Com os campeonatos parados, os treinos cancelados e os pagamentos suspensos, hoje as profissionais do futebol feminino no Brasil estão se virando como podem. Os principais clubes brasileiros focam seus esforços em recuperação de prejuízos, mas o corte de salários se tornou prática comum.
O futebol feminino do Grêmio, um dos principais do Brasil, não joga desde março, quando venceu em casa o Vitória, pela 5º rodada do Campeonato Brasileiro série A1. Atualmente, as atletas estão com contratos suspensos e salários reduzidos, entretanto, os treinamentos seguem de maneira remota.
Preparação planejada
A preparação para o retorno dos campeonatos é tratado com prioridade. Dentro do possível, às atletas do futebol feminino do Tricolor Gaúcho trabalham com foco total na retomada da atividades, que ainda segue sem previsão. O time utilizava às instalações do estádio Vieirão, em Gravataí região metropolitana de Porto Alegre, mas agora usa o que tem disponível em casa para não perder o ritmo.
Um dos exemplos é Sinara Vieira, volante do time, que segue casa os treinos orientados pela comissão técnica.
– Faço alguns treinos em casa, em um espaço que tenho. Outros faço em um espaço funcional de um amigo que me acompanha e passa treinos para mim durante a semana – declarou Sinara.
Já a técnica do Grêmio, Patrícia Gusmão, segue com atenção redobrada para as jogadoras não perderem o ritmo. Os trabalhos estão sendo disponibilizados em uma cartilha de treinos diários com foco no futebol feminino. Entretanto, Patrícia conta com a ajuda da preparadora física Karla Loureiro e da fisioterapeuta Letícia Ribas, a equipe se reúne uma vez na semana com vídeo aulas.
– Todas (as jogadoras) preenchem um formulário diário sobre possíveis dores musculares e sintomas de gripe. Além disso, a equipe teve duas videochamadas com uma psicóloga do clube, pois entendemos o quanto esse momento tem afetado o psicológico de todos nós, principalmente das atletas – disse a comandante gremista.
Quanto a parte tática, Patrícia se reúne com Yurinha (auxiliar técnico) e Eduardo Amorim (analista de desempenho), em chamada de vídeo com as meninas e analisam jogos passados e futuros adversários.
Por último, a equipe técnica do futebol feminino criou um torneio interno, onde as atletas são divididas em pequenos grupos, e cada atividade concluída vale uma pontuação. Segundo Patrícia as atividades são uma forma de interação maior, que vem dando muito certo, mas não diminuem o foco da equipe.
Sem retorno
Os Campeonatos no futebol feminino seguem sem previsão de retorno. O Brasileirão, assim como o Gauchão seguem a espera de uma decisão das autoridades. Segundo a Federação Gaúcha de Futebol é necessário o aval dos órgãos públicos e sanitários. Enquanto o futebol não volta, as jogadoras seguem no esforço diário com a esperança de dias mais simples.
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