O Internacional já tem um novo treinador, e ele não é brasileiro. Apresentado de forma oficial, na última sexta-feira (05), Miguel Ángel Ramírez tratou de comentar alguns assuntos delicados sobre preconceitos em volta do trabalho por ele desenvolvido. Além da questão da idade, tendo apenas 36 anos, o comandante, que é original da Espanha, debateu sobre a xenofobia, após reclamações nas redes sociais, através de um exemplo próprio.
– Eu vivo em uma ilha muito próxima da África. E todos os dias chegam imigrantes buscando uma vida melhor. Existem muitas pessoas que creem ser donas do território e rechaçam os que entram. É como se nascer nessa ilha os fizessem superiores a quem entra. Eu tive a sorte de ser imigrante também e ser acolhido nos países em que estive. Não me considero de nenhum território, sou cidadão do mundo – destacou Miguel Ángel Ramírez.
Todavia, o novo comandante colorado reconheceu que é preciso respeitar as culturas locais. Mesmo assim, Miguel Ángel Ramírez sabe que os ataques xenofóbicos partem de uma minoria, e não são a voz da população em geral.
– Tentei me inteirar dos costumes daquela região. No Qatar aprendi árabe e tentava agir como eles, comer as mesmas coisas e me comportar conforme a cultura e religião local. Fiz o mesmo no Equador e não vai ser diferente aqui. Sempre haverá pessoas que não querem um estrangeiro em território que se acham donas. Mas são poucos, se comparados com a grande maioria que convive com estrangeiros buscando um futuro melhor – concluiu, sobre o tema xenofobia, Miguel Ángel Ramírez, treinador espanhol que chegou para comandar o Internacional.
Miguel Ángel Ramírez discorda que é “inexperiente”
Outro preconceito, também debatido por Miguel Ángel Ramírez, foi a questão da idade. Com 36 anos, o treinador trabalhou, profissionalmente, apenas no Independiente Del Valle, antes de chegar no Internacional. Todavia, o comandante rechaçou qualquer preocupação com isso e rebateu, usando casos de atletas como exemplo.
– Esse pensamento (de ser inexperiente) é limitante. Isso resulta em falta de coragem para que Lucas Ribeiro não jogue, Pedro Henrique não jogue, Nonato não jogue ou Praxedes não jogue. Afinal, eles não têm experiência, como vão atuar? Esse pensamento é limitado e resulta nos jovens não indo a campo. Com os treinadores não é diferente – disse em tom mais ríspido Miguel Ángel Ramírez, novo técnico do Internacional, mas que ainda não tem uma data prevista para estrear.
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