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Opinião: Apesar de ter jogado mal, classificação do Fluminense é ‘puro suco’ de Libertadores

Foto: Marcelo Gonçalves/Fluminense

Em Libertadores, quando não dá na tática, o coração e a garra prevalecem, e disso o Fluminense entende muito bem

Foto: Marcelo Gonçalves/Fluminense

Para quem estava no Maracanã ontem — e quem viu pela TV também — presenciou mais um momento especial que só as noites de copa podem proporcionar. A apreensão desde o início do jogo foi transformada em euforia após o apito final, principalmente nas ruas do Maracanã, onde na saída da torcida do estádio uma chuva torrencial cai dos céus, servindo para “lavar a alma” dos torcedores e uma festa ser iniciada no meio da Rua Eurico Rabelo.

Com um empate heroico conquistado no primeiro jogo, o Fluminense tinha uma missão simples de vencer o Argentinos Juniors logo no local onde tem sido seu ponto forte nesta temporada. Porém, o Tricolor foi muito mal no primeiro tempo. Passes trocados com pouca objetividade e nenhuma chegada de perigo no ataque. O único ponto positivo na primeira etapa, e talvez no jogo todo, foi o incansável Jhon Arias. O colombiano jogou muito na noite de ontem.

Uma das reclamações dos torcedores foi a falta de chutes a gol, já que Lanzillota, segundo goleiro dos argentinos, e que substituía Arias, suspenso, sentiu no aquecimento, dando lugar a Acosta, terceira opção de Gabriel Milito para a posição, e que nunca havia sido titular.

O trio de meio-campo também voltou a não funcionar. André fez um primeiro tempo muito desconexo, errando muito. Ganso quase não apareceu nos noventa minutos. Lima fez mais um péssimo jogo, fazendo com que muitos se perguntem qual o motivo da insistência de Diniz em ainda manter o camisa 45 no time titular.

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Os 45 minutos finais continuaram sendo agoniantes para os presentes no Mário Filho. O Fluminense continuou não chutando ao gol, e para completar, os argentinos dobraram a quantidade de cera que faziam no primeiro tempo, tentando levar a partida para a disputa de pênaltis. Aos 27, Diniz decide fazer duas alterações que confirmariam o destino da equipe na partida.

John Kennedy e Daniel entram no jogo no lugar de Keno e Lima. Comparado com o que foi apresentado por 72 minutos, a postura mudou em campo. O Fluminense começou a chegar mais, mas ainda não chutava ao gol. Até que aos 41 minutos do segundo tempo, quando a tensão de imaginar que a eliminatória iria ser decidida no drama, na emoção dos pênaltis, o iluminado, e decisivo Samuel Xavier acerta mais um chute certeiro para abrir o placar para levar abaixo o Maracanã. Talvez tenha sido uma das comemorações de gol mais ensurdecedoras que já foi ouvida no estádio.

Decisivo, Samuel Xavier foi o principal personagem das oitavas de final (Foto: Marcelo Gonçalves/Fluminense)

Logo depois uma confusão de instaurou no campo, levando a pensar que esse jogo ainda estaria longe de acabar — mas no final o juiz, injustamente, apenas deu dez minutos de acréscimo. Até que aos 52, faltando três minutos para acabar o duelo, entram em ação as duas alterações que Diniz fez aos 27 minutos, e que selaria o destino do Flu na partida. Um rápido contra-ataque é formado, após chegada da equipe argentina, Daniel é acionado, dando um belo lançamento para John Kennedy avançar sozinho cara-a-cara com o goleiro. O camisa 9 desacelera, deixa o marcador chega, corta e chuta rasteiro no canto do arqueiro argentino para selar a classificação tricolor para as quartas de final.

John Kennedy comemora gol que sela a classificação tricolor para as quartas (Foto: Maílson Santana/Fluminense)

Em Libertadores, quando não dá na tática, o coração e a garra prevalecem, e disso o Fluminense entende muito bem. O confronto de ontem foi o ‘puro suco’ da competição. Agora, Fernando Diniz tem muito a trabalhar para a próxima fase. Com o próximo adversário podendo ser o Flamengo, a equipe não pode apresentar o que apresentou na noite de ontem contra o seu maior rival na competição que o clube mais almeja. O treinador terá muito trabalho daqui pra frente.

O capítulo oito rumo à Glória Eterna foi finalizada. Restam cinco para o sonho da América ser tricolor ser realizada.

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