Atlético-GO

Análise: A bagunça no extracampo do Atlético-GO chegou aos gramados

Foto: Comunicação-Libertad

Sabe aquele meme da “expectativa vs realidade”? Para quem estava em uma ilha deserta e não conhece a piada, eu explico; a graça é mostrar algo que parecia um sonho, virando um pesadelo. Por exemplo, quando o Atlético-GO começou o ano empilhando 20 jogos de invencibilidade, depois venceu Palestino e Libertad, ambos fora de casa, no exterior, com direito a golaço do Zé do Gol… parecia que o Dragão iria voar como nunca antes foi visto. Agora, eliminado do estadual, chegando ao terceiro empate SEGUIDO em zero a zero, jogando em casa pela Sul-Americana, parece que a realidade acordou o torcedor rubro-negro aos berros.

A realidade de um time que, a poucos dias de uma partida difícil e decisiva para a história do clube, fica sem treinador. Mas (para você que não acompanha muito o Dragão) é pior do que parece. Algumas semanas atrás, nessa entrevista coletiva aqui, após a eliminação do Atlético no Campeonato Goiano, o ex-técnico Jorginho era só elogios ao presidente do clube; Adson Batista. Um amor só! O problema é que o amor acabou muito rápido. Tão rápido quanto o aumento médio de divórcios no Brasil, que cresceu 75% durante a pandemia, segundo o IBGE (só um dado importante).

No jogo seguinte à eliminação no Goianão, o Atlético decepciona mais uma vez: empata sem gols, em casa, com o pior time do grupo. Ok, teve também a contribuição de uma arbitragem terrível (pra não usar palavra de baixo calão). Vida que segue, certo? Não. O presidente do Dragão acha de bom tom criticar – publicamente – algumas decisões feitas pelo treinador durante o jogo. Daí começa a rusga entre dirigente e técnico. Jorginho então se reúne com o presidente e ameaça deixar seu cargo, caso Adson continue falando (literalmente) tudo o que pensa para a imprensa. O resto da história vocês já sabem.

+ Jorginho pede demissão do Atlético-GO

É isso mesmo; faltando cinco dias para o jogo mais decisivo da temporada do Atlético, o time fica sem treinador. Cinco dias para o auxiliar técnico, Eduardo Souza, conversar com os jogadores e arrumar a equipe. Alguns diriam: “não tinha o que mexer, o time já estava pronto…” Pois bem, o resultado dessa bagunça nos bastidores, entrou em campo de mãos dadas com os jogadores nesta quarta-feira, contra o Libertad. O que se viu foi um time apático, sem graça, sem inspiração, desorganizado, que reflete o extracampo do clube. Bastava um gol. Uma vitória em casa encaminharia a classificação. Agora, só um milagre.

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Que não se tire a responsabilidade dos jogadores também, mas que sempre tenhamos em mente que, em qualquer espectro da sociedade, o indivíduo precisa de paz no seu ambiente de trabalho para exercer a sua função. O fator psicológico e o relacionamento interpessoal, são de extrema importância para que o trabalhador consiga ser produtivo. Não dá para ter um bom ambiente onde nenhum chefe fica no cargo por muito tempo. Falta liderança. O ambiente no Atlético, hoje, infelizmente, não me parece saudável. Resta torcer para que aconteça um milagre – dentro e fora de campo – para que o Dragão consiga voltar a voar bem alto.

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