O São Paulo enfrenta o Independiente Del Valle neste sábado (01), no Estádio do Mário Kempes em partida válida pela grande final da Copa Sul-Americana. O confronto tem um valor ainda maior considerando todo o contexto que a equipe são-paulina vive, não apenas mais um título para a vasta coleção.
Analisando um contexto mais recente, desde 2020, o São Paulo não vive mais os piores pesadelos possíveis, o time passou a ser mais competitivo, tem melhor desempenho em clássicos e chegou a um título do Campeonato Paulista. Porém, quando se analisa um contexto maior, puxando desde a queda de diversos fatores que vem desde 2009, o São Paulo vive o pior momento de sua história, e o recorte mais atual se mostra favorável pelo fato do fundo do poço já ter sido atingido.
Sempre com a terceirização da culpa, seja em jogadores odiados por uma porcentagem da torcida, como por treinadores colocados como terríveis mesmo tentando organizar um clube moralmente rebaixado. Gestões consecutivas do mesmo grupo político aparelharam o clube e construíram uma dinastia de destruição – que se encontra ocorrendo até hoje, capitaneado por Júlio Casares e Olten Ayres diante dos seguintes ataques ao estatuto do clube e sua torcida.
A equipe do Morumbi nunca havia passado por tantas humilhações, seja para equipes pequenas ou em clássicos, jejuns de títulos, gestões temerárias, nada profissionais e danosas ao clube e uma impressionante briga política pelo poder. Sempre considerada como vanguarda, o Tricolor se aproveitou de momentos chave do esporte para sair na frente dos demais com muita competência; como na profissionalização do esporte, em ser visionário de construir um gigante e moderno estádio e como também na criação da Lei Pelé.
Tudo isso ficou para trás e agora o São Paulo tenta se recuperar, reiniciar a sua trajetória e correr atrás dos rivais que o ultrapassaram em número de títulos, elenco, estrutura e condições financeiras e morais.
Diante de tudo isso, chegamos a Córdoba. O jogo mais importante de toda essa trajetória, onde em 90 minutos o São Paulo pode dar um bico nessa crise e voltar a sorrir, ou pelo menos, ter um planejamento que o permita estar mais próximo das bonanças e com menos peso nas costas para alcançá-las.
Analisando friamente, o maior valor para o clube é uma vaga direta na Libertadores – o que o começa a colocar em igualdade em arrecadação financeira junto aos seus rivais diretos. Mas um eventual título faria com que o time ganhasse muito mais.
Jovens jogadores que estão marcados por terem participado de fracassos, como Igor Gomes podem dar a volta por cima. Experientes como Reinaldo, podem escrever um belo capítulo na história do clube que defende há bastante tempo, mas apenas em período de desgraça. Ídolos gigantes como Miranda e Rogério Ceni podem se firmar ainda mais como lendas do Tricolor Paulista ao arrancar o sentimento de frustração do torcedor nesse momento triste e ainda terem sido cruciais no auge do século.
Para a torcida, o orgulho de maior e mais relevante clube internacional do país prosseguir, ainda que cambaleante. A sensação de gritar “É, Campeão!” aos mais jovens que quase nunca viveram isso e aos mais velhos que se acostumaram ou não, com a mediocridade.
Fato é que o São Paulo Futebol Clube viverá neste sábado, os seus 90 minutos mais importantes desde a final do Mundial em 2005. Durante eles, terá a chance de voltar a ser um pouco mais o São Paulo Futebol Clube de fato.
