O dia 16 de agosto de 2006 jamais vai sair da cabeça do torcedor colorado. Há 14 anos, numa noite fria de Porto Alegre, o Internacional empatou contra o São Paulo por 2 a 2 e conquistou a sua primeira Libertadores da América.
Quisesse os deuses do futebol que a primeira conquista fosse em cima do Tricolor paulista, que era o atual campeão da América e do Mundo. Parada dificílima? Sim, mas não para quem tinha Rafael Sobis. E essa história começou a ser escrita no dia 9 de agosto, uma semana antes, no Morumbi, para mais de 70 mil pessoas.
“O menino de Erechim, cara de gaúcho, pinta de gaúcho, roupa de gaúcho”, como descreveu Pedro Ernesto Denardim, narrador da “Rádio Gaúcha”, no segundo gol marcado por Sobis, destruiu com o São Paulo e silenciou o Cícero Pompeu de Toledo. Dois gols no segundo tempo e título encaminhado após vitória por 2 a 1 – Edcarlos diminuiu.
Na volta, com mais de 50 mil pessoas no Beira-Rio, o Colorado sofreu até o final, mas conseguiu segurar o empate por 2 a 2 e se sagrar campeão. Fernandão e Tinga, que foi expulso na comemoração, fizeram os gols dos gaúchos; Fabão e Lenílson empataram para os paulistas.
CAMPANHA COLORADA
Após ser vice-campeão nacional em 2005, no Brasileirão que é polêmico até hoje pela anulação dos 11 jogos e o pênalti claro não marcado por Márcio Rezende de Freitas de Fábio Costa em cima de Tinga, o Inter chegava sem favoritismo para buscar a conquista da primeira Libertadores.
Ao longo da primeira fase e das oitavas de final, a equipe comandada por Abel Braga foi ganhando corpo e confiança para sonhar com a taça. Vitórias importantes fora de casa contra Pumas, do México, e Nacional, do Uruguai. Depois, LDU, do Equador, Libertad, do Paraguai, e São Paulo não foram páreo para a Academia do Povo.
A campanha vencedora teve 14 jogos, com oito vitórias, cinco empates e apenas uma derrota. Foram 24 gols marcados e 10 gols sofridos. Aproveitamento de 69%. Fernandão foi o artilheiro da competição com cinco gols.
A conquista só foi possível com a segurança de Clemer no gol, a zaga intransponível de Bolívar e Fabiano Eller, as canhotinhas de Jorge Wagner e Alex, a garra de Tinga no meio-campo, a inteligência de Fernandão, o talismã Rentería, o oportunismo do menino Rafael Sobis e o jeito paizão de Abel Braga. Além, é claro, do fator Beira-Rio, que foi transformado pelos torcedores colorados em um inferno para os adversários.
Fase de grupos:
- Maracaibo-VEN 1 x 1 Inter (Gols: Maldonado [M]; Ceará [I])
- Inter 3 x 0 Nacional-URU (Gols: Michel, Fernandão e Rubens Cardoso [I])
- Pumas-MEX 1 x 2 Inter (Gols: López [P]; Rentería e Fernandão [I])
- Inter 3 x 2 Pumas-MEX (Gols: Michel, Fernandão e Adriano Gabiru [I]; Galindo e Botero [P])
- Nacional-URU 0 x 0 Inter
- Inter 4 x 0 Maracaibo-VEN (Gols: Adriano Gabiru, Bolívar, Michel e Rentería [I])
Oitavas de final:
- Nacional-URU 1 x 2 Inter (Gols: Vanzini [N]; Jorge Wagner e Rentería [I])
- Inter 0 x 0 Nacional-URU
Quartas de final:
- LDU-EQU 2 x 1 Inter (Gols: Delgado e Graziani [L]; Jorge Wagner [I])
- Inter 2 x 0 LDU-EQU (Gols: Rafael Sobis e Rentería [I])
Semifinal:
- Libertad-PAR 0 x 0 Inter
- Inter 2 x 0 Libertad-PAR (Gols: Alex e Fernandão [I])
Final:
- São Paulo 1 x 2 Inter (Gols: Edcarlos [SP]; Rafael Sóbis, duas vezes [I])
- Inter 2 x 2 São Paulo (Gols: Fernandão e Tinga [I]; Fabão e Lenílson [SP])
GRUPO CAMPEÃO
- Goleiros: Clemer, Marcelo Boek e Renan
- Laterais: Élder Granja, Ceará, Jorge Wagner e Rubens Cardoso
- Zagueiros: Bolívar, Índio, Fabiano Eller e Ediglê
- Meio-campistas: Edinho, Fabinho, Wellington Monteiro, Perdigão, Tinga, Alex, Michel e Adriano Gabiru e Márcio Mossoró
- Atacantes: Fernandão, Rafael Sobis, Iarley, Rentería e Léo
- Técnico: Abel Braga
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