O Atlético-MG conquistou o seu 46º título do Campeonato Mineiro, após empatar com o América-MG na tarde deste domingo em 0 a 0. O Galo teve a vantagem de jogar por um empate, já que se classificou em primeiro lugar na primeira fase do Estadual. Cuca levantou o seu quarto caneco da competição, pelo clube alvinegro, mas o treinador revelou momentos de tensão antes do jogo.
Depois de vencer o Cerro Porteño no Paraguai na última quarta-feira (19), o Atlético-MG viajou de volta para Belo Horizonte na quinta (20), a tarde, e começou a preparação para a final do Campeonato Mineiro por vídeo. Na concentração, nessa sexta-feira (21), Cuca teve de levar a sua neta para o hospital, pois ela passava mal com sintomas sérios de Covid-19.
— É muito complicado para a gente, todo mundo tem um problema. Eu tenho os meus problemas, ontem eu fui concentrar com a minha neta no hospital aqui em BH, passando mal com todos os indícios dessa doença maldita. Uma criança de quatro anos, a gente correndo para lá e para cá, antes de ir para o campo levando ela para o Mater Dei e ela passando mal dentro do carro. É difícil, a cabeça da gente vai num outro universo e volta e tem que se concentrar, motivar os jogadores, encontrar um equilíbrio para uma decisão. Junto disso a minha mãe, então essas são algumas situações que as vezes vocês não sabe que um profissional tem e a gente fica meio azedo também.
Em entrevista coletiva após a final contra o América-MG, Cuca admitiu ter sido rude com a imprensa em entrevistas anteriores, mas disse que busca tratar todo mundo da melhor forma possível durante este tempo de pandemia, principalmente porque o futebol é uma da poucas atividades que continua a trazer entretenimento para as pessoas em suas casas.
— Eu vou sempre tratar o ser humano da melhor forma possível. Está todo mundo trancado, não podendo fazer o que mais gosta, jogar uma pelada, ir num barzinho fazer alguma coisa, ninguém pode. O futebol pode ainda e é onde está desovando tudo. Então, vem coisa de tudo quanto é lado, a gente tem que entender que o mundo está mudado, infelizmente.
Por fim, Cuca disse que ainda não pensa em parar de trabalhar com o futebol e fez uma lembrança ao seu ex-treinador Ênio Andrade, que, inclusive, treinou o Cruzeiro e faleceu em janeiro de 1997.
— Eu não sei se eu vou fazer falta no futebol, peço a Deus para que quando eu pare, saiba o momento de parar e que o futebol não faça falta para mim, porque eu vi grandes profissionais terem depressão depois que param e um deles foi um dos maiores treinadores que eu tive, que foi o senhor Ênio Andrade. Era um cara que mal visitavam ele e era um dos caras mais sensacionais que eu conheci.
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