Fortaleza

Polícia Federal apura suposto esquema de propina em obras na Arena Castelão

FOTO: DIVULGAÇÃO

Polícia Federal realizou na manhã desta quarta-feira uma operação para apurar um suposto pagamento de propina no processo de licitação para as obras da Arena Castelão, que passou por uma reforma para a Copa do Mundo de 2014. O ex-ministro Ciro Gomes e o senador Cid Gomes estão entre os alvos da investigação.

Segundo a PF, há indício de pagamento indevido de R$ 11 milhões para favorecer a empresa responsável pela reforma, operação e manutenção do estádio. O suposto pagamento e exigência de propina a agentes públicos teria ocorrido entre os anos de 2010 e 2013. A Arena foi uma das 12 sedes da Copa do Mundo de 2014, realizada no Brasil.

A PF ainda complementa que as propinas teriam sido pagas “diretamente em dinheiro ou disfarçadas de doações eleitorais, com emissões de notas fiscais fraudulentas por empresas fantasmas”. As investigações começaram em 2017.

A operação foi batizada de Colosseum – uma referência ao Coliseu, na Itália – e foi autorizada pela 32ª Vara da Justiça Federal do Ceará, que expediu 14 mandados de busca e apreensão contra alvos em Fortaleza, Meruoca e Juazeiro do Norte, no Ceará, e em São Paulo, Belo Horizonte e São Luís.

CIRO GOMES FICA INDIGNADO

Em rede social, o ex-governador do Ceará e pré-candidato a presidente da República, Ciro Gomes, ficou indignado com a operação realizada pela PF nesta quarta-feira. Ele ainda criticou o presidente Jair Bolsonaro e ressalta que “não tenho nenhuma ligação com os supostos fatos apurados”.

“Até esta manhã, eu imaginava que vivíamos, mesmo com todas imperfeições, em um país democrático. Mas depois da Polícia Federal subordinada a Bolsonaro, com ordem judicial abusiva de busca e apreensão, ter vindo à minha casa, não tenho mais dúvida de que Bolsonaro transformou o Brasil num Estado Policial que se oculta sob falsa capa de legalidade.

“O pretexto era de recolher supostas provas de um suposto esquema de favorecimento a uma empresa na licitação das obras do Estádio do Castelão para a Copa do Mundo de 2014. Chega a ser pitoresco. O Brasil todo sabe que o Castelão foi o estádio da Copa com maior concorrência, o primeiro a ser entregue e o mais barato construído para Copas do Mundo desde 2002. Ou seja, foi o estádio mais econômico e transparente já feito para a Copa do Mundo. Mas não é isso. E sejamos claros. Não tenho nenhuma ligação com os supostos fatos apurados. Não exerci nenhum cargo público relacionados com eles. Nunca mantive nenhum tipo de contato com os delatores. O que, aliás, o próprio delator reconhece quando diz que NUNCA me encontrou.

“Tenho 40 anos de vida pública e nunca fui acusado nem processado por corrupção. Não tenho dúvida de que esta ação tão tardia e despropositada tem o objetivo claro de tentar criar danos à minha pré-candidatura à Presidência da República. Da mesma forma tentaram 15 dias antes do primeiro turno da eleição de 2018. O braço do estado policialesco de Bolsonaro, que trata opositores como inimigos a serem destruídos fisicamente, levanta-se novamente contra mim. Não tenho dúvida de que esta ação tão tardia e despropositada tem o objetivo claro de tentar me intimidar e deter as denúncias que faço todo dia contra esse governo que está dilapidando nosso patrimônio público com esquemas de corrupção de escala inédita.

Nunca me senti um cidadão acima da lei, mas não posso aceitar passivamente ser tratado como um subcidadão abaixo da lei. Sou um homem do embate, do combate e do Direito. Essa história não ficará assim. Vou até as últimas consequências legais para processar aqueles que tentam me atacar. Meus inimigos nunca me intimidaram e nunca me intimidarão. NINGUÉM VAI CALAR A MINHA VOZ.”

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