O São Paulo chegou em mais uma final de Copa do Brasil sub-17 e pode conquistar o bicampeonato consecutivo da competição, a terceira conquista do tricolor na história, que consagraria a geração que é vista como uma das mais habilidosas de Cotia. As duas vitórias contra o Atlético-MG na semifinal, 1 a 0 em Belo Horizonte e 3 a 1 em Cotia, colocaram o São Paulo frente a frente com seu algoz no ano, o Flamengo.
A final coloca de fato dois dos melhores times sub-17 do país na disputa da taça, em um jogo bastante parelho, mas que tem o time de Cotia buscando uma redenção contra as crias do Ninho . Apesar do grande ano, o São Paulo sub-17 ainda não conseguiu superar o Flamengo e foi inclusive eliminado pelo rubro-negro no Brasileirão da categoria. Na primeira fase da competição, o São Paulo criou muito, mas acabou derrotado por 1 a 0, mas o grande baque veio no mata-mata.
Na semifinal os dois times voltaram a se encontrar e o Flamengo levou a melhor após dois jogos. Na ida, em Cotia, o São Paulo abriu 2 a 0 com apenas 12 minutos de jogo, mas viu o adversário virar o jogo ainda na primeira etapa e só conseguiu o empate quase no último lance, com um gol de Eduardo Brito, selando o confronto em 3 a 3. Na volta, mais um duelo emocionante, em que o tricolor novamente saiu na frente, com um gol de Ythallo, aos 34 minutos. Porém, na segunda etapa, o Flamengo virou, conquistou a vitória por 2 a 1 e a vaga na final contra o Vasco. No clássico carioca, o Flá saiu atrás na ida, mas reverteu o resultado na volta e foi campeão do Brasileirão sub-17.
A final da Copa do Brasil sub-17 está programada para acontecer em dois jogos, nos dias 9 e 16 de novembro.
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O São Paulo fez uma grande campanha na Copa do Brasil sub-17 até o momento. Na primeira partida venceu o Grêmio Santo Antônio por 14 a 0, na segunda rodada foram duas vitórias contra o Jacuipense, por 4 a 1 e 8 a 2. Contra o Fluminense, nas quartas de final, o confronto mais difícil, que terminou com dois empates: 1 a 1 e 0 a 0, com o tricolor paulista levando a melhor nas penalidades. Na semifinal, como já citado, duas vitórias contra o Galo.
Ao todo o São Paulo jogou sete partidas, venceu cinco e empatou duas, são 31 gols marcados e apenas cinco sofridos.
Essa geração formada por atletas entre 2004 e 2005 é a que mais gera expectativa atualmente em Cotia e mostra uma certa mudança de diretriz na formação de jogadores. Conhecido por formar meias de muita qualidade técnica, o São Paulo nunca teve uma geração tão dribladora como esse sub-17. Cotia conseguiu atletas de velocidade e drible curto, muitas referências do futsal, sem perder a formação tradicional do clube.
Pela quantidade de grandes talentos, os garotos dessa geração são comparados aos antecessores das safras entre 98 e 2001, que tiveram nomes como Militão, Liziero, Luan, Gabriel Sara, Igor Gomes, Tuta, Rodrigo Nestor, Antony, Helinho, Morato, Brenner, entre outros.
Conheça alguns destaques da geração:
Leandro Mathias – Goleiro
Nascido em 2004, Leandro pode conquistar o bicampeonato consecutivo da Copa do Brasil sub-17. Na temporada de 2020, que terminou no início de 2021, o jovem revezou com Felipe Carneiro, hoje no sub-20, mas se tornou o goleiro principal da equipe e foi titular nas duas decisões, a final da Copa do Brasil e da Supercopa. Em 2021, Leandro segue mostrando porque o São Paulo resolveu apostar nele e trouxe o jogador do Amparo em 2019. Atualmente, o jovem é considerado como o principal expoente da posição no clube e mesmo aos 17 anos, já atuou pelo sub-20 com Alex.
Ythallo – Zagueiro
Outro jovem nascido em 2004, Ythallo tem uma história curiosa, pois chegou ao São Paulo como atacante ainda no sub-13, mas foi transformado em zagueiro rapidamente em Cotia. O jovem é principal o nome da zaga são-paulina e segue uma linha de grandes zagueiros da base, que recentemente formou Militão, Tuta e Morato, que já fazem sucesso na Europa. Ythallo vem mostrando toda a sua qualidade na zaga, mas também como artilheiro, tem quatro gols na temporada, apenas um pela Copa do Brasil.
João Moreira – Lateral/Zagueiro
João Moreira é um caso fora da caixa dessa temporada. O jovem, que era lateral direito, passou a ser utilizado na esquerda por conta da disputa de posição e mesmo destro chamou a atenção pelo outro lado do campo. Mostrando muita maturidade defensiva, despertou o interesse da Seleção de Portugal sub-18, que aproveitou a dupla-nacionalidade para chamá-lo para um torneio na Europa. Atualmente, João vem sendo muito utilizado por Alex no sub-20, inclusive como zagueiro e por isso aparece menos no sub-17.
Caio Matheus – Atacante
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Caio Matheus está longe de ser uma novidade. Na temporada anterior, mesmo sendo um ano mais jovem, nascido em 2004, foi um dos principais destaques das conquistas do São Paulo e titular absoluto do time, sendo artilheiro da equipe no Brasileiro da categoria. Em 2021 o nível de Caio só cresceu e ele assumiu o papel de protagonista absoluto. São 23 jogos e 14 gols na temporada, a maior parte deles no Brasileiro sub-17, em que foi a rede nove vezes. Até no sub-20 Caio já estreou e foi muito bem, com um gol e uma assistência contra o Audax. O camisa 7 é um atacante incisivo e agressivo na sua postura em campo, sempre buscando o gol e brigando bastante, mas com muita velocidade, qualidade para o drible e uma forte finalização. Dos jovens do ataque do sub-17, hoje é o que parece mais pronto para a disputa nas categorias de cima, mostrando evolução técnica e física. Sua trajetória no sub-20 pode ser parecida com a de Marquinhos, que já está no profissional.
