A última quarta-feira (01) foi marcada por momentos conturbados no Internacional. Após o empate contra o Atlético-GO, e sem receber parte do salário, referente aos direitos de imagem, há três meses, os jogadores do colorado, teoricamente em comum acordo com a diretoria, não treinaram no horário previsto no período da manhã, somente retornando ao gramado a tarde, após quitação de parte da dívida e reunião no vestiário.
Protestar por estar sem receber (parte) do salário é uma atitude completamente justa dos jogadores do Internacional, mas se mostrou completamente fora de tom. Por mais que se afirme ter havido “comum acordo” com a direção, isso só aconteceu em virtude de pressão dos atletas, não partindo de membros do comando colorado, e sim somente solicitação do elenco.
Ao simplesmente mudar o horário do treino, sem qualquer comunicado para a imprensa ou torcedor por mais de dez horas, os jogadores evidenciaram o distanciamento com a direção. Na nota, eles chegam a agradecer aos membros que comandam o Internacional, mas de uma forma muito mais protocolar do que por acordo mútuo, afinal só foram ouvidos após exigir reunião, cancelando o treinamento.
Por mais que protestar diante da falta de pagamentos seja justo, beira o inaceitável alterar um treinamento depois de um vexatório empate contra o Atlético-GO. Completamente dominado no Beira-Rio, o Colorado precisa trabalhar com urgência para corrigir os problema e, quem sabe, voltar a ganhar um jogo no Campeonato Brasileiro, contra o Red Bull Bragantino.
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A necessidade de treinar para corrigir problemas, inclusive, não é uma opinião, e sim algo admitido pelo técnico Mano Menezes na coletiva pós-jogo. Adiar um treinamento, independente do motivo e de ter sido realizado a tarde, é um desrespeito ao torcedor, principalmente a quem pagou R$ 100 em um impresso e viu uma atuação tenebrosa contra o Dragão. Isso evidência que a preocupação de (parte) do elenco não é com os resultados ou boas atuações, que é o mais importante para os colorados, e sim com fatores externos.
É claro que os jogadores não poderiam ficar calados diante de uma falta de pagamento, mas pressionar a direção e externar indiretamente o problema com certeza não foi a melhor opção. Fosse convocada uma entrevista coletiva, em que as lideranças explicassem o que está ocorrendo, antes ou depois do treino, haveria, sem dúvidas, apoio por parte do torcedor. No entanto, da forma que foi, serviu apenas para piorar ainda mais a imagem do clube e escancarar a desunião que existe nos corredores do Beira-Rio. O que poderia ser uma cobrança justa virou uma exposição desnecessária do Internacional, e que pouco é aliviada com a nota oficial divulgada somente dez horas depois.
Em resumo, faltou profissionalismo para ambos os lados na última quarta-feira (01) no Beira-Rio. A diretoria precisa cumprir com o prometido, enquanto os jogadores podem, e devem, cobrar, mas sem alterar o cronograma de um trabalho que se mostra urgência para apresentar melhoras. Além disso, a demora para uma posição dos atletas deixou grande margem para interpretações, o que é sempre um problema em um mundo cada vez mais urgente e ansioso por respostas.