Chapecoense

Presidente da Chapecoense aponta dívidas do clube como motivo para momento ruim: ‘O futebol ficou muito caro’

Márcio Cunha / Chapecoense

O presidente da Chapecoense, Gilson Sbeghen, explicou na coletiva realizada na terça-feira (26) que falta de orçamento do clube foi fator decisivo na má campanha do Verdão do Oeste no Campeonato Brasileiro de 2021. Segundo o presidente, o clube tem trabalhado para renegociar as dívidas, que já somam cerca de R$ 120 milhões, para ‘o maior prazo possível’ , pois em curto prazo a Chapecoense não tem condição de arcar com esses valores.

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Sbeghen descreve como o balanço negativo nas contas da Chapecoense afetam no futebol, além de inibir investimentos em atletas que tornariam o time mais competitivo, administrar o déficit ‘toma muito tempo’ da administração do clube.

— O primeiro ano que a Chapecoense esteve na série A, o orçamento foi de 55, 56 milhões (de reais). Se você pegar o clube que teve maior orçamento naquele ano, era em torno de R$ 350 milhões. Neste ano, nós estamos com um orçamento de R$ 60 milhões, o maior orçamento é mais de R$ 1 bilhão, a diferença aumentou muito. O futebol ficou muito caro, está muito difícil se fazer futebol. – disse o presidente.

O superintendente da Chapecoense, Neto, concorda que este ano a Chape ‘pecou um pouco’ no Campeonato Brasileiro, e explica que os grandes times da Chapecoense foram montados por ‘jogadores da série’.

— O time de sucesso que já teve esse clube eram jogadores da série A, um ou outro que vieram da base, mas todos jogadores da série. Em 2017, o time que foi montado com empréstimos depois da tragédia eram jogadores da série, todos da série A. O time que subiu campeão da série B, todos os jogadores cascudos de série B e alguns já tinham jogado série A. Então se você quer ter sucesso na sua empresa, você tem que ter investimento para bater de frente com o topo, é isso que funciona no futebol. Seria muito cômodo pro departamento de futebol contratar e fazer mais dívidas e pensar: vamos fazer um bom time e a outra gestão que se exploda, deixa a bomba eles. É muita responsabilidade, a Chapecoense não viver esse ano, a Chapecoense vai viver para sempre. Nós temos que deixar sempre o melhor possível para a próxima gestão. – justificou.

Neto comemorou os resultados financeiros do clube, que segundo ele, já está se reconstruindo, e destacou o trabalho responsável da diretoria atual, e disse que o elenco da Chapecoense deste ano é mais barato que o elenco da série B de 2020.

— A Chapecoense não é para hoje ou para este ano. Ela é para uma vida. E se precisar dar a nossa vida por ela a gente vai dar também. – completou o superintendente.

Ao ser perguntado sobre como foi o planejamento da Chapecoense, Neto disse que o clube, por conta do investimento, não esperava brigar por competições sul-americanas, mas que a situação do time, esportivamente falando, é pior do que se esperava. Porém, que a pontuação da Chape não reflete fielmente a produção do time dentro de campo. Neto lembrou de alguns jogos que o Verdão do Oeste teve atuações que mereciam resultados melhores, como as partidas de turno e returno contra Atlético Mineiro e São Paulo, e o jogo contra o Athletico no returno.

O superintendente também exaltou a importância da Chapecoense se reorganizar e superar a pressão deste ano para montar uma equipe forte para o ano de 2022.

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