Maior ídolo da história do Atlético-MG, José Reinaldo de Lima, o Rei do Galo, completa 65 anos nesta terça-feira, o primeiro ano podendo dizer que é campeão Brasileiro pelo Galo, algo que pode-se dizer que lhe foi tirado quando atuava.
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Foram 475 jogos e 255 gols com a camisa do Atlético-MG para Reinaldo, ninguém marcou mais que ele. A estreia foi em 1973, logo aos 16 anos, e o adeus em 1985, já muito baleado pelas contusões no joelho, que encerram sua carreira mais cedo. Contusões essas que, segundo Zico, seu maior “rival” na época, minaram a chance de Reinaldo de ser o mais próximo de Pelé. O Rei ainda ficou marcado historicamente por sua luta contra a ditadura e em defesa do movimento negro. Virou símbolo de resistência a ponto de ser investigado pela Ditadura Militar.
Pelo Galo, muitos títulos, mas um especial, nunca veio em campo, o de campeão Brasileiro. Por duas vezes, em campo, bateu na trave. Em 1977, foi tirado da grande final, contra o São Paulo, após fazer um campeonato em que marcou 28 gols em 18 jogos. Sem ele, o Galo não foi campeão. Em 1980, Reinaldo marcou os três gols do Galo nas finais contra o Flamengo (1×0 e 2×3), mas novamente foi tirado de campo (expulso) e viu o time mineiro perder o título por conta do regulamento que dava vantagem a quem teve melhor desempenho na semifinal.
A história mudou em 2021. Já aposentado há décadas, Reinaldo passou a ser mais presente no Atlético, trabalhando no clube. No último ano, foi comentarista da TV do clube em vários jogos, e não se segurou ao ver o sonhado título se aproximar após as vitórias contra o Corinthians e, principalmente, contra o Fluminense, na qual ele não se aguentou e disse que o Galo já era campeão, mesmo que ainda não matematicamente. Nessa partida, inclusive, foi homenageado pelo craque do time, Hulk, que comemorou um de seus gols com o famoso gesto do punho cerrado, marca do Rei.
No fim, o Rei levantou a taça do Campeonato Brasileiro e recebeu a merecida medalha de campeão, que não foi conquistada em campo por ele, mas que, sem dúvidas, teve sua grande contribuição, seja ela ao “forjar o Atlético” ou nos dias atuais, ao ainda fazer parte do clube de forma ativa.
Reinaldo é a exemplificação de que não precisa ser o maior vencedor ou vencer todos os principais títulos para ser O maior.