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Opinião: Sem Fábio, Rafael Cabral ganhou confiança e se tornou inquestionável parte da história do Cruzeiro

FOTO: CRUZEIRO/STAFFIMAGES/DIVULGAÇÃO

Desde 2019, o Cruzeiro passou por situações bem diferentes do que sua grande torcida estava acostumada. O primeiro rebaixamento da história da equipe para o Campeonato Brasileiro da Série B acabou causando problemas muito grandes na gestão da equipe, o que resultou em anos bem difíceis em 2020 e 2021.

Crises financeiras, problemas contínuos de montagem e manutenção de elenco, e um projeto de futebol bastante confuso em meio a trocas de diretorias e treinadores.

No meio de todas essas incertezas, uma coisa parecia certa: o goleiro Fábio, jogador que mais atuou com a camisa do Cruzeiro na história, continuava firme e forte na meta celeste, sendo um dos jogadores mais regulares e importantes na busca até então ineficaz do Cruzeiro pelo acesso a elite do futebol brasileiro.  

Eis que 2021 termina com mais um insucesso do Cruzeiro na segundona, e em meio a reformulações que já estavam sendo planejadas a algum tempo, o clube passou a ser uma SAF (Sociedade Anônima do Futebol) e foi adquirida por Ronaldo Fenômeno, jogador que foi revelado pelo clube no início dos anos 90.

A mudança de gestão foi vista com muita desconfiança no início, e algumas decisões, como a saída do ídolo Fábio, foram encaradas com maus olhos por grande parte da torcida. As coisas seguiram seus respectivos rumos, Fábio acertou com o Fluminense e, depois de muitos anos, o Cruzeiro não tinha a segurança de Fábio defendendo suas cores.  

O escolhido pela gestão de Ronaldo para substituir Fábio foi Rafael Cabral, goleiro revelado pelo Santos em 2010. Rafael fez parte da bela geração de “meninos da Vila” que fez muito sucesso com o torcedor santista, e foi campeão da Copa do Brasil e da Libertadores pelo Peixe antes de deixar o Brasil e seguir sua carreira na Itália e na Inglaterra. 

Como Cabral já estava a alguns anos longe do Brasil, e por estar substituindo um dos maiores ídolos da história celeste, a desconfiança por parte da torcida era natural, e o começo com a camisa do Cruzeiro não foi tão fácil: atuação abaixo da média na final do Campeonato Mineiro contra o maior rival, falha no primeiro gol, pênalti cometido, e um dia pra levar como aprendizado. Aprendizado que foi muito importante pra Rafael se tornar uma das peças mais importantes no ano de recuperação do Cruzeiro.  
 
A virada de chave, principalmente por parte da torcida, começa com a espetacular atuação contra o Remo na terceira fase da Copa do Brasil, quando Rafael defendeu quatro cobranças de pênalti na disputa e garantiu de forma espetacular a classificação do Cruzeiro para as oitavas de final da competição. 
 
A campanha espetacular do Cruzeiro no Campeonato Brasileiro da Série B, que resultou no acesso com sete rodadas de antecedência, teve alguns pilares muito importantes dentro e fora do campo. O bom treinador Paulo Pezzolano, o grande artilheiro Edu, o seguro zagueiro Lucas Oliveira, e como todo grande time precisa começar por um grande goleiro, Rafael Cabral foi parte essencial para o acesso celeste.  
 
Com atuações memoráveis, Rafael logo ganhou a confiança da torcida e se tornou inquestionável na meta celeste e também, com a boa fase, bateu alguns recordes. Rafael ficou do dia 23 de abril até o dia 03 de junho sem ter sua meta vazada, tendo realizado sete jogos nesse período. Feito que rendeu ao goleiro um recorde relativo aos últimos 30 anos. O máximo de jogos que o Cruzeiro havia completado sem sofrer gols desde 1991 eram seis partidas em três oportunidades (2019, 1997 e 1992). Em 1991, o clube ficou oito jogos sem ter sua meta vazada.   

Contra o Bahia, em partida válida pela 20ª rodada, Rafael fez uma partida espetacular e ajudou o Cruzeiro a vencer por 1 a 0 mesmo jogando grande parte do segundo tempo com um jogador a menos. Defesas épicas mostrando grande reflexo e um senso de posicionamento incrível. Já no finalzinho do jogo, duas defesas dificílimas garantiram a vitória da Raposa e mais um importante passo para o acesso.  
 
Na temporada, até o jogo do acesso contra o Vasco na quarta-feira (21), Rafael atuou em 48 jogos com a camisa do Cruzeiro, 30 vitórias, nove empates, nove derrotas e apenas 36 gols sofridos.  

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