Na tarde deste domingo (05), o Santos anunciou oficialmente a saída do técnico Fernando Diniz. A decisão da diretoria foi tomada após a derrota diante do Cuiabá pelo placar de 2 a 1 pela 19º rodada do Campeonato Brasileiro.
O treinador, chegou em maio ao Peixe para substituir o seu antecessor Ariel Holan que pediu demissão do cargo. No comando do Santos, Diniz disputou 27 partidas, com 10 vitórias, 7 empates e 10 derrotas.
Em sua passagem, o treinador teve um início promissor com ideias concretas de jogo e com resultados animadores. Mas, a queda de rendimento coletivo e insistências em jogadores em má fase, além da falta de resultados foram determinates para a queda. Veja alguns motivos;
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1- Início promissor
Estreando contra o Boca Juniors da Argentina pela fase de grupos da Libertadores, o técnico agradou por conquistar uma vitória importante diante os argentinos. Mesmo não se classificando para a próxima fase, deu confiança aos jogadores. Com um estilo mais propositivo, conseguiu estabilizar um esquema com mais posse de bola e velocidade pelos lados de campo. Utilizando bem as ultrapassagens de seus pontas e laterais.
2- Saídas de jogadores importantes e chegadas de reforços
O técnico teve duas baixas importantes em seu elenco. As saídas do zagueiro Luan Peres vendido ao Olympique de Marseille, da França e do atacante Kaio Jorge que foi transferido para a Juventus, da Itália foram determinantes na sequência de trabalho do comandante.
Pelo outro lado, Diniz ganhou reforços importantes por oportunidades de mercado. Como Camacho que veio do rival Corinthians, do atacante Marcos Guilherme vindo do Internacional, além do lateral esquerdo Moraes que realizou um bom Campeonato Paulista pelo Mirassol. Os dois primeiros são atuais titulares. Já o ala, alterna com seu companheiro de setor Felipe Jonatan.
Agora, ao final da janela, o elenco encorpou com algumas chegadas no ataque como Léo Baptistão e Diego Tardelli. Além do zagueiro uruguaio, Emiliano Velázquez.
3- Elenco curto e insistência em jogadores
O Santos passa por um momento financeiro delicado, sendo assim, não houve grandes contratações, em questão de altos valores. Quando houve perdas de atletas por saídas ou lesões, como nos casos de Kaiky e Marinho.
O treinador teve que recorrer a volta de jogadores como Wagner Leonardo, que estava emprestado ao Náutico e teve que buscar reposição na base para suprir ausência no ataque. Como no caso da reintegração de Bruno Marques aos jogos.
Além disso, o profissional optou por manter por um bom tempo como titular, os laterais Pará e Felipe Jonatan em má fase nesta temporada.
4- Fiel ao esquema de jogo e eliminação na Sul-Americana
O treinador, por muitas vezes insistia com o mesmo estilo de jogo, sem mudar o esquema tático. Com característica de impor saída de bola desde a defesa e maior posse de bola diante o adversário.
Porém, tinha pouca objetividade e verticalidade na construção ofensiva. A ponto de insistir muito em bolas cruzadas na área, sem levar perigo. Tornando-se previsível aos adversários.
Um dos exemplos, foi a partida que culminou na eliminação na Copa Sul-Americana diante o Libertad. Jogando no Paraguai e com a vantagem, a equipe teve mais posse, mas teve erros defensivos, principalmente nas costas dos laterais. Além disso, o time pouco incomodou o adversário durante todo o confronto. No final, o Libertad venceu por 1 a 0 e avançou de fase.
5- Comportamento à beira do gramado
Durante a partida, Fernando Diniz tinha a característica de orientar seus atletas com maior entonação na voz, chamando a atenção a todo instante. Expondo seus comandados de forma aberta.
Além disso, mantinha um discurso fora da realidade nas coletivas. Como no caso da partida que resultou na goleada sofrida contra o Flamengo pelo placar de 4 a 0. No discurso, ignorou a atuação e as circunstâncias do resultado, com o objetivo de justificar uma boa apresentação de seu time:
“O que aconteceu de atípico: tivemos um pênalti questionável e entregamos dois lances, do terceiro e do quarto gols. Sem esses lances, poderia ser 1×0, 2×0, 2×1. Se considerar que foi um pênalti que provavelmente não foi e dois gols que a gente entregou, o Flamengo fez um gol”– falou o treinador após o jogo contra os cariocas.
Agora, a cúpula do Peixe analisa o perfis e nomes de treinadores para assumir o time até pelo menos o final da temporada de 2021. Nesta semana, o auxiliar Marcelo Fernandes vai comandar os treinos do plantel, visando o confronto contra o Bahia, no próximo sábado (11), às 21:00 (horário de Brasília), no estádio da Vila Belmiro. Duelo válido pela vigésima rodada do Campeonato Brasileiro.