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São Paulo chega em mais uma decisão no sub-17: veja os destaques

Rubens Chiri / saopaulofc.net

O São Paulo chegou em mais uma final de Copa do Brasil sub-17 e pode conquistar o bicampeonato consecutivo da competição, a terceira conquista do tricolor na história, que consagraria a geração que é vista como uma das mais habilidosas de Cotia. As duas vitórias contra o Atlético-MG na semifinal, 1 a 0 em Belo Horizonte e 3 a 1 em Cotia, colocaram o São Paulo frente a frente com seu algoz no ano, o Flamengo.

A final coloca de fato dois dos melhores times sub-17 do país na disputa da taça, em um jogo bastante parelho, mas que tem o time de Cotia buscando uma redenção contra as crias do Ninho . Apesar do grande ano, o São Paulo sub-17 ainda não conseguiu superar o Flamengo e foi inclusive eliminado pelo rubro-negro no Brasileirão da categoria. Na primeira fase da competição, o São Paulo criou muito, mas acabou derrotado por 1 a 0, mas o grande baque veio no mata-mata.

Na semifinal os dois times voltaram a se encontrar e o Flamengo levou a melhor após dois jogos. Na ida, em Cotia, o São Paulo abriu 2 a 0 com apenas 12 minutos de jogo, mas viu o adversário virar o jogo ainda na primeira etapa e só conseguiu o empate quase no último lance, com um gol de Eduardo Brito, selando o confronto em 3 a 3. Na volta, mais um duelo emocionante, em que o tricolor novamente saiu na frente, com um gol de Ythallo, aos 34 minutos. Porém, na segunda etapa, o Flamengo virou, conquistou a vitória por 2 a 1 e a vaga na final contra o Vasco. No clássico carioca, o Flá saiu atrás na ida, mas reverteu o resultado na volta e foi campeão do Brasileirão sub-17.

A final da Copa do Brasil sub-17 está programada para acontecer em dois jogos, nos dias 9 e 16 de novembro.

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O São Paulo fez uma grande campanha na Copa do Brasil sub-17 até o momento. Na primeira partida venceu o Grêmio Santo Antônio por 14 a 0, na segunda rodada foram duas vitórias contra o Jacuipense, por 4 a 1 e 8 a 2. Contra o Fluminense, nas quartas de final, o confronto mais difícil, que terminou com dois empates: 1 a 1 e 0 a 0, com o tricolor paulista levando a melhor nas penalidades. Na semifinal, como já citado, duas vitórias contra o Galo.

Ao todo o São Paulo jogou sete partidas, venceu cinco e empatou duas, são 31 gols marcados e apenas cinco sofridos.

Essa geração formada por atletas entre 2004 e 2005 é a que mais gera expectativa atualmente em Cotia e mostra uma certa mudança de diretriz na formação de jogadores. Conhecido por formar meias de muita qualidade técnica, o São Paulo nunca teve uma geração tão dribladora como esse sub-17. Cotia conseguiu atletas de velocidade e drible curto, muitas referências do futsal, sem perder a formação tradicional do clube.

Pela quantidade de grandes talentos, os garotos dessa geração são comparados aos antecessores das safras entre 98 e 2001, que tiveram nomes como Militão, Liziero, Luan, Gabriel Sara, Igor Gomes, Tuta, Rodrigo Nestor, Antony, Helinho, Morato, Brenner, entre outros.

Conheça alguns destaques da geração:

Leandro Mathias – Goleiro

Nascido em 2004, Leandro pode conquistar o bicampeonato consecutivo da Copa do Brasil sub-17. Na temporada de 2020, que terminou no início de 2021, o jovem revezou com Felipe Carneiro, hoje no sub-20, mas se tornou o goleiro principal da equipe e foi titular nas duas decisões, a final da Copa do Brasil e da Supercopa. Em 2021, Leandro segue mostrando porque o São Paulo resolveu apostar nele e trouxe o jogador do Amparo em 2019. Atualmente, o jovem é considerado como o principal expoente da posição no clube e mesmo aos 17 anos, já atuou pelo sub-20 com Alex.

Ythallo – Zagueiro

Outro jovem nascido em 2004, Ythallo tem uma história curiosa, pois chegou ao São Paulo como atacante ainda no sub-13, mas foi transformado em zagueiro rapidamente em Cotia. O jovem é principal o nome da zaga são-paulina e segue uma linha de grandes zagueiros da base, que recentemente formou Militão, Tuta e Morato, que já fazem sucesso na Europa. Ythallo vem mostrando toda a sua qualidade na zaga, mas também como artilheiro, tem quatro gols na temporada, apenas um pela Copa do Brasil.

João Moreira – Lateral/Zagueiro

João Moreira é um caso fora da caixa dessa temporada. O jovem, que era lateral direito, passou a ser utilizado na esquerda por conta da disputa de posição e mesmo destro chamou a atenção pelo outro lado do campo. Mostrando muita maturidade defensiva, despertou o interesse da Seleção de Portugal sub-18, que aproveitou a dupla-nacionalidade para chamá-lo para um torneio na Europa. Atualmente, João vem sendo muito utilizado por Alex no sub-20, inclusive como zagueiro e por isso aparece menos no sub-17.

Caio Matheus – Atacante

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A careta, tradicional comemoração do atacante Caio | Foto: Rubens Chiri / saopaulofc.net

Caio Matheus está longe de ser uma novidade. Na temporada anterior, mesmo sendo um ano mais jovem, nascido em 2004, foi um dos principais destaques das conquistas do São Paulo e titular absoluto do time, sendo artilheiro da equipe no Brasileiro da categoria. Em 2021 o nível de Caio só cresceu e ele assumiu o papel de protagonista absoluto. São 23 jogos e 14 gols na temporada, a maior parte deles no Brasileiro sub-17, em que foi a rede nove vezes. Até no sub-20 Caio já estreou e foi muito bem, com um gol e uma assistência contra o Audax. O camisa 7 é um atacante incisivo e agressivo na sua postura em campo, sempre buscando o gol e brigando bastante, mas com muita velocidade, qualidade para o drible e uma forte finalização. Dos jovens do ataque do sub-17, hoje é o que parece mais pronto para a disputa nas categorias de cima, mostrando evolução técnica e física. Sua trajetória no sub-20 pode ser parecida com a de Marquinhos, que já está no profissional.

Felipe Negrucci – Zagueiro/Volante

Negrucci, nascido em 2004, é outro nome que quem acompanha o sub-17 já tinha ouvido falar, já que o volante/zagueiro foi parte extremamente importante das conquistas da temporada anterior. Capaz de atuar bem nas posições defensivas centrais, o jovem mostra muita capacidade de disputa no jogo físico e poder de marcação, sendo inclusive muito utilizado por Alex no sub-20.

Luiz Henrique – Meia-atacante

Luizinho, que por meio da sua família confessou que prefere ser chamado de Luiz Henrique, também é nascido em 2004. Apareceu menos do que Caio nas conquistas de 2020/21, mas na temporada atual assumiu um papel extremamente importante no time, especialmente com a ausência do companheiro Rodriguinho, que vem tendo problemas com dores no joelho. Luizinho é o atleta da velocidade e do drible curto, trabalha muito bem os cruzamentos e fez até gol olímpico neste ano. Assumiu a camisa 10 do São Paulo sub-17 e já passou a ser muito utilizado por Alex no sub-20, aparecendo muito bem na equipe de cima.

Mateus Amaral – Meia

Meia da Seleção Brasileira em categorias anteriores, Mateus brigou por seu espaço no sub-17. Nascido em 2004, o jovem teve uma disputa difícil pela vaga no meio de campo do tricolor e começou a aparecer mais no ano quando o técnico Menta tentava mudar o estilo de jogo do time, tirando um dos seus meias mais dribladores, como Rodriguinho e Luiz Henrique, para colocar Mateus, mais capaz de cadenciar e carregar a bola. Com uma boa finalização de fora da área e notória capacidade de organizar e distribuir o jogo, o meia virou uma peça importante do time.

