O Galo Feminino tem um objetivo claro nesta temporada: estar entre as quatro primeiras equipes do Brasileiro Série A2 e conquistar o acesso para a elite do futebol nacional. Uma das apostas do time mineiro para que isso aconteça está na renovação do elenco e na experiência das atletas.
Entre as jogadoras que mais se destacam nesse último quesito, está Amanda Souza, goleira do Galo Feminino desde 2019 e que acompanha o desejo do clube. Ela sabe que o acesso pode mudar o “patamar” da equipe.
— O Atlético-MG tem potencial de ser um dos melhores clubes do futebol feminino, a começar pelo acesso. Depois disso, é consequência, contou em entrevista exclusiva ao ENM.
Outra aposta do Galo Feminino para chegar ao tão sonhado acesso à Série A1 é a solidez defensiva. Na primeira fase da competição, o time mineiro teve 100% de aproveitamento, com 14 gols marcados. O Atlético-MG, ao lado de Vasco, Fortaleza e Esmac, sofreu apenas um tento na primeira fase. A única equipe que passou zerada foi o Bragantino.
O sucesso defensivo da equipe para a goleira tem nome e sobrenome: trabalho. Desde fevereiro, o Galo se apresentou para realizar a pré-temporada, um diferencial para o entrosamento do time, segundo a atleta.
— Nós fomos uma das primeiras equipes a voltar a trabalhar. Fizemos uma boa pré-temporada. Fizemos um trabalho muito forte. Acho que esse é o segredo.
E, pelo que depender da arqueira, juntamente com o sistema defensivo da equipe, os times que disputarem o acesso com o time mineiro seguirão com a difícil tarefa de balançar as redes do Galo. A começar pelo Iranduba-AM, adversário das Vingadoras neste domingo, em Manaus, pela primeira partida das oitavas de final.
O confronto, às 16h, pode ser o primeiro passo para que Amanda continue seguindo o caminho de uma de suas maiores ídolos e, logo, esteja buscando o título da Série A1.
Nascida em Franca, interior de São Paulo, Amanda Souza, de 25 anos, teve em sua terra natal a inspiração que precisava para descobrir sua vocação: