O Atlético-MG venceu o América de Cali por 3 a 1 em Barranquilla e se classificou para as oitavas de final da Copa Libertadores de forma antecipada. Apesar do resultado, o jogo não foi um mar de flores para os jogadores do Galo que, assim como todos que estavam no gramado do estádio Romelio Martínez, sofreram com o gás lacrimogênio que foi jogado por diversas vezes durante uma batalha entre policiais e protestantes colombianos que se manifestavam contra a reforma tributária imposta no país. O lateral-direito atleticano Guga disse em entrevista coletiva após a partida que jogar nessas condições foi a pior coisa de sua vida.
— Pior coisa da minha vida. Particularmente, nunca tinha passado por isso, não tinha condições. Tanto que a gente não conseguia ficar dentro de campo, porque realmente ardia tudo, garganta, olho, nariz, tudo. É uma das piores sensações que eu já passei dentro de um campo de futebol e espero nunca mais passar. No primeiro tempo a gente estava contra o vento, então a sensação era pior, porque vinha o vento todo na cara com aquele gás e por estarmos suados, o olho ardia mais ainda, então era realmente muito difícil ficar dentro de campo. Numa situação, a bola estava vindo e eu fui olhar para cima, o olho encheu de lágrima e não consegui olhar a bola direito. É uma sensação horrível, espero que isso acabe e que a gente nunca mais passe por isso.
Guga revelou que houve uma conversa com o treinador Cuca dentro do vestiário no intervalo e que o técnico pediu ara que houvesse um empenho a mais por parte dos jogadores, devido às adversidades.
— Tivemos uma conversa sim, porque além de ser um jogo muito difícil e importante, por toda a confusão que tinha fora do estádio, era necessário que tivéssemos uma concentração a mais, uma entrega, porque realmente estava muito difícil. O primeiro tempo estava muito ruim de jogar e tínhamos que manter o foco e atenção para não se perder dentro da partida. A conversa dentro do vestiário com o professor Cuca era que a gente voltasse para o segundo tempo e entregasse algo a mais, porque a gente sabia da importância que era a vitória aqui hoje. Então, a gente voltou ainda mais focado e unido, indo para uma guerra mesmo para sair com os três pontos.
Apesar de todas as situações adversas, Guga viu uma grande partida do Atlético-MG e disse que a entrega que foi apresentada contra o América de Cali é o que a Copa Libertadores pede.
— É mais um grande jogo da nossa equipe. O último jogo contra o Cerro haviam falado que era o jogo mais importante, o melhor jogo da minha carreira e hoje acredito que, com mais uma evolução de toda a equipe, toda a entrega ajudou. Foi um grande jogo. É o que essa copa pede, essa entrega, raça, de jogo após jogo, que a gente possa manter esse caminho, evoluindo para que a gente vá crescendo dentro da competição e, quem sabe, a gente chega na final para buscar o título.
Por fim, Guga disse que vê uma evolução coletiva do Atlético-MG e que a equipe ‘soube sofrer’ quando foi necessário e também respondeu nos contra-ataques.
— Acredito que estamos crescendo muito na parte coletiva, todo mundo se ajudando muito. Quando a nossa equipe se juntou mais e arrumou a marcação, crescemos muito dentro da partida. Soubemos sofrer, atacar e contra-atacar, foi onde a gente conseguiu achar os gols e as chances. Então, foi um grande jogo. Que a gente possa continuar essa evolução, continuar entendendo o jogo dentro da partida, como sofrer e como atacar, que assim, juntos, vamos crescendo dentro da competição.
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