Atlético-MG

Com Reinaldo, Atlético-MG se manifesta sobre os 57 anos do golpe militar no Brasil

Foto: Pedro Souza / Atlético

O dia 31 de março marca o aniversário do golpe militar no Brasil, o dia que o país foi tomado pelos militares, instaurando uma ditadura que se iniciou em 1964 e durou mais de 20 anos. O futebol foi um objeto de oposição importante durante esse período, principalmente com a democracia corinthiana, mas também com manifestações de alguns jogadores. Um dos principais é o atacante Reinaldo, um dos maiores jogadores da história do Atlético.

Reinaldo nunca escondeu seu posicionamento, mesmo com toda a repressão da ditadura seguia se declarando a favor da democracia, do voto direto, da liberdade de expressão. Recentemente, arquivos públicos revelaram que o Rei era constantemente monitorado pela ditadura. Seu gesto mais simbólico era a comemoração dos gols (e não foram poucos) com o punho cerrado para o alto, gesto dos Panteras Negras – partido político revolucionário dos Estados Unidos. O Atlético não deixou de relembrar a comemoração e de se mostrar contra a Ditadura que, oficialmente, matou 434 pessoas no país.

REINALDO E AS COPAS
Reinaldo foi um dos melhores jogadores do Brasil no fim da década de 70 e durante a década de 80. Com a repressão dos militares, que também estavam no comando do futebol no país, o jogador quase ficou de fora da copa de 1978. Convocado, recebeu uma dura do então presidente, Ernesto Geisel: “Vai jogar bola, deixa que política a gente faz”. Ignorando o pedido, saiu do banco de reservas e marcou o gol de empate do Brasil na estreia da Copa, contra a Suécia, e comemorou com o punho cerrado. Mas uma manobra dos militares deixou o jogador o resto da Copa no banco, voltando a atuar apenas na decisão do terceiro lugar.

Os militares não conseguiram deixar Reinaldo fora da convocação para a Copa de 78, mas conseguiram na Copa seguinte, em 1982. Mesmo sendo o principal cotado para ser o camisa 9 da seleção naquela Copa, Reinaldo foi deixado de fora pelo técnico Telê Santana, que afirmou ser por conta de lesão (Reinaldo não estava machucado), e chegou até a declarar: “A única coisa que Reinaldo sabe fazer é jogar futebol. Mas andaram botando na cabeça dele que ele é intelectual, que precisa ajudar os índios, o Lula, o Frei Beto”. Além disso, era constante chamado de comunista, maconheiro e gay.

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