A temporada de estreia de Nikita Mazepin está longe de ser boa. Antes mesmo de começar na categoria, as redes sociais pediam à Haas, sua equipe atual, que rompesse seu contrato após um vídeo onde o piloto assediou sexualmente uma mulher dentro de um carro. Nas pistas, foi marcado por giros, brigas tidas como desleais com outros pilotos, e uma competição com seu próprio companheiro de equipe, Mick Schumacher.
O número 9 do grid atualmente é o 21º colocado, de um grid de 20 pilotos. Isso porque Robert Kubica pilotou pela Alfa Romeo durante dois fins de semana, e assim, ficou a frente de Mazepin, mesmo sem marcar pontos. No entanto, o desempenho ruim da Haas era esperado, já que a equipe optou por guardar seus investimentos para a temporada de 2022, com novos carros na categoria e regras de financiamento.
Ainda assim, Mazepin tem expectativas de conseguir ajudar a Haas a progredir, ao ponto de receber ofertas de ‘equipes melhores’, já que esse é o carro mais ‘desafiador’ que já pilotou:
— Meu atual carro é um dos mais desafiadores que já pilotei em minha carreira até agora. Se você não desenvolve um carro que não é bom no início, só fica mais difícil. Com meus testes iniciais na Mercedes, eu sei como um carro de Fórmula 1 pode ser bom. Eu aprendi algumas coisas com isso e agora posso aplicar na Haas. […] Espero que eu consiga ajudar a deixar o time melhor. E talvez um dia eu receberei uma oferta de uma equipe melhor.
Sobre a briga interna com Mick Schumacher, Mazepin relevou a competição entre ele e o piloto alemão, apesar de, recorrentemente, fazer manobras arriscadas com seu companheiro. Nas corridas de Baku, no Azerbaijão, Zandvoort, nos Países Baixos, e em Monza, na Itália, os dois se estranharam na pista, inclusive chegando a fazer contato na última, com o russo girando Mick:
— [A relação com Mick] É como uma família, algumas vezes as coisas vão bem, outras não. Eu não lembro de termos tantos problemas quando estávamos no kart. Na época tinha alguns toques, mas nada demais. Infelizmente, as diferenças são pequenas entre a 19ª e a 20ª posição. Então você tem que tentar celebrar pequenas vitórias em duelos diretos para tentar se motivar.
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Ainda sobre sua competição pessoal com Schumacher, o russo acredita que, se a equipe estivesse melhor, ao ponto de brigar contra outras equipes, isso não aconteceria:
— Isso com certeza deixaria as coisas mais fáceis. Nós poderíamos nos juntar e atacar nossos adversários juntos. Mas nós definitivamente não podemos perder a motivação e desistir agora. A equipe precisa de dois pilotos que dão tudo de si na pista todas as vezes, independente da posição.
Mick e Nikita já competiram entre si há pouco tempo, quando pilotavam na Fórmula 2. Ao fim da temporada, Schumacher foi campeão pela PREMA, e Mazepin foi o quinto, atrás de Callum Ilott, Yuki Tsunoda e seu compatriota, Robert Schwartzmann. Hoje, são a expectativa de evolução do chefe de equipe da Haas, Günther Steiner, para os próximos ano, que junto à equipe, escolheu ambos pela juventude, mas também pelo apoio financeiro. Schumacher levou junto consigo a empresa alemã 1&1, enquanto o russo levou o aporte financeiro do pai, Dmitry Arkadievich Mazepin.
Quanto às expectativas de vaga em equipes melhores para Mazepin, o cenário não deve ser animador para o número 9. Além de vários jovens chamando a atenção no grid, como Russell (já acertado com a Mercedes), Leclerc na Ferrari, Norris na McLaren, Max lutando pelo título na Red Bull; Guanyu Zhou, atual segundo colocado na Fórmula 2, pode levar o interesse financeiro chinês ao grid, e ainda há o líder do campeonato, Oscar Piastri, que se for campeão não poderá continuar na F2.
A próxima tentativa de Mazepin, e da Haas, de marcarem seus primeiros pontos (ou tentar acabar a frente de Mick) é no México. A etapa começa no dia 5 de novembro, sexta-feira, às 14h30. A classificação, sessão que o russo só bateu o companheiro três vezes, é no sábado, 6, às 17h. A corrida, no domingo, 7, tem largada programada às 16h.