Copa América

‘Não é um evento de grandes proporções’, diz Ministro da Saúde ao justificar Copa América no Brasil

'Não é um evento de grandes proporções', diz Ministro da Saúde ao justificar Copa América no Brasil
Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

Na manhã desta terça-feira (8), o Ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, foi até o Senado Federal para prestar depoimentos na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid-19. Em um dos vídeos exibidos para a série de questionamentos sobre as ações por parte do Ministério e Governo Federal, foi colocado a fala do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) dizendo que teve a aprovação do Ministro para a aprovação da realização da Copa América no Brasil.

Em sua fala, Bolsonaro disse ‘no que depender dele e de todos os ministros’ ocorrerá a Copa América. O presidente, ainda, comentou que esteve presente na partida entre Brasil e Equador, no estádio Beira Rio, vencido pela Seleção Brasileira por 2 a 0, pela sétima rodada das Eliminatórias da Copa do Mundo.

— No que depender de mim e de todos os ministros, inclusive o da saúde, haverá (a Copa América). Protocolo é o mesmo da Libertadores, da Sul-Americana e da Eliminatórias. Teve um jogo de Eliminatórias agora sexta-feira, com o Equador, por coincidência, numa questão de duas semanas, toda a minha equipe esteve aqui fazendo o exame, aquele de enfiar o palito no nariz e fomos para o jogo contra o Equador sem problema nenhum. Não tem que inventar nada agora no tocante à Sul-Americana, haverá no Brasil no que depender do Governo Federal — disse Bolsonaro.

O relator da ‘CPI da Covid’, Renan Calheiros (MBD), questionou Marcelo Queiroga qual foi o embasamento do Ministro para que houvesse a aprovação da realização da Copa América no Brasil. O depoente trouxe o exemplo de outras competições que estão tendo realização no país e no continente, inclusive, sem a obrigatoriedade da vacinação envolvendo as delegações dos clubes. No Campeonato Brasileiro do ano passado, 320 pessoas, entre jogadores e técnicos, foram contaminados pelo vírus, sendo uma contaminação ocorrida dentro do campo.

— A prática de esportes e jogos é liberada no Brasil, Campeonato Brasileiro aconteceu com mais de 100 partidas dentro de um ambiente controlado, sem público nos estádios, houve apenas um caso positivo. O paciente ficou hospitalizado e não houve consequências. Está acontecendo a Taça Libertadores da América, as Eliminatórias da Copa do Mundo, a Sul-Americana. Neste final de semana, houve uma competição pan-americana de ginástica no Rio de Janeiro. O esporte está liberado no Brasil e não existe provas que essa prática aumenta o nível de contaminação dos atletas, os exames de PCR que são requeridos para cidadãos desses países da Copa América ocorre normalmente independente de futebol, qualquer cidadão da Argentina e Equador entram no Brasil com o exame PCR. O transporte dos jogadores nos ônibus ocorre de uma maneira controlada, o uso de equipamentos de proteção individual, os atletas saem do ônibus, vão para o hotel. No hotel, eles ficam isolados num quarto.

Queiroga disse, também, que houve uma ‘revisão sistemática da literatura’ e que não foi apresentado nenhuma evidência do aumento do risco de circulação do vírus. O Brasil receberá 12 delegações de diferentes países para a Copa América, ao todo, são envolvidos 650 pessoas, entre comissão técnica e jogadores. No entanto, foi revelado no parlamento que 2 mil jornalistas estrangeiros já solicitaram credenciamento para a cobertura da competição de seleções.

— Eu pedi para a diretora do departamento de ciências e tecnologia para fazer uma revisão sistemática da literatura e nela não consta que essa prática aumente o risco de circulação do vírus que possa colocar em risco a vida dos jogadores ou a vida dos membros da comissão técnica. A minha função nesse episódio não foi dar aval para acontecer ou não Copa América do Brasil, porque essa não é a função do Ministério da Saúde. O que o presidente me pediu foi para avaliar os protocolos e nó avaliamos os da CBF e o da Conmebol, são protocolos que permitem a segurança da ocorrência de jogos no Brasil. Destaco também que as administrações estaduais que aceitaram a realização da Copa, Brasília, Goiânia, Mato Grosso e Rio de Janeiro, estão de acordo com esse tipo de atividade e a fiscalização se dará por parte das autoridades sanitárias desses lugares. Então, eu não vejo, do ponto de vista epidemiológico, uma justificativa que fundamente a não ocorrência do evento. Agora, a decisão de fazer ou não no evento não cabe ao Ministério da Saúde.

Por fim, Marcelo Queiroga comparou a Copa América com as Olimpíadas para provar o seu ponto de que a competição pode acontecer no Brasil. “Esse não é um evento de grandes proporções, é pequeno, com um número pequeno de pessoas e não é uma Olimpíada“, disse o Ministro da saúde.

A Copa América terá início já no próximo final de semana, num domingo (8), com a Seleção Brasileira enfrentando a Venezuela no estádio Mané Garrincha. Inicialmente o país sede seria a Colômbia, mas, devido a tensão social e política vivida no país, a ideia foi rechaçada. Depois disso, a Argentina foi a indicada para sediar a competição em conjunto com algum outro país, porém também houve mudança de planos devido ao avanço da Covid-19 no país.

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