Homem de Referência
A contratação de Léo Gamalho pelo Coritiba para a temporada 2021 trouxe uma euforia quase unânime entre os torcedores Coxa-Brancas. Em seu jogo de estreia, contra o União Rondonópolis, o atacante já guardou o primeiro dele e não demorou a se tornar o “Ibra das Araucárias”, ou o “Ibra do Couto”, pra quem preferir chamar assim. A alcunha e a animação dos torcedores só comprova a triste realidade Alviverde: O time já vive tanto tempo sem uma referência no ataque, que bastou um gol ao Léo Gamalho para que se tornasse o novo craque do elenco.
No segundo jogo do Coxa pela Copa do Brasil, o apelido se consagrou: o artilheiro deixou um doblete contra o Operário e foi fundamental à classificação da equipe, tornando-se momentaneamente o artilheiro da Copa, empatado com Rossi, do Bahia.
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Dentro do atual plantel, ele divide o protagonismo com Pablo Thomaz, que não marcou nenhum gol no Brasileirão 2020/2021, e Ricardo Oliveira, que marcou dois gols e deu uma assistência em 18 jogos. Então, Gamalho não demorou pra se destacar: na temporada passada, foi o jogador do mês de Agosto pela Série B, entrou em campo 11 vezes pelo CRB e marcou oito gols, numa média de 0,7 gols por partida. Além disso, ele foi o artilheiro da Copa do Brasil, com seis bolas na rede, e deixou dois contra o Cruzeiro. Na carreira, o atacante já fez 21 gols em Copas do Brasil, e também foi artilheiro em 2017.
No segundo, terceiro e quarto jogo do Coxa na temporada, contra o Maringá, Cascavel CR e Operário, respectivamente, Léo Gamalho não entrou em campo, por um possível desgaste muscular, foi poupado para a segunda rodada da Copa do Brasil e não desapontou: são dois jogos e três gols com a camisa Alviverde, um gol a cada 60 minutos. Com duas partidas, o Ibra das Araucárias conseguiu superar o que Ricardo Oliveira fez em 18 jogos.
Ibra x Gamalho
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Depois desse breve histórico do atacante, fica a pergunta: O futebol de Léo realmente parece com o do Ibra? Ou a semelhança entre os dois fica só na aparência? Separei alguns dados dos jogadores que apontam que os dois têm muito em comum, e mais: que em alguns números, Léo Gamalho pode ser melhor que Ibrahimovic.
A começar pelo mapa de calor dos atacantes: eles se comportam exatamente da mesma forma dentro de campo, passam a maior parte do jogo dentro da pequena área adversária, e, fora da área, ficam um pouco mais inclinados para a esquerda.
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Na temporada toda, o sueco marcou um gol a cada 80 minutos, mas a média de gols de Zlatan somente em 2021 pela Serie A italiana é de cinco gols em nove jogos, ou seja, 0.55 gols por partida. Os números de Gamalho na Série B passada se aproximam disso, com a média de 0,7 gols por jogo. Outro dado interessante: ambos deram apenas uma assistência na temporada 2020/2021: A média de Léo é de uma assistência a cada 13 jogos, e de Ibra é de uma a cada 15 jogos.
Léo marcou seu primeiro gol pelo Coxa no jogo de estreia, contra o União Rondonópolis. Pelo Milan, Ibrahimovic reestreiou em Janeiro de 2020, contra a Sampdória, mas não marcou e a partida acabou em 0x0. Outro dado importante: Ibra pode ter marcado mais de 500 gols e feito mais de 175 assistências na carreira, mas é Léo Gamalho quem já conquistou o Campeonato Baiano, o Campeonato Alagoano, o Campeonato Cearense, o Campeonato Goiano, o Campeonato Gaúcho e a Copa Pantanal.
Claro que Ibra, aos seus 39 anos, ainda vive uma fase de ouro e briga pelo título da Serie A Italiana, na elite do futebol mundial, enfrentando os elencos mais caros do mundo. Comparar os números de um jogador que competiu na Série B brasileira com os dele é uma tarefa traiçoeira e que pode apresentar resultados incompatíveis com a realidade. Com essa “análise” temperada com bom humor, espero ter deixado meu ponto de vista claro: Léo Gamalho, aos 35 anos, tem muita energia pra queimar e pode se tornar o homem gol do Coritiba, tarefa que Robson, Ricardo Oliveira, Neílton & Cia, na temporada passada, sofreram tanto para cumprir.
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