Na última terça-feira (15), o Cruzeiro comunicou a saída oficial de Deivid. Dono de uma longa relação com o clube, o carioca já passou pela Toca da Raposa como atleta, auxiliar, técnico e, mais recentemente, como diretor. Relembre sua trajetória em Belo Horizonte:
O período como atleta
Considerado um dos principais atacantes do Brasil no início dos anos 2000, Deivid chegou ao Cruzeiro em fevereiro de 2003, vindo do Corinthians. Decisivo e com faro de gol apurado, o camisa 9 formou uma forte dupla com o meia Alex, que comandava o setor ofensivo daquele time. Com os dois entrosados, o Cruzeiro foi campeão mineiro invicto, campeão da invicto da Copa do Brasil e estava na liderança do Brasileirão quando Deivid deixou o clube. Em alta na Raposa, o atacante atraiu olhares de times do futebol europeu e acabou indo jogar no Bordeaux-FRA, que desembolsou 5.1 milhões de dólares para tirá-lo da Toca em julho daquele ano.
No momento de sua saída, Deivid dividia a artilharia do Brasileiro com Luís Fabiano, do São Paulo. Sua jogada mais marcante pelo clube é a assistência para o gol de letra de Alex, em cima do Flamengo, no primeiro jogo das finais da Copa do Brasil. Mesmo sem uma de suas principais peças o Cruzeiro manteve a toada e se sagrou campeão nacional naquele ano, conquistando a Tríplice Coroa.
Estatísticas de Deivid como atleta estrelado:
– 38 jogos;
– 28 gols marcados;
– Campeão do Campeonato Mineiro, Copa do Brasil e Campeonato Brasileiro de 2003.
O período como técnico
Em 2015, após uma dura eliminação em casa para o River Plate, na Libertadores, o Cruzeiro demitiu o técnico Marcelo Oliveira. Vindo de um bicampeonato brasileiro, o clube lidava com a saída de algumas peças e tentava uma reformulação geral, que acabou não dando muito certo. Com Marcelo fora, Vanderlei Luxemburgo foi contratado para a posição. Na época, Deivid era seu assistente, e permaneceu no clube mesmo após sua saída, se tornando auxiliar fixo do elenco celeste e técnico interino em algumas oportunidades. No fim daquela temporada, com a saída de mais um técnico, a diretoria celeste resolveu apostar no trabalho do profissional e o deu o comando efetivo do time principal.
Em 2016, uma sequência boa de vitórias no Mineiro e um longo período de invencibilidade fizeram o início do ano do Cruzeiro e da carreira de Deivid como técnico tranquilos. Porém, mesmo com um alto aproveitamento o técnico foi demitido após menos de cinco meses, não resistindo à eliminação para o América nas semifinais do estadual.
Estatísticas de Deivid como técnico do Cruzeiro:
– 19 jogos;
– 12 vitórias, cinco empates e duas derrotas;
– 71,9% de aproveitamento.
O período como dirigente
Anunciado em maio de 2020 como o novo diretor-técnico do Cruzeiro, Deivid foi um dos primeiros reforços da gestão do presidente Sérgio Santos Rodrigues. Os dois se conheceram em 2015, no período em que Sérgio atuou como superintendente do clube, que tinha Deivid como integrante da comissão técnica.
Com a dificuldade do clube engrenar dentro de campo e as polêmicas de dívidas, saídas e contratações, a forte amizade entre os dois se tornou alvo de questionamentos da torcida. No início de junho, o mandatário chegou a declarar que os torcedores tinham birra com o diretor: “Eu acho que essa birra veio porque, no momento em que ele executou a diretoria de futebol, eu vi muita gente falando que o Deivid trouxe jogador ruim, mas eu não concordo com isso, porque tem os que acertaram e os que erraram. Mas você precisa achar um culpado. O Deivid participou ativamente da vinda do Felipão, e o próprio Felipão já declarou isso”.