Como um dos últimos atos como presidente dos Estados Unidos, Donald Trump aprovou na manhã deste sábado, 5, uma lei que pode complicar a vida de atletas pegos em exames antidoping. A partir de agora, se um atleta ou entidade ferir as medidas contra o doping, os EUA podem processar e condenar mesmo se não houver um atleta presente no evento. A condição mínima para uma punição é existir uma empresa originária do país. Apesar disto, as ligas estadunidenses como NFL, MLB e NBA seguem imunes aos casos e não serão englobadas na Lei Rodchenkov.
Antes de chegar até Trump, o projeto já vinha sendo criticado por organizações como a WADA (Agência Mundial de Antidoping). Com a aprovação do Senado, a lei voltou a ser debatida pois o entendimento geral era de que os Estados Unidos assumiam um precedente perigoso para afetar o “jogo limpo”. Mesmo com a “boa intenção”, a ideia da entidade é que exista apenas um conjunto de regras vigente para todos os países e que ambos possam respeitar e aderir as normas.
— Nenhuma nação jamais declarou jurisdição criminal sobre crimes de doping que ocorreram fora de suas fronteiras nacionais, e por um bom motivo. É provável que leve à sobreposição de leis em diferentes jurisdições que comprometerão a existência de um único conjunto de regras antidopagem para todos os esportes e todas as Organizações Antidopagem de acordo com o Código Mundial Antidopagem. Isso terá consequências negativas, uma vez que a harmonização das regras está no cerne do sistema antidopagem global – diz um trecho do comunicado emitido pela WADA.
A Lei faz referência a Grigory Rodchenkov, ex-diretor do Laboratório de Antidoping da Rússia que é considerado delator do esquema de dopings do país. Vivendo atualmente nos Estados Unidos, o russo foi o responsável por divulgar a série de alterações de atletas que beneficiaram grandes nomes soviéticos e que causaram a exclusão da nação dos Jogos Olímpicos e campeonato mundiais de 2016 até o fim de 2023.
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