Matheus Alves – Meia/Volante

Matheus Alves é uma das grandes surpresas do São Paulo na temporada. Enquanto Ythallo, Leandro e Caio já apareceram muito bem na temporada anterior, o jovem, nascido em 2005, aparece como um dos principais expoentes de uma geração considerada uma das mais habilidosas de Cotia. Matheus Alves é um meia de rara habilidade, mas se destaca pela qualidade pressionando o adversário. Na marcação, Alves, como é mais chamado, é muito bom marcando a linha de passe e a saída de bola, a proteção também é sempre impecável e a qualidade para o passe conclui com maestria as características de um jogador com um perfil muito versátil para a posição.

Newertton Palmares – Atacante/Ponta

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Newertton Palmares | Foto: Rubens Chiri / saopaulofc.net

Newertton também faz parte da geração 2005 do tricolor e veio do Sport em 2019, já com status e moral, gerando muita expectativa pelo seu desempenho. Sem poder atuar pelo São Paulo devido à pandemia de Covid-19, o garoto fez alguns poucos jogos pelo sub-14 e já chamou muita atenção no seu início em Cotia. Quando o ano do sub-17 começou, Newertton demorou alguns jogos para assumir seu posto na equipe, mas depois que virou titular não saiu mais e se tornou um dos principais assistentes do time. O drible rápido, seja mais longo ou curto, a velocidade, o corte e a qualidade no passe, vão mostrando um jogador diferenciado. Guardadas as proporções, as características de Newertton lembram as de Rodrygo, quando o atacante do Real Madrid atuava na base do Santos, embora o santista, até por ter sido preparado desde o sub-11 como uma pequena joia, estivesse mais pronto e maduro na mesma faixa etária.

12º jogador:

O São Paulo não tem um, mas sim alguns jogadores, que sempre entram em campo e muitas vezes mudam o panorama do jogo. É o caso de Enzo Boer, que foi camisa 10 da geração 2005 e constantemente é utilizado no atual sub-17, anotando seis gols em 13 jogos pelo time. O atacante Enzo Perroni, também de 2005 e que conta com cinco gols em sete jogos no sub-17 também faz parte dessa classe, junto com o zagueiro Andrade, outro nascido em 2005 e que é considerado o principal nome da defesa sub-16. Muitos outros nomes ainda buscam seu espaço e devem aparecer mais na próxima temporada, como Léo Jance na lateral esquerda, o zagueiro Dudu Cruz e o meia Raphael.

O desfalque:

Apesar de tantos jogadores mostrando grande forma, o São Paulo sofre com um sério desfalque: o meia Rodriguinho. Nascido em 2004, o jovem é um nome quase cravado na Seleção sub-17 e um dos principais expoentes da categoria no Brasil. Um drible curto sensacional, grande poder de passe, finalização, bom na bola parada, é daqueles jogadores que desde as categorias inferiores chamam a atenção de todos. Recuperado de lesão, foi aos poucos encontrando seu espaço e vinha em um grande momento, com cinco gols marcados em dez jogos, quando voltou a sentir dores no joelho. Tratando da questão física, o jovem não atua desde 31 de julho, na derrota para o Flamengo, na semifinal do Brasileirão.

Há, além desses, muitos outros atletas que vêm aparecendo bem, como os recém-chegados Kayque Ryann, Kauê Canela, Lucas Inácio e Eduardo Brito, o futebol do São Paulo sub-17 é de qualidade e bom de assistir. Claro, há oscilações e falhas, como é natural da categoria, mas é possível citar as qualidades do time inteiro, jogador por jogador, provando que realmente estamos falando de uma das melhores gerações de Cotia.

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