O Sport voltou à Série A com vitória. O 3×2 em cima do Ceará, na noite deste sábado, na Ilha do Retiro, mostrou uma equipe baseada em uma proposta de jogo reativa. Postada na defesa, marcando a partir da linha média em grande parte do tempo, e saindo em velocidade ao retomar a bola. Não foi só isso. Outros detalhes das duas equipes foram importantes para o resultado, mas em resumo é um indício daquilo que fará o Leão ser competitivo.
Daniel Paulista fez algumas mexidas no time-base que vinha escalando. Betinho, Élton e Marquinhos ganharam espaço entre os titulares. Barcia foi o desfalque. Ronaldo Henrique e Hernane Brocador iniciaram no banco de reservas. No Ceará, Klaus voltou à zaga. Vina e Leandro Carvalho foram os desfalques. Rafael Sóbis e Mateus Gonçalves entraram no time.
A opção de jogar no contra-ataque ficou bem nítida desde os primeiros minutos na postura do Sport. O bloco de marcação raramente fazia movimentos de pressão na saída do Ceará. Geralmente deixava os zagueiros alvinegros trocarem passes entre si, mas se algum adversário tentava acessar o campo de defesa do rubro-negro, a pressão na bola se intensificava.
Ponto positivo para o posicionamento da equipe e a referência de sempre os jogadores defenderem a sua zona, sem promover perseguições a atletas oponentes fora do setor, o que deixava os espaços sempre bem ocupados e as coberturas próximas. Ao retomar a bola, a ideia era acionar rapidamente Rafael e Marquinhos. Os laterais também se desgarravam com velocidade.
Quando não era possível imprimir velocidade, Jonatan Gómez e Élton se aproximavam pelo centro e mantinham a posse, seguravam a bola para esperar a chegada do restante da equipe. Nesse aspecto, Élton acrescenta mais que Hernane. É mais técnico para se associar com os companheiros e sabe jogar de costas com eficiência. O centroavante foi o melhor em campo. Não só pelos dois gols, mas por este papel bem feito.
A bola parada aérea ofensiva também foi uma arma. Sander, outro que fez um bom jogo, lançou boas faltas na área. O time precisa melhorar em fase ofensiva, já que nem sempre sairá na frente no placar como ocorreu, e também sair rapidamente das pressões pós-perda do time adversário. Sofreu com isso e inclusive levou um gol desta forma no 1º tempo.
Realidade do jogo foi um alerta para o Ceará
Você leu aqui neste espaço que o Vozão se sente mais confortável quando o adversário toma a iniciativa de atacar e deixa espaços. A partida deste sábado não foi exatamente assim. O alvinegro, por ter um time mais qualificado e pela postura do Sport, precisou tentar criar os espaços contra uma defesa fechada. E aí reside o problema!
O time não tem tantos mecanismos coletivos para promover a interação entre os jogadores no campo de ataque e em espaços curtos. Tem uma boa bola direta para Cléber ganhar pelo alto, mas a utilizou pouco. No mais, tentou algumas trocas de posição entre Fabinho e Fernando Sobral pela direita, mas foi bem pouco para ser perigoso.
O volante infiltrava e o ponta centralizava para tentar atrair a marcação do lateral adversário, mas Sander reagia bem ao defender sua zona. Samuel Xavier era a melhor alternativa quando lançado pela direita. As chances foram criadas quando havia a possibilidade de um contra-ataque ou quando ganhava a ”segunda bola” após uma ligação direta inicial.
O Vozão teve uma boa pressão pós-perda no campo de ataque. Marcou seus dois gols desta forma. Reagia rápido ao ser desarmado. Mas não repetiu o bom desempenho defensivo de sua última linha. Klaus e Bruno Pacheco falharam individualmente em gols do Sport. Destaque para Cléber. Mais uma vez bem dentro daquilo que pode oferecer ao time, ainda marcou um gol.
Fernando Sobral, Mateus Gonçalves, Luiz Otávio, Vitor Jacaré, Lima e Charles também apresentaram um bom nível. Rafael Sóbis esteve muito lento atuando como meia-central, ajudou a travar a circulação de bola da equipe. No 2º tempo, após um início melhor do que a 1ª etapa na parte ofensiva, o Vozão acabou não tendo forças para buscar o empate.