O brasileiro Luiz Francisco, o Luizinho, 3º colocado do ranking mundial de skate park, quase conseguiu subir ao pódio junto com o compatriota Pedro Barros, que ficou com a medalha de prata, no skate park masculino. Na última volta da competição, o jovem de 21 anos precisava de um 84.14 para assumir o 3º lugar. Ele completou sua linha e a nota chegou perto, mas não foi suficiente: ele tirou 83.14 na avaliação dos juízes.
Em entrevista ao globoesporte.com, o skatista contestou a nota, mas disse respeitar a decisão dos jurados.
– Minha última volta foi igual à da eliminatória, até melhor, que dei um 540° no fundo, então consegui colocar mais uma manobra e pontuação foi menor. Não entendi, né? Esperava que fosse maior a pontuação, porém não é (culpa) deles, da última vez a gente fez o protesto, viralizou e tudo mais, e continua sendo deles, então a gente tem que respeitar, erguer a cabeça e tentar ir para o próximo. Paris 2024 está aí logo, logo, só três aninhos e a gente continua nessa busca.
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Em sua última tentativa, Luizinho repetiu a volta que lhe deu a liderança na eliminatória, com 84.31, 17 décimos a mais do que ele precisava para ser bronze. Ele fez uma boa volta e colocou uma manobra a mais, porém na sua última manobra, um 540º air, acabou colocando a mão no chão na finalização, além de ter feito uma linha com menos velocidade.
Em relação a nota do 3º colocado, o norte-americano Cory Juneau, o brasileiro evita comparações.
– Melhor que a dele, não sei, o skate é muito subjetivo para falar “a minha foi melhor que a dele”. Achei que minha pontuação seria mais alta pelo meu rolê, não digo em comparação com a dele. Achei que vir de uma eliminatória com 84, fazer a mesma, até melhorar, e tirei 83? Na minha cabeça ficou estranho. Posso rever o vídeo depois, posso mudar de opinião, porém, momentaneamente, com a primeira impressão que tenho, é que seria maior.
Vindo de uma sequência de cirurgias, Luiz Francisco participou da competição com diversas proteções para evitar que o ombro voltasse a se deslocar e nas eliminatórias confessou que o sentimento foi de superação, não só por chegar na final, mas por poder competir.
– Eu falei: ‘Vovô (Edgard Vovô, técnico da Seleção de Skate Park), consegui, cara’. Essa foi a parte mais emocionante, eu tava muito aflito com medo, muita gente não sabe, eu tenho uma cirurgia no ombro e voltou a deslocar. Então toda vez que eu faço um movimento muito brusco pra trás ele sai, no momento tem um monte de amarração nele, pra ele não sair. Conseguir terminar essas duas voltas foi uma superação também, não foi só chegar até a final, foi a superação.
Se ficou alguma frustração por não chegar ao pódio? Para Luizinho nenhuma
– Ah, cara, vou ficar frustrado? Não tem nem por quê, não tem mais nem o que fazer também, vou ter agora que buscar melhorar minha condição física. Estou realmente mal, uma hora opera isso, outra hora opera aquilo, e continuei me machucando essa semana, desloquei meu ombro três vezes, andei todo amarrado e acho que foi uma superação já ter chegado na final. Cheguei aqui como um dos favoritos, porém, minha condição física não me deixou buscar mais porque minha cabeça ficou muito abalada. Porém, fazer parte da final, chorei com o Vovô conversando, com o Alisson que é o fisioterapeuta, chorei com o Duda presidente, porque foi uma superação estar na final. Consegui fazer o meu melhor.