A corrida deste domingo em Sahkir foi a definição completa do ano de 2020: imprevisível e surpreendente. Na noite em que a Mercedes cometeu, de longe, a pior falha na temporada, o mexicano Sergio Pérez viu a redenção chegar após deixar a corrida no Bahrein restando três voltas para o fim. Do outro lado, George Russell, na pantera negra de Lewis Hamilton, viu a vitória escapar pelos dedos por conta de um furo no pneu traseiro.
“Bom demais para ser verdade”
George Russell vivia o dia dos sonhos. A largada perfeita, a administração de pneus de forma consistente e a diferença considerável de tempo para o companheiro provisório, Valtteri Bottas, chegando a abrir três segundos para o carro de número 77.
Mas, como o próprio inglês definiu na entrevista pós-corrida, estava tudo “bom demais para ser verdade”. Na volta 61, o substituto de Russell na Williams, Aitken bateu na mureta, perdeu a asa dianteira e ocasionou o safety car. E foi aí que a corrida, praticamente vencida por Russell, virou de cabeça para baixo.
A Mercedes chamou os pilotos para uma parada dupla, mas acabou se complicando de forma contundente. George que fez as trocas primeiro, saiu do pit lane com pneus de Valtteri Bottas. O erro, fez com que Russell precisasse retornar aos boxes uma volta depois de ter trocado os compostos.
Logo atrás, Bottas sofreu com um fogo nos freios dianteiros que impedia a troca do pneu direito, atrasando o pit consideravelmente. Com os erros, a dupla da Mercedes retornou à pista em oitavo e nono lugar. Mas Russell estava disposto a recuperar a primeira colocação.
E o inglês foi atrás do P1 ultrapassando o finlandês em uma bela manobra, fazendo Lance Stroll e Esteban Ocon de vítimas na sequência. Quando o piloto 63 se aproximava cada vez mais do líder, Sergio Pérez, Russell informou no rádio que havia um furo no pneu, precisando assim, retornar aos boxes, perdendo de vez a chance de uma vitória.
A redenção mexicana
Na contra mão de Russell, Sergio Pérez viu, o que poderia ser uma corrida perdida, se tornar na maior glória da carreira.
O mexicano sofreu um toque de Charles Leclerc logo no início da corrida e em decorrência, foi preciso fazer uma parada forçada logo na volta número 1. Com a troca, Pérez caiu para a décima oitava colocação e partiu para uma prova de recuperação.
A briga particular entre Carlos Sainz e Daniel Ricciardo foi potencialmente favorável a Pérez. Enquanto acontecia uma briga de estratégia entre McLaren e Renault, o mexicano seguia ganhando posições.
Quando o safety car causado por Aitken entrou na pista, Sainz e Daniel seguiram aos boxes para uma terceira troca de pneus e o caos se instalou na Mercedes, Sergio agarrou a oportunidade. O piloto da Racing Point, já com duas paradas feitas, não se arriscou e seguiu na pista.
Após ver Russell cada vez mais perto no retrovisor, Sergio Pérez enfim relaxou ao perceber que a Mercedes 63 tinha um problema e que Esteban Ocon – em uma grande corrida pautada por uma estratégia certeira da Renault – ocupava a posição do inglês a uma distância tranquila de mais de cinco segundos de diferença.
A Fórmula 1 volta no próximo domingo para cumprir a última etapa do calendário 2020. A tradicional corrida de encerramento em Abu Dhabi acontece às 10h10 (de Brasília).
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