O Mineirão pode ter mais um capítulo em meio aos conflitos sobre a ausência de partidas. Os deputados da Assembleia Legislativa de Minas Gerais estão se mobilizando para a instauração da CPI da Minas Arena/Mineirão, ou seja, a abertura de uma comissão que busca investigar o contrato entre a atual administradora e o Gigante da Pampulha.
A informação foi divulgada inicialmente pelo jornalista Samuel Venâncio. A mobilização está se dando através de um requerimento na casa legislativa.
O pedido de investigação se pauta por ‘eventual dano ao erário’, principalmente por uma cláusula contrato que aborda ‘elevadas contraprestações para o Estado e lucro constante para a parceira’. Para a possível instauração da Comissão Parlamentar de Inquérito, seria necessário 27 assinaturas dentre os 77 Deputados Estaduais da atual legislatura.
O acolhimento das assinaturas do requerimento está sendo liderado pelo Deputado Professor Cleiton (PV) que, em suas redes sociais, contestou a ausência de eventos relacionados ao futebol no estádio. Ele publicou que ‘não pode se tornar um palco sem futebol, visando apenas lucro com shows e/ou festas’.
A CPI da Minas Arena/Mineirão é um pedido antigo pelos deputados da ALMG. A pauta foi discursão desenvolvida em 2019, inicialmente requerido pelo ex-Deputado Estadual Léo Portela (PL), entretanto, a comissão não seguiu adiante na assembleia, sem ao menos ter uma primeira sessão sobre o caso.
CRUZEIRENSES COBRAM SATISFAÇÃO SOBRE CONFLITO E AUSÊNCIA DE PARTIDAS
Nas redes sociais, torcedores do Cruzeiro impulsionaram um abaixo-assinado, exigindo a reabertura da CPI, a ação já recolheu mais de 10 mil assinaturas na internet, o clube rompeu relações com a Minas Arena no início do ano, e até então, não realizou nenhuma partida na temporada no estádio.
O sócio majoritário da SAF celeste, Ronaldo Fenômeno, chegou a afirmar que não jogará nenhuma partida da temporada no Gigante da Pampulha, fixando a Arena Independência como a ‘casa’ para 2023. Ainda sobre o caso no lado celeste, as principais torcidas organizadas do Cruzeiro agendaram uma manifestação na Praça Sete, localizado no Centro de Belo Horizonte, para a próxima sexta-feira (31), tendo a administradora do Mineirão como alvo principal.
DIRIGENTES DE ATLÉTICO E AMÉRICA JÁ COMENTARAM SOBRE O CASO MINEIRÃO
Do lado alvinegro, o presidente do Atlético-MG, Sérgio Coelho, comentou no início do ano sobre a questão da indisponibilidade do estádio. O Galo, que ainda aguarda a inauguração da sua nova casa, a Arena MRV, teria o Mineirão para receber seus jogos até o meio do ano, mas precisou mandar alguns jogos do Campeonato Mineiro no Independência.
Em fala dita ao site ‘O Tempo Sports’ em janeiro, na estreia do estadual, o mandatário atleticano se mostrou inconformado por não poder começar a temporada no estádio.
– Lamentamos, pois o Mineirão, inaugurado em 1965, foi para atender ao futebol brasileiro. Claro que o local pode ter outros eventos, como show artísticos. Achamos que dá para fazer tudo, sim, mas a prioridade tinha que ser o futebol. (…) Lamentamos essas decisões que são tomadas. No meu ponto de vista, sem fazer nenhuma crítica aos shows artísticos, o esporte precisa ter preferência, não exclusividade.
O presidente do América-MG e também Deputado Estadual, Alencar da Silveira Jr. (PDT) , também chegou a comentar sobre os conflitos, em especial após o Mineirão estabelecer que não poderia receber o primeiro jogo da final do Campeonato Mineiro. Em entrevista ao ‘O Tempo Sports’ em janeiro, Alencar cobrou por mais prioridade aos eventos esportivos.
– Falta de respeito com o futebol. Mas, eu quero deixar bem claro só uma coisa. Só o futebol de um clube não administra um estádio. (…) O Mineirão, por carência e falta de casa de espetáculo, está fazendo de lá uma casa de shows e esquecendo do futebol. (…) O Estado, agora, tem que começar a cobrar. Nós já tentamos duas vezes uma CPI dentro da Assembleia.
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