Oscar Piastri foi um dos grandes nomes do ano no automobilismo. O estreante da Fórmula 2 foi campeão sobre outros pilotos mais experientes como Robert Shwartzman e Guanyu Zhou, e ainda completou a sequência de títulos em anos seguidos: Fórmula Renault, Fórmula 3, e a F2 em 2021. Ainda assim, o australiano não foi recompensado com uma vaga na Fórmula 1 em 2022.
Por um regulamento da pirâmide da Fórmula, o piloto campeão da Fórmula 2 não pode mais competir na categoria. Sem um assento na elite, Piastri fará um ano como reserva na Alpine, sem um futuro definido após esse período ‘sabático’ das corridas. Sua reação à falta de uma vaga na categoria acima foi aceitando que no mundo do automobilismo, nem sempre os mais rápidos são os escolhidos:
— Para chegar na Fórmula 1 são muitos fatores diferentes além de ter resultados e ser rápido. Meu exemplo acabou sendo o caso mais claro disso. Eu fiz tudo que estava ao meu alcance para apresentar meu ritmo, mas é assim que o mundo funciona, especialmente no mundo do automobilismo. Espero que possa estar no grid em 2023. Ficarei bastante decepcionado se não conseguir, principalmente depois do meu terceiro título consecutivo. Mas é, são muitos fatores diferentes para conseguir entrar na F1.
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Além da mentalidade preparada para obstáculos como os apresentados na sua primeira possibilidade de estar entre os 20 pilotos da Fórmula 1, o australiano também tem o ‘suporte’ de seus compatriotas, Mark Webber e Daniel Ricciardo. O primeiro, vencedor de oito corridas na F1, acredita que apenas faltam vagas para ele, pois sobrou merecimento:
— É o mais tardio que pode acontecer, acho que estamos cientes disso, 2023 é o mais tardio possível, mas até poderiam aparecer chances antes disso, nunca se sabe. […] Nós sabemos e não há ninguém questionando que ele merece subir para a Fórmula 1 ano que vem (2022), mas foi apenas o jeito que o mercado se desenrolou. Não havia vagas disponíveis e a rotatividade não estava lá.
Já para Ricciardo, que vai para sua 12ª temporada na F1, o mais surpreendente foi como Piastri simplesmente dominou a competição que estava estreando. O australiano foi campeão com 60.5 pontos de vantagem para o segundo colocado:
— Ele não apenas ganhou, ele dominou. Não acredito que alguém realmente esperava que ele ganhasse. Lutar por um título é uma coisa, mas ganhar confortavelmente é outra bem maior. Não acho que ninguém esperava que ele dominasse o campeonato como fez.
Oscar Piastri ficará como piloto de reserva da Alpine, e poderá atuar pela equipe nas corridas caso Esteban Ocon ou Fernando Alonso não estejam aptos no fim de semana. A ‘esperança’ de uma vaga titular fica no contrato de Alonso, que renovou até o fim de 2022, enquanto Ocon, até o momento, tem acerto com a equipe francesa até 2024.