Atlético-MG: conselheiro propõe alterações no nome e no escudo do clube

Nesta quinta-feira (25), o conselheiro do Atlético-MG Virgílio Guimarães enviou ao Conselho Deliberativo do Clube uma proposta que sugere transformar o nome e o escudo da equipe. Economista e deputado estadual pelo Partido dos Trabalhadores (PT), Virgílio propôs que a entidade passe a se chamar Atlético Mineiro Galo Forte e que as iniciais CAM (Clube Atlético Mineiro) sejam substituídas por GALO no escudo. 

Entre os motivos para a proposição de Virgílio estão a existência de várias equipes chamadas ‘Atlético’, o fato do clube já ter tido o nome alterado, o surgimento da ligação entre o alvinegro e o Galo, mascote do time, e a construção da Arena MRV, sinal de modernização. Todos citados na carta enviada ao Conselho Deliberativo pelo conselheiro. 

Procurado, o Atlético-MG não se manifestou sobre o assunto até o momento. 

O Conselho Deliberativo do Galo é composto por 47 Grande-Beneméritos, 135 Beneméritos, 35 Natos e 154 Eleitos, o qual Virgílio faz parte.

Em relação ao conteúdo da carta, o portal Superesportes teve acesso e publicou inicialmente. Confira, abaixo, na íntegra, o material. 

Carta aos conselheiros do Clube Atlético Mineiro

Carlos colegas conselheiros,

A propósito do aniversário do nosso clube escrevi um artigo, uma espécie de crônica, sobre um assunto que há muito me atrai e me preocupa: a modernização e competitivamente no mundo atual do futebol e o marketing a isso relacionado. Pensei em publicar, mas depois percebi que deveria, em primeiro lugar, me dirigir a meus colegas conselheiros, o que faço neste momento enviando-lhes o que seria a publicação. Aguardo críticas e sugestões. Abraço Virgílio Guimarães

GALO QUE TE QUERO GALO

Hoje, 25 de março, é Dia do Galo. Dia do Galo Forte, Galo Doido, Galo Carijó, Galo Vingador ou Galão da Massa, como preferir. Ou até do Galôô, nome de guerra e grito do coração. Nesta data, em 1908, era fundado o Athlético Mineiro Football Club, depois rebatizado Club Athlético Mineiro, ganhando mais tarde a forma atual do CAM, Clube Atlético Mineiro. Parabéns a todos nós atleticanos pelos 113 anos de muitas glórias e alegrias. Parabéns, até pelos momentos duros e cruéis: ao final se revelaram bons, a fidelidade alvinegra fez a superação, construiu a transformação, restando maior e mais forte a felicidade.

Honramos nossa tradição, mas aprendemos que esta só resulta em novas conquistas e glórias se estiver de mãos dadas com a inovação e a contemporaneidade. Assim, nossa tradição é a de sempre evoluir. Alteramos nosso nome três vezes e nosso escudo nove. Tivemos a rara ousadia de trocar nosso próprio hino, deixamos para trás o antigo, de quase meio século, solene, laudatório e distante da massa para adotarmos um novo, o atual, vibrante e motivador do time e da torcida, nosso clarim nas lutas e nas vitórias. Aqui fica claro, que a coragem de mudar, de acreditar no novo e no melhor, foi o que nos garantiu o melhor e mais cantado hino esportivo do mundo! Fomos modernos ao dispensar nosso velho campo, ” o da colina de Lourdes”, e pioneiros para, sem remorsos, em seu espaço construir moderno e lucrativo “shopping center”. Esse mesmo que depois, por conta de fina intuição e senso de futuro de lideranças idealistas, fez possível, com a alienação apenas de sua metade, alavancar recursos para chegarmos à Arena MRV, nossa futura redenção. Foi também por intuição inovadora, que a massa atleticana, por ela mesma, abraçou personagem criado por Mangabeira do Estado de Minas, tomou para si e o erigiu em mascote definitivo e símbolo avassalador do nosso time, o Galo. Fez desse nome o brado uníssono das arquibancadas que une, com inexplicável magnetismo, em um só ser indivisível, o time e a torcida. Daí advém a garra, a guerra, o gol. “Eu crédito”, sim, pois “aqui é Galo”. Nossas torcidas organizadas, todas, ostentam a palavra galo, caso nacional único de unidade interna. “E só dá Galo”, até em nossa tarefa de fazer o bem aos outros, às comunidades e ao meio ambiente, orgulhosamente apresentamos o Instituto Galo!

Agora, o olhar prá frente. “No aniversário, o presente, também é Galo prá gente!” Explico: o esporte entrou definitivamente na era do profissionalismo amplo, da competição global e do marketing, onde a fragilidade de nossa marca é patente.  Atlético é palavra diluída. São tantos os Atléticos, em tantos lugares, que o adjetivo (atlético) que se pretendeu tornar substantivo próprio (nome), resvalou para substantivo comum (ou quase nada). Cada um só se identifica por uma partícula diferenciadora qualquer. Mineiro, que é o nosso caso, também um adjetivo de localização (no exterior, passa até ideia de time de companhia de mineração), está suficientemente visto, não dá conta do recado. O cúmulo: fomos campeões das Américas e pouco restou de nós no imaginário desportivo no mundo. Dá prá repetir o “apagão” mercadológico na Libertadores que está chegando? Chega! Chegou a hora. Marca é patrimônio, temos uma de valor imensurável, consolidada, ao alcance das mãos, como ninguém possui: o nosso apelido/nome, a nossa verdadeira marca, o GALO. Urge acrescentá-lo ao nome, oficializar, usar e “abusar”. A ninguém se outorga desprezar sua melhor porção. Pois que sejamos, a partir de emenda estatutária e aprovação legal, oficialmente denominados Clube Atlético Mineiro Galo Forte, é a proposta, o nome completo, tal como já no hino. E Galo, assim curto e grosso, no marketing como na vida. Atleticanos continuaremos, assim chamados para sempre, com o GALO em nosso escudo, sendo nossa poderosa marca. Galo no placar dos estádios, nas manchetes dos jornais, nas chamadas e narrações da TV, nas conversas e em tudo, no Brasil e no mundo. De maneira fácil e forte, sempre Galo, como no povão!

Virgílio Guimarães, conselheiro do Galo

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