Na atual temporada da NBA, muito se falou sobre o atual campeão, o Los Angeles Lakers, e do grande time recheado de estrelas, do Brooklyn Nets. Entretanto, os líderes da atual temporada regular, são duas surpresas, tanto Utah Jazz, quanto Philadelphia 76ers eram candidatos a estarem em zona de classificação para os playoffs, mas não só estão, como saltaram para liderança de suas conferências.
Jazz, jogando como música
A melhor campanha da NBA é de uma das equipes que jogam o melhor basquete da liga. Com uma campanha de 27 vitórias e nove derrotas, os líderes do Oeste surgem como mais um forte candidato ao seu primeiro título da NBA. Essa possível melhora do Jazz era algo que se imaginava após fazer uma ótima série de playoffs diante dos Nuggets na temporada passada, mas mesmo abrindo 3×1 na série, foi derrotado por 4×3. Alguns exemplos da melhora da equipe, é a média de pontos por jogo, que na temporada regular passada saltou de 111.3 pontos por jogo (13ª pior da liga), para chegar a 113.4 pontos nos playoffs (3ª melhor), até a atual temporada de 116.6 pontos por jogo (3ª melhor), fazendo que a equipe tenha a melhor média de pontos da NBA, com +/- de 8.8 por jogo.
Falando do ataque, um dos motivos que podem ajudar a entender o bom momento do Jazz, é a versatilidade que a equipe está mostrando na atual temporada. Por exemplo, a bola de 3 pontos é um dos fatores positivos da equipe, que na temporada regular passada teve 38% nos arremessos (1º colocado), mas foi o 7º colocado em volume nos arremessos do perímetro. Em 2020/21, a porcentagem melhorou, saltando para 39.8%, entretanto Utah aumentou também em volume de arremessos de 3 pontos, ocupando o 1º lugar com sobras, tendo 7.65% a mais de acertos que o 2º colocado no quesito volume. Basicamente a franquia aumentou a quantidade e a eficácia nos chutes de 3 pontos.
As estatísticas dos principais destaques da equipe têm mantido a regularidade para esta temporada. Donovan Mitchell atuou 69 partidas na temporada regular passada, com médias de 24 pontos, 4.4 rebotes e 4.3 assistências. No novo ano, o armador teve pequenas melhorias, mantendo o nível de all-star para o Jazz, com 24.7 pontos, 4.7 rebotes e 5.4 assistências por jogo. Bojan Bogdanovic, teve uma baixa em suas estatísticas, entretanto isso pode ser um sinal coletivo maior do time. O croata tem média de 15.7 pontos por jogo, baixando da temporada passada que foi de 20.2 pontos.
Mike Conley por outro lado teve um aumento, o jogador que tinha 14.4 pontos, 4.4 assistências, melhorou para 16.1 pontos e 5.7 assistências por jogo. Entretanto, mas que a pontuação o jogador tem sido mais uma força na equipe, ajudando na rotação e em bolas de confiança de 3 pontos. Fato que fez o armador ir pela primeira vez ao All-Star Game da NBA. O atleta cresceu principalmente nas médias de bola de 3 pontos.
Na defesa, a melhora da equipe passa por um nome: Rudy Gobert. O pivô está cada vez melhor ofensivamente e se consolidando como um dos melhores defensores da liga. Vale destacar que por Gobert ser um grande defensor de aro, as estatísticas podem ter alguns furos, pois muitas vezes, o adversário busca uma jogada alternativa, do que indo para cima dele no garrafão do Jazz.
Na temporada passada, a equipe teve 44.9 rebotes por jogo (13ª melhor), sendo 35.8 defensivos (8ª melhor) e 9.1 ofensivos (5º pior da liga). Esses números saltaram para a atual edição, chegando a 48.1 recuperações por jogo (2º melhor), 37 defensivos (2º melhor) e 11.1 ofensivos (4º melhor). Mas talvez a estatística mais emblemática ao lado dos rebotes ofensivos, seja a de bloqueios. O Jazz saltou de 4 bloqueios por jogo (3º pior da liga) para 5.3 por jogo (7º melhor).
A equipe de Utah é favorita ao título? Após analisar os números não tem como falar que não, mesmo não é a única favorita. O Jazz é destaque no ataque e na defesa, entretanto o caminho não será fácil, mas o último playoff pode ter servido para amadurecer a equipe que deve entrar mais consciente na fase final da competição desta temporada.
