A perfeição não existe, mas o ataque do Kansas City Chiefs é o que mais se aproxima do ápice. Em uma liga de profundo estudo e táticas para minimizar o adversário, a franquia campeã do Super Bowl semana após semana encontra soluções para assombrar a NFL com uma mistura poucas vezes vista de talento e atleticismo.
Para ressaltar: o ataque transcende o talento sobrenatural de Patrick Mahomes. O quarterback é “o rosto” de um sistema vertical, agressivo, com amplo repertório e avassalador. Mas também é importante lembrar que há uma imensidão de talento ao redor do camisa 15 que faz o ataque beirar a perfeição.
Tudo começa pela brilhante mente de Andy Reid, que é um dos treinadores ofensivos mais geniais da história da NFL. Com um head coach criativo, detalhista e com vastas ideias de jogo, todos jogadores são potencializadas automaticamente.
A orquestra do “professor” tem um dos maestros mais brilhantes a pisar no mundo do futebol americano: o possível MVP Patrick Mahomes. Poucas vezes um talento tão imensurável foi visto no planeta NFL. Praticamente não há buracos no jogo do quarterback, que pune os adversário de diversas formas possíveis, seja parado no pocket distribuindo passes ou em movimento lançando de forma quase desumana. Braço forte, precisão, improviso, jogada com as pernas, liderança e magia…
Tyreek Hill
“Eu sou a velocidade” poderia ser uma frase dita por Tyreek Hill. Somado isso ao braço de Mahomes, eles se tornam uma dupla imparável. O wide receiver mostrou no último domingo (29) contra o Tampa Bay Buccaneers que é capaz de queimar marcação individual com extrema facilidade. Foram de 13 recepções, 269 jardas e 3 touchdowns ao logo da partida, o recorde da temporada 2020.
No Super Bowl diante o San Francisco 49ers a dupla apareceu no momento crucial para guiar o Kansas City Chiefs ao título. É uma combinação até injusta…
Travis Kelce
Segurança e explosão. Algumas das palavras que resumem o tight end, que aparece em jogadas pelo meio para garantir descidas cruciais. Na red zone, ele também é uma arma para Mahomes. A altura, o físico, a imposição e as rotas perfeitas entregam um repertório gigante para o melhor – ou o segundo melhor – jogador dessa posição na liga.
Se os Chiefs fossem para uma guerra, esse trio garantiria armas suficientes para duelar contra qualquer adversário. E ainda há Sammy Watkins, outro grande recebedor que faz total diferença no sistema.
O jogo terrestre
Consistência é a palavra. Não é brilhante, mas é um grande auxilio ao jogo aéreo e que entrega todos os suportes possíveis para abrir o play action e guiar o sistema em momentos importantes da partida.
Clyde Edwards-Helaire foi escolhido na 32ª posição da primeira rodada do Draft de 2020 e é o running back número 1. Ele soma quatro touchdowns pelo chão na temporada e 692 jardas corridas, que o coloca entre os 10 da NFL no quesito.
Le’Veon Bell, que chegou recentemente, ainda não engrenou, mas há possibilidade de ter grande impacto quando se encaixar perfeitamente ao sistema.
Como parar?
Depois de tudo que foi dito, a resposta mais sensata seria: não há como parar. Mas isso não é verdade em uma liga tão competitiva como a NFL, onde não há certezas e muito menos times imbatíveis. Sempre é possível encontrar soluções, mesmo contra um talento tão puro como Patrick Mahomes comandando um sistema com tantas armas.
O Las Vegas Raiders, na semana 5, mostrou algumas possibilidades com variáveis que podem ser efetivas se tudo der certo. Correr bem com a bola e controlar o relógio é o primeiro passo. Deixar Mahomes fora do campo o máximo de tempo possível é o principal segredo.
Portanto, campanhas longas do ataque são essenciais. Mais importante ainda é pontuar com touchdowns, nada de muitos field goals, pois quando o camisa 15 pegar na bola, ele irá colocar pontos no placar. Mesmo em derrotas dos Chiefs o quarterback consegue, geralmente, passar dos 30 pontos.
Pontuar e controlar relógio. Os segredos existem, mas quem é capaz de executar? Poucos… A única alternativa é flertar com a perfeição, algo que o ataque do Kansas City Chiefs é especialista.
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