seleção da Eurocopa em 1988, foi escolhido o melhor jogador do mundo pela revista britânica World Soccer em 1995, está no Hall da Fama do Futebol Italiano desde 2015 e recebeu o Prêmio Internacional Giacomo Facchetti em 2018.
Além da belíssima e vitoriosa carreira nos gramados, Vialli participou de conquistas importantes à beira das quatro linhas. Sua jornada como treinador foi curta, com duas temporadas no Chelsea e mais duas no Watford. Após praticamente duas décadas de hiato, foi convidado pelo ex-companheiro de Sampdoria e amigo Roberto Mancini para ser auxiliar da Azzurra. Em 2021, chefiou a delegação que conquistou a Euro ao vencer a Inglaterra nos pênaltis. No último dia 14 de dezembro, o ex-atacante se licenciou das funções na seleção para se dedicar exclusivamente ao tratamento contra a doença.