O Atlético-MG estreou o Campeonato Brasileiro, principal competição do clube na temporada, com derrota, de virada e em casa. O baque veio após o time ter sido campeão Mineiro e o melhor time da fase de grupos da Libertadores, o que iludiu bastante os torcedores com esse momento. Mas a questão não são só flores assim como parece, analisando o futebol jogado, o Galo ainda fica devendo muito.
O Galo começou a temporada com a obrigação de ser o campeão Mineiro. Conseguiu, mas era esperado que fosse mais “fácil”, que o time apresentasse um bom futebol, um futebol regular. O ponto mais baixo da temporada foi a derrota para o pior Cruzeiro dos últimos anos, em um jogo que o time não jogou absolutamente nada. O alvinegro também teve dificuldades quando encaro o, agora segundo melhor time mineiro, América. Mesmo na vitória por 3 a 1 na primeira fase, o time não jogou tão bem, e nas finais, com dois empates em 0 a 0, foi pior ainda.
Analisando apenas o futebol que vemos, sem dados e sem resultado, o Atlético não demonstrou consistência em nenhum momento da temporada. O que se viu foi um time que várias vezes venceu simplesmente por ser melhor e por ter grandes jogadores, e não pode realmente merecer jogando um grande futebol.
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Na Libertadores, caiu no grupo mais “fácil” da competição. Mesmo que os conhecidos Cerro Porteño e América de Cali “assustem” pelo nome, dentro de campo foi visto que esses dois times são, no máximo, do mesmo nível dos times do Campeonato Mineiro. O outro adversário, Deportivo La Guaira, da Venezuela, mais fraco ainda. O Galo passou por cima de todos os adversários, com goleadas que mascararam as não grandes partidas, e ficou a entender as vitórias vieram mais por conta dos fracos adversários, sem tirar os méritos do alvinegro, claro.
Em resumo, ficou claro e evidente que o Atlético não conseguiu jogar bem nos jogos que enfrentou um time organizado. Foi assim, principalmente, nos dois jogos da final do Mineiro contra o América, foi assim no jogo contra o Cruzeiro (talvez o único jogo que o clube celeste jogou organizadamente na temporada) e foi assim na estreia do Brasileiro, contra o Fortaleza. Claro que no fim, o que importa para o torcedor é o resultado, mas a ilusão quando um grande time amassa times fracos, pode atrapalhar muito na temporada, deixando a entender que tudo está bem.
A “sorte” do Atlético, é que os adversários mais fortes também não conseguiram engrenar e passam por momentos de instabilidade também. Mas é exatamente nesse momento que o Galo tem que sobressair se quiser vencer algo grande. O elenco é nota sete e meio ou oito, os 11 titulares são nota nove, não da pra se contentar só com jogos em que o time joga nota seis e vence. Falta ao Galo se mostrar dominante, como todos esperam, como foi com Palmeiras, Grêmio e Flamengo em algum momento desde que esses clubes investiram e montaram bons times assim como o Galo fez agora. E não adianta só fazer um grande jogo contra um grande time, é necessário mostrar que vai fazer isso (quase) sempre, independente do adversário.
Enfim, a derrota serve para lembrar ao técnico Cuca e aos jogadores que não, o Atlético não chegou em um bom nível ainda, como ele prometeu lá quando foi derrotado pelo Cruzeiro. É óbvio que é um início de trabalho e nem sempre acontecerá o que aconteceu com o Jorge Jesus no Flamengo, por exemplo, que chegou e mudou tudo, mas é espera algo a mais desse time, algo que ainda não foi demonstrado. Pode ser algo muito exigente, mas quem quer ser campeão de algo grande, principalmente de um Brasileirão, que exige regularidade e bom futebol nas 38 rodadas, é necessário fazer mais.
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