Automobilismo

Ucrânia pede para FIA banir pilotos da Rússia e Belarus após invasão

Federação da Ucrânia pede banimento de pilotos e de eventos na Rússia após invasão do país.

Foto: Divulgação / Haas F1 Team

A Federação Ucraniana de Automobilismo (FAU) publicou uma carta direcionada para o presidente da Federação Internacional de Automobilismo (FIA), Mohammed Ben Sulayem, no domingo, 27, fazendo um número de pedidos referentes à atual invasão da Ucrânia feita pelos russos.

(Divulgação / Haas F1 Team)
Nikita Mazepin disse em tweet que ‘é um momento difícil’ e não tem ‘controle sobre a situação’ (Divulgação / Haas F1 Team)

Na última sexta-feira, 25, a Fórmula 1 já havia cancelado oficialmente o GP de Sochi, na Rússia, marcado originalmente para o fim de semana do dia 27 de setembro. A decisão se concretizou depois de pilotos como Sebastian Vettel e Max Verstappen falarem que não iriam correr no país. Outros eventos fora do automobilismo, como a final da UEFA Champions League, também já se retiraram da Rússia.

A carta de Leonid Kostyuchenko, presidente da FAU, começa considerando a situação do país, com ‘grandes cidades sendo bombardeadas por mísseis balísticos’, e na sequência listou seus pedidos para Ben Sulayem. O principal requisito foi o pedido de banir pilotos com licença da RAF (Federação Russa de Automobilismo) ou BAF (Federação Belarussa de Automobilismo) de competir internacionalmente.

Os outros pedidos da FAU para o presidente da FIA foram:

  • Banir os símbolos estatais/governamentais da Rússia ou de Belarus ‘os países agressores’ de competições da FIA ou sancionadas pela federação
  • Proibir a realização de eventos da FIA, ou sancionadas pela federação, em território russo ou belarusso
  • Proibir a realização de eventos da RAF, ou sancionadas pela federação russa, em território ucraniano
  • Expulsar da FIA todos os membros da RAF ou da BAF
  • Expulsar todos os representantes da RAF ou BAF das comissões da FIA

A carta foi enviada como resposta a um documento de Mohammed Ben Sulayem, que demostrava total apoio à Federação Ucraniana de Automobilismo, dizendo que o presidente da FAU poderia “ter certeza que receberia todo o suporte da FIA” e que Kostyuchenko não deveria ‘hesitar’ em contatar o emirati.

Os principais afetados pelas ações na Fórmula 1 serão, nesse caso, Nikita Mazepin e a Haas. A equipe americana é patrocinada majoritariamente pela Ural Kali, empresa russa e com Dmitry Mazepin, pai do piloto, como representante. Com os pedidos ucranianos, não só o patrocínio russo provavelmente sairia, mas o piloto também seria proibido de competir.

(Divulgação / Haas F1 Team)
VF-22 foi para o terceiro dia no Circuito de Barcelona sem o patrocínio ou as cores da Ural Kali (Divulgação / Haas F1 Team)

Nos primeiros treinos da pré-temporada (23 a 25 de fevereiro, em Barcelona) a Haas já começou a sentir a pressão dos efeitos da invasão na Ucrânia. No último dia de testes, o VF-22 foi para a pista sem o seu maior patrocínio, e consequentemente sem a pintura azul e vermelha (com referência à bandeira russa).

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Além de Nikita Mazepin na Fórmula 1, outros dois pilotos podem ser afetados nos três primeiros níveis da pirâmide Fórmula: Robert Shwartzman e Alexander Smolyar. O primeiro é da Academia de Pilotos da Ferrari e após o vice-campeonato na última temporada, se tornou piloto de testes da Ferrari na F1. Apesar de nascido em Israel, pilota sob a bandeira da Rússia.

Já Smolyar vai para sua terceira temporada na Fórmula 3, agora pela MP Motorsport, e será companheiro do brasileiro Caio Collet em 2022. O piloto de 20 anos é apoiado pela equipe SMP Racing, criada pelo fundador do SMP Bank, da Rússia.

(Divulgação / Alexander Smoylar)
Alexander Smolyar venceu duas corridas e conquistou outros dois pódios em 2021 na Fórmula 3 (Divulgação / Alexander Smoylar)

Desde 2020, atletas russos não podem competir em ‘grandes eventos’ representando a bandeira da Rússia ou seu hino, por causa dos escândalos de doping nos Jogos Olímpicos. No entanto, essa ação ucraniana, se homologada pela FIA, será a ação generalizada que tem mais potencial de afetar, no caso, os pilotos russos e belarussos.

Segundo a Organização das Nações Unidas (ONU), até esta segunda-feira, 28, 422 mil pessoas deixaram a Ucrânia procurando refúgio. Além disso, ainda de acordo com a organização, 104 civis foram mortos e outros 304 foram feridos, mas reconhece que os números são menores que a realidade. Os números oficiais da Ucrânia indicam 352 mortos e 1684 feridos.

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