Felipe Negrucci – Zagueiro/Volante
Negrucci, nascido em 2004, é outro nome que quem acompanha o sub-17 já tinha ouvido falar, já que o volante/zagueiro foi parte extremamente importante das conquistas da temporada anterior. Capaz de atuar bem nas posições defensivas centrais, o jovem mostra muita capacidade de disputa no jogo físico e poder de marcação, sendo inclusive muito utilizado por Alex no sub-20.
Luiz Henrique – Meia-atacante
Luizinho, que por meio da sua família confessou que prefere ser chamado de Luiz Henrique, também é nascido em 2004. Apareceu menos do que Caio nas conquistas de 2020/21, mas na temporada atual assumiu um papel extremamente importante no time, especialmente com a ausência do companheiro Rodriguinho, que vem tendo problemas com dores no joelho. Luizinho é o atleta da velocidade e do drible curto, trabalha muito bem os cruzamentos e fez até gol olímpico neste ano. Assumiu a camisa 10 do São Paulo sub-17 e já passou a ser muito utilizado por Alex no sub-20, aparecendo muito bem na equipe de cima.
Mateus Amaral – Meia
Meia da Seleção Brasileira em categorias anteriores, Mateus brigou por seu espaço no sub-17. Nascido em 2004, o jovem teve uma disputa difícil pela vaga no meio de campo do tricolor e começou a aparecer mais no ano quando o técnico Menta tentava mudar o estilo de jogo do time, tirando um dos seus meias mais dribladores, como Rodriguinho e Luiz Henrique, para colocar Mateus, mais capaz de cadenciar e carregar a bola. Com uma boa finalização de fora da área e notória capacidade de organizar e distribuir o jogo, o meia virou uma peça importante do time.
Matheus Alves – Meia/Volante
Matheus Alves é uma das grandes surpresas do São Paulo na temporada. Enquanto Ythallo, Leandro e Caio já apareceram muito bem na temporada anterior, o jovem, nascido em 2005, aparece como um dos principais expoentes de uma geração considerada uma das mais habilidosas de Cotia. Matheus Alves é um meia de rara habilidade, mas se destaca pela qualidade pressionando o adversário. Na marcação, Alves, como é mais chamado, é muito bom marcando a linha de passe e a saída de bola, a proteção também é sempre impecável e a qualidade para o passe conclui com maestria as características de um jogador com um perfil muito versátil para a posição.
Newertton Palmares – Atacante/Ponta
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Newertton também faz parte da geração 2005 do tricolor e veio do Sport em 2019, já com status e moral, gerando muita expectativa pelo seu desempenho. Sem poder atuar pelo São Paulo devido à pandemia de Covid-19, o garoto fez alguns poucos jogos pelo sub-14 e já chamou muita atenção no seu início em Cotia. Quando o ano do sub-17 começou, Newertton demorou alguns jogos para assumir seu posto na equipe, mas depois que virou titular não saiu mais e se tornou um dos principais assistentes do time. O drible rápido, seja mais longo ou curto, a velocidade, o corte e a qualidade no passe, vão mostrando um jogador diferenciado. Guardadas as proporções, as características de Newertton lembram as de Rodrygo, quando o atacante do Real Madrid atuava na base do Santos, embora o santista, até por ter sido preparado desde o sub-11 como uma pequena joia, estivesse mais pronto e maduro na mesma faixa etária.
12º jogador:
O São Paulo não tem um, mas sim alguns jogadores, que sempre entram em campo e muitas vezes mudam o panorama do jogo. É o caso de Enzo Boer, que foi camisa 10 da geração 2005 e constantemente é utilizado no atual sub-17, anotando seis gols em 13 jogos pelo time. O atacante Enzo Perroni, também de 2005 e que conta com cinco gols em sete jogos no sub-17 também faz parte dessa classe, junto com o zagueiro Andrade, outro nascido em 2005 e que é considerado o principal nome da defesa sub-16. Muitos outros nomes ainda buscam seu espaço e devem aparecer mais na próxima temporada, como Léo Jance na lateral esquerda, o zagueiro Dudu Cruz e o meia Raphael.
O desfalque:
Apesar de tantos jogadores mostrando grande forma, o São Paulo sofre com um sério desfalque: o meia Rodriguinho. Nascido em 2004, o jovem é um nome quase cravado na Seleção sub-17 e um dos principais expoentes da categoria no Brasil. Um drible curto sensacional, grande poder de passe, finalização, bom na bola parada, é daqueles jogadores que desde as categorias inferiores chamam a atenção de todos. Recuperado de lesão, foi aos poucos encontrando seu espaço e vinha em um grande momento, com cinco gols marcados em dez jogos, quando voltou a sentir dores no joelho. Tratando da questão física, o jovem não atua desde 31 de julho, na derrota para o Flamengo, na semifinal do Brasileirão.
Há, além desses, muitos outros atletas que vêm aparecendo bem, como os recém-chegados Kayque Ryann, Kauê Canela, Lucas Inácio e Eduardo Brito, o futebol do São Paulo sub-17 é de qualidade e bom de assistir. Claro, há oscilações e falhas, como é natural da categoria, mas é possível citar as qualidades do time inteiro, jogador por jogador, provando que realmente estamos falando de uma das melhores gerações de Cotia.
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