Luann “Couto” Andrade, um dos melhores jogadores da 2ª temporada do Spain Nationals de Rainbow Six Siege deste ano, conversou com exclusividade com o Esporte News Mundo. Sendo descrito oficialmente como “jogador revelação”, o brasileiro rapidamente ganhou destaque e despertou atenções de todos os envolvidos do cenário.
Em sua primeira temporada profissional no cenário espanhol, Couto despertou notoriedade por ter sido um dos melhores jogadores de toda a liga. Atuando pela Flamengo Stars, obteve uma expressiva média KDR de 1.41. Foram 199 kills no total, 5 clutches vencidos e cinco multikills X4.
No dia 14 de julho antes dos playoffs, Couto recebeu um convite da Vodafone Giants e acabou assinando contrato com a equipe, que possui um forte projeto envolvendo diversos patrocinadores como Nike e Red Bull para tornar a franquia ainda mais competitiva na busca de seu primeiro título no país.
A temporada foi encerrada no dia 25, no confronto contra a Movistar Riders, que despertou bastante expectativa para o brasileiro e por toda a equipe na busca de sua primeira final. Na série MD3, a Vodafone Giants acabou perdendo por 2-0 (7-4, 7-5) para a Movistar Riders, que seria derrotada na final pela Heretics na decisão.
Ainda assim, a temporada terminou de forma extremamente positiva para Couto, que agora estará buscando ainda mais oportunidades dentro do cenário global de Rainbow Six.
Confira abaixo a entrevista completa de Luann “Couto” Andrade à reportagem do Esporte News Mundo.
Olá, Couto. Espero que esteja bem. Antes de mais nada, poderia se apresentar rapidamente ao público brasileiro que não acompanha ou segue de perto seu trabalho?
Meu nome é Luann Andrade Couto Monção, mais conhecido como “Couto”. Sou da Zona Oeste de São Paulo, tenho 18 anos e vim morar em Madrid com 16 anos. Comecei no mundo dos e-sports com 17 anos e nesse ano de 2020, entrei para o competitivo jogando meu primeiro qualifier para a competição da Spain Nationals, conseguindo me classificar com meu time “Flamengo Stars”. Atualmente, jogo pela Vodafone Giants, onde conseguimos chegar na semifinal do campeonato.
Você jogou a temporada regular pela Flamengo Stars e conseguiu desequilibrar diversas partidas a favor de sua equipe, com média KDR 1.41 e quase 200 kills, sem contar os playoffs. Considera que seu excelente desempenho foi acima do esperado?
Eu sou um cara muito esforçado e quando eu decido focar em uma coisa eu dou meu 100%. Então eu acho que meu desempenho é fruto de muito trabalho, e eu já esperava algo parecido, porém é verdade que para os espectadores e outros jogadores da liga foi algo “inesperado”.
Houve algum sentimento diferente ao ter pela frente sua ex-equipe logo na abertura da Fase Final da Season 2?
Antes do jogo, eu não vou mentir não, eu estava me sentindo um pouco nervoso. Mas, depois dos primeiros segundos, eu consegui manter o foco e entrar com a mesma cabeça que entro para qualquer outro jogo.
Como você descreveria a série semifinal contra a Movistar Riders? Quais detalhes faltaram naquelas partidas para equilibrar a série? (com resultados 7-4, 7-5)
Eu acho que a gente não demonstrou 1% do que a gente é capaz e isso prejudicou bastante. Tinha tudo pra ser um jogão, mas infelizmente só entrou um time para o jogo.
No primeiro mapa (Consulate) eu acho que o detalhe que faltou foi a comunicação e alguns erros que não podem acontecer numa final. Alguns dos detalhes eu tive a minha parcela de responsabilidade e confesso que não foi meu melhor mapa.
Já no segundo mapa (Kafe Dostoyevsky) o time jogou melhor e, individualmente, consegui encaixar meu jogo. Porém, quando virou para o ataque, voltaram todos os erros do primeiro mapa; comunicação precária e erros que um time do nosso nível não pode cometer. Também faltou cabeça em alguns momentos por parte do time.
Pensa que, seu sucesso nesta temporada como “jogador revelação” possa abrir portas para mais brasileiros no Rainbow Six da Espanha num futuro de médio prazo?
Eu acho que conseguir ser o jogador revelação em um campeonato dos caras pode motivar ainda mais os brasileiros a quererem se aventurar no mundo competitivo fora do país.
Sendo um pouco mais abrangente agora, na sua opinião, quais seriam as principais diferenças e vantagens do cenário espanhol em relação ao cenário brasileiro de Rainbow Six? (caso você ache que tenha algum)
A maior diferença que eu vejo entre o cenário espanhol e o brasileiro é que aqui o jogo é muito mais estudado. No Brasil, a gente tem grandes nomes como Nesk, Pino, Paluh, Reduct que dão muita bala. Aqui na Espanha, o jogo é mais calmo e sempre vai para o final da rodada, sempre utilizando os gadgets com sabedoria e tomando todas as zonas do mapa.
E eu acho que isso é bom, mas as vezes falta a malícia nos caras daqui de ir pra cima e fazer alguma jogada um pouco mais “ousada”. Um dos motivos de eu ter me destacado é esse, tenho o jogo estudado “europeu” e a ousadia “brasileira”.
Então a vantagem é essa, que normalmente se o time está encaixado é muito fácil de ganhar as rodadas. Porém, a diferença e desvantagem é que falta o “jeitinho brasileiro” de jogar e fazer as coisas.
Por fim, quais serão seus planos para os próximos meses?
Meus planos pros próximos meses é receber alguma proposta de fora da Espanha. Se isso não acontecer, eu vou seguir trabalhando duro pra algum dia chegar a conquistar meu sonho que é a Pro League e representar minha bandeira.
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