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Olimpia x Fluminense: as únicas semelhanças entre 2022 e 2023 são a vantagem e o estádio

O Fluminense que voltará ao Defensores Del Chaco após eliminação ano passado é outro, e muitas diferenças podem ser enumeradas para as quartas de final

Foto: Marina Garcia/Fluminense FC

O Fluminense que voltará ao Defensores Del Chaco após eliminação ano passado é outro, e muitas diferenças podem ser enumeradas para as quartas de final

No início da temporada de 2022, o Fluminense, comandado pelo técnico multicampeão Abel Braga, teve o Olimpia, também adversário deste ano, nas fases pré-eliminatórias da Libertadores. O fim negativo do capítulo citado é recente na memória do clube e servirá como lição para a decisão da próxima quinta-feira.

Para 2023, é possível listar argumentos que aumentem a confiança dos torcedores tricolores em um resultado diferente no místico estádio Defensores Del Chaco, no Paraguai.

Tempo de trabalho

O time atual, em sua base, vem jogando junto há mais de um ano, e a maioria dos jogadores se conhecem na “ponta do pé”. Fernando Diniz é o terceiro treinador mais longevo do Fluminense em sua segunda passagem, e consegue implementar sua filosofia de jogo e seu modo de pensar desde que assumiu o comando, em Maio de 2022.

Para efeito de comparação, enquanto Diniz está há mais de uma temporada no cargo, Abel Braga teve apenas três meses para montar uma formação ideal para conquistar a classificação para a fase de grupos da Libertadores do ano passado, e com tão pouco tempo, chegou ao segundo jogo da decisão com mexidas na equipe titular, alterando o esqueleto do time, mesmo que essas fizessem sentido na época.

Fernando Diniz também se permite fazer mudanças em esquemas e peças, a questão é justamente o entrosamento. O técnico entende, muito por estar há um bom tempo no cargo, as características individuais dos atletas, para que assim possam desempenhar atuações coletivas com uma conexão mais visível, um dos principais pontos do estilo de jogo de Diniz.

Jogadores mais cascudos de clube

Nesse ponto, não entro no mérito de experiência no futebol, num geral, mas sim em casca de Fluminense, tempo de casa e entendimento de rotina e necessidades do clube. Em exemplo, pode-se citar os momentos vividos por Felipe Melo, que hoje é o titular da zaga ao lado de Nino, e vem passando segurança no setor, tendo um conhecimento maior do que significa a Libertadores e o tamanho da obsessão do tricolor pela Glória Eterna.

+ Maneiras do Fluminense sair com um resultado favorável no Defensores del Chaco e avançar na Libertadores

Fábio, Felipe Melo, Nino, André, Arias e Cano; todos titulares na partida que sacramentou a eliminação do Fluminense na pré-Libertadores de 2022. Jhon Arias, por exemplo, ainda era uma incógnita no elenco, não havia conseguido desempenhar em 2021 e era muito mais uma aposta que uma certeza para um jogo tão decisivo.

É aí que entram as diferenças. Hoje, Germán Cano já é reconhecido como o jogador com mais gols no mundo em duas temporadas seguidas pelo Fluminense. Nino, capitão, mais experiente, forte mentalmente e seguro para jogos desse peso. Fábio, que chegou já com 41 anos no clube, chega para a decisão como o atleta mais importante do tricolor na temporada para muitos.

Qualidade de elenco

Willian Bigode, Gabriel Teixeira, Pineida e Luccas Claro; essas foram as peças que entraram em campo no segundo tempo do jogo em Assunção no ano passado. É visível a diferença de trato, segurança e esperança que jogadores reservas hoje no clube passam, a exemplo de Leo Fernandéz, Alexsander, Martinelli, John Kennedy, Marlon, entre outros.

São jogadores com características diferentes, que oferecem oportunidades de mudanças de jogo sempre que entram. Além disso, há diferenças também no time titular. No momento atual, podemos destacar dois jogadores fundamentais que diferenciam os times entre os confrontos; Ganso e Keno. O primeiro reflete a calma e a tranquilidade necessária para cadenciar jogos tensos, dominar bolas difíceis e acariciá-las enquanto adversários famintos a buscam. O segundo, um ponta clássico brasileiro, driblador em sua natureza, mistura de agilidade com objetividade. Algo inexistente no passado.

Simbiose com a torcida

Para fechar, é impossível não destacar a conexão elenco-torcida instaurada na temporada. O Fluminense vive seu segundo ano com maior média de público na história, o que sintetiza a confiança depositada no trabalho árduo do clube para conquistar a tão sonhada taça de campeão da América.

Foto: Mailson Santana

Em 2022, o fim de semana entre os dois jogos ficou marcado pela venda precoce de Luiz Henrique, principal peça da equipe, por um valor muito abaixo do que se esperava. O episódio causou uma grande revolta na torcida tricolor pelas redes sociais, fazendo o presidente Mário Bittencourt, inclusive, chamar uma coletiva de imprensa para se “explicar”, confirmando o negócio.

Para os que acreditam em energias e conexões, esse foi um dos motivos para a queda na fase preliminar da competição. Após atuação de gala do jovem atacante no jogo de ida, o anúncio da negociação mudou o ambiente externo e gerou desconfiança para a decisão de volta.

Nesta temporada, algo parecido poderia ter acontecido. O Fluminense recebeu recentemente uma proposta que, em cenários comuns, seria irrecusável; 30 milhões de euros por um volante. O clube recusou, assim como André, que afirmou estar focado no resto da temporada e nos jogos decisivos que tem pela frente.

A expectativa não é tão alta assim desde 2008. A confiança está lá em cima, e tanto comissão, quanto torcida e jogadores, só pensam em uma coisa: a conquista de Jericó; a taça Libertadores da América.

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