A torcida do Cruzeiro não sabia, mas há 10 anos, a diretoria celeste assinava o contrato com o jogador certo. No dia 2 de julho de 2010, a Raposa comprou os direitos do meia argentino Walter Montillo, por cerca de R$ 6,2 milhões. Mas o reforço veio acompanhado de um certo gosto amargo. O sonho de consumo da diretoria era trazer Riquelme para Belo Horizonte, mas as negociações com o Boca Juniors acabaram esfriando e os cartolas tiveram que apelar para o plano B.
Montillo chegou à Belo Horizonte no começo de agosto, depois de que o seu antigo time, a Universidad do Chile, foi eliminado nas semifinais da Taça Libertadores. Não demorou muito para que o atleta caísse nas graças da torcida, junto com a sua icônica comemoração do cavalinho. Em sua primeira temporada, o armador marcou 7 gols, deu duas assistências e foi uma das peças centrais do time na campanha que culminou no vice do Brasileirão. Montillo terminou o ano sendo eleito um dos melhores meias do campeonato pela Revista Placar, recebendo a tão desejada Bola de Prata das mãos de outra lenda do Cruzeiro: Juan Pablo Sorín.
Relembre alguns dos melhores momentos
O ano seguinte não foi tão gentil com a Raposa. Após um bom começo na Taça Libertadores, goleando o Estudiantes (ARG) por 5 a 0, o Cruzeiro foi eliminado nas oitavas de final, pelo desconhecido Once Caldas (COL). Duas semanas depois, o elenco celeste levantou a taça do Campeonato Mineiro. Em seguida, veio o fatídico Campeonato Brasileiro de 2011, no qual a Raposa só conseguiu se safar do rebaixamento na última rodada, após a vitória histórica de 6 x 1 em cima do Atlético-MG. Apesar da campanha com altos e baixos, Montillo foi eleito novamente um dos melhores meias do campeonato, levando para casa mais uma bola de prata.
Já a temporada de 2012 trouxe um momento histórico para o armador argentino. Montillo se tornou o jogador estrangeiro com mais gols anotados pelo clube, superando a marca de 28 tentos estabelecida pelo colombiano Aristizábal. Porém, a torcida cruzeirense amargou um ano bem mediano para os padrões da equipe, vendo o time do coração ficar fora da disputa dos principais títulos. O Cruzeiro não alcançou as finais do Campeonato Mineiro, foi eliminado nas oitavas da Copa do Brasil e terminou o Brasileirão na nona posição.
A diretoria celeste sentiu que era necessário uma mudança drástica para ver o clube voltar ao topo da tabela. Dos 33 atletas que terminaram a temporada, apenas 18 voltaram para o ano seguinte. E Montillo não foi um desses. O armador foi vendido para o Santos, pelo valor de R$ 16,2 milhões. Ao todo, o meia atuou em 122 partidas, marcou 36 gols, deu 36 assistências e se tornou um dos maiores ídolos da torcida.
