Neste domingo (06), após 924 dias, o América-MG jogará uma partida de Série A em sua casa, na Arena Independência. A data especial, no entanto, não terá o convidado principal: a torcida, que se transforma e se adapta para transmitir boas energias aos jogadores.
Contra o Corinthians, às 16h, o Coelho buscará seus primeiros pontos na elite do futebol nacional, mas, devido à pandemia de coronavirus, que assola o mundo desde o início de 2020, não terá seus torcedores ao lado, que tanto esperaram por esse momento.
Idealizador da Barra UNA, uma das torcidas do clube, Lucas Prates classifica como “extrema tristeza” o fato de não poder ir ao Portão 6 “alentar e empurrar o Coelhão rumo à permanência”, mas tem otimismo e já visa um futuro melhor.
– Fé que em breve, com todos vacinados, voltaremos ainda mais fortes para juntos quem sabe, disputarmos nossa primeira competição Internacional –, disse.
Também membro da UNA, Guilherme Rios, o Saci, vê como “cruel” ter o América-MG na Série A e não poder apoiar.
– A sensação é ruim por que estamos vendo o clube vivendo uma ascensão no cenário nacional e o torcedor não participar é cruel. Mas mesmo de longe estamos sempre mandando energias positivas –, refletiu Rios.
TERAPIA
Estar no estádio, para eles, é quase uma sessão terapêutica. Na Arena Independência, tudo é esquecido. Problemas do dia a dia viram poeira quando o foco é apoiar o América-MG. Nada mais importa e nada chama mais atenção, todos os olhares estão voltados para um só objetivo. É um legado de família e um projeto de vida.
Guilherme Rios relembra o histórico 2020 feito pelo Coelho e diz que “foi de partir o coração não poder curtir o 2020 que o América teve longe dos amigos e da nação americana”.
Seu parceiro de Portão 6, Lucas Prates relembra o início de sua trajetória como frequentador ainda do antigo Independência, e define a felicidade vivida com a Barra UNA.
– Assistir um jogo do Coelho no Independência faz parte da minha vida, afinal desde meus 4 anos de idade eu faço isso. Comecei com meu saudoso e tão querido Tio Paulo, que me formou como Americano. Hoje, fazer parte da Barra UNA primeiro movimento da torcida americana inspirado nas torcidas uruguaias e argentinas, é a realização de um sonho para mim, já que sempre fui um fã incondicional das hinchadas portenhas –, falou.
– Hoje, ver a Barra fazendo o Portão 6 pulsar nos jogos é algo de encher de lágrimas nossos olhos. Agora, podemos afirmar que o América tem uma torcida vibrante, que joga junto e empurra o time nos momentos bons e nos ruins ainda mais –, emocionado, disse Prates.
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QUEM NÃO TEM CÃO, CAÇA COM GATO
Fora dos estádios há mais de um ano, os torcedores precisam se adaptar na maneira de curtirem e acompanharem o próprio time. Muitos, inclusive, apostam em rituais e superstições.
Com Lucas Prates, não é diferente. Fanático pelo América-MG, o jornalista dá sua contribuição para “ajudar” o Alviverde a vencer seus desafios.
– Em casa, desde a Copa do Brasil do Ano passado na partida contra a Ferroviária, onde nos classificamos com um gol do Rodolfo já nos acréscimos, criei a superstição de assistir ao jogo no computador e no quarto do meu irmão sozinho. Como deu certo, né? E já diria o velho ditado: ‘Time que está ganhando não se mexe’ –, brincou.
Assim como ele, Guilherme ‘Saci’ Rios também faz seu preparativo. Neste caso, para ele, é fundamental a logística pré-jogo no Independência para a decoração.
– Acompanho através das Transmissões em casa. Todo jogo em casa, um dia antes participo da logística das torcidas e dentro do Indepa tento ali transmitir o máximo de vibração para quando os jogadores entrarem em campo, sentirem que de fato a torcida está junto –, opinou.
Por enquanto, em 2021, ainda não será possível retornar à Arena Independência, mas os torcedores esperam que o América-MG consiga a tão sonhada permanência para, em um futuro próximo, poderem apoiar o time na elite do futebol brasileiro dentro do estádio.
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