Mais um Sixers protagonista?
O outro destaque da temporada, é o líder do Leste, o Philadelphia 76ers. A equipe teve mais mudanças que Jazz de um ano para outro, e busca mostrar que pode mais uma vez voltar a ser um time favorito na temporada regular para alcançar o grande objetivo, ser uma franquia forte nos playoffs. Uma das maiores alterações, foi fora de quadra, com a contratação do experiente técnico Doc Rivers. Ele assumiu o lugar de Brett Brown, que não conseguiu fazer o elenco render na temporada regular e foi varrido na pós-temporada pelos Celtics.
Na temporada passada, a equipe mostrou grandes dificuldades para vencer fora de casa e ficou em 6º lugar do Leste com 43 vitórias e 30 derrotas. Já os números em 2020/21 do time são de 24 vitórias e 12 derrotas, mas vale ressaltar que a franquia teve uma grande complicação durante um período da temporada, pelos casos de Covid-19 no elenco, tendo que atuar em partidas com apenas sete jogadores, por exemplo na derrota para o Nuggets.
Talvez a explicação para a melhora dos Sixers seja simples, pois o grande destaque da equipe tem atuado mais na atual temporada. O aumento de pontos e de partidas jogadas por Joel Embiid pode ser o diferencial do time. Na temporada passada da franquia, o pivô perdeu quase 1/3 dos jogos. Embiid atuou em 51 partidas da fase regular, tendo médias de 23 pontos, 11.6 rebotes e 3 assistências, além de 1.3 tocos por jogo. Já em 2020/21, o jogador está saudável, sem lesões, ficando de fora de apenas seis jogos e teve um salto para 30.2 pontos por jogo, mantendo os bons números de rebotes, 11.6 e 1.4 bloqueios por jogo.
O aumento do número de bloqueios também é outro fator que chama atenção na equipe. Com Embiid participando de mais jogos, a tendência era que a equipe também melhorasse esses números na defesa. Os blocks da equipe saíram da média de 5.3 por jogo (9º melhor), para 6.2 por partida (1º da liga). Vale destacar, que com os bons números, Embiid é um dos principais nomes na corrida para o MVP da NBA. Ele lidera o ranking da liga.
Dedo de Doc Rivers? Outro ponto importante nos Sixers, esse que sempre chamou a atenção, foi a bola de 3 pontos. Na atual temporada a equipe se reforçou, trazendo nomes como Seth Curry e Danny Green para ajudar na função, entretanto, a franquia teve um salto na queda do volume de bolas de 3 por partidas. Assim usando mais a bola de 2 pontos e pontuação dentro do garrafão, ponto forte dos dois principais jogadores da equipe, Embiid e Simmons. Na temporada passada, o time teve 848 bolas de 3 por jogo (15º lugar), com uma média de 11.6 bolas de 3 por jogo. Já na atual edição foram 382 bolas de 3 por jogo (6º pior), com uma média de 10.6 bolas de 3 por jogo. Vale lembrar, que no últimos playoffs, a equipe de Philadelphia foi varrida e durante a fase mata-mata, com apenas 26.4% de aproveitamento em bola de 3, fato que pode ter ajudado a equipe virar essa chave e tentar outros modos de jogo.
Além de Embiid, outro destaque da equipe é o armador Ben Simmons que tem médias de 16.4 pontos por jogo, 7.8 rebotes, 8 assistências e 2 roubos de bola por partida. Em 2020/21, o jogador atuou em 31 partidas e mantém o nível, com médias de 16.1 pontos, 7.9 rebotes, 7.6 assistências e 1.6 roubos por jogo. Tobias Harris, quem mais atuou na equipe na temporada passada, esteve nas 72 partidas da fase regular com médias de 19.6 pontos por jogo, 6.9 rebotes e 3.2 assistências. Já neste ano, o ala manteve o protagonismo na equipe e os bons números de 20.2 pontos, 7.6 rebotes e 3.4 assistências por jogo.
Os Sixers podem voltar a serem campeões? Talvez a equipe da Philadelphia vai ter uma difícil missão, pois tem como concorrente os Nets, com um verdadeiro esquadrão, mas a franquia pode sim chegar na final da NBA. Para isso a equipe aposta na manutenção do alto nível de seu pivô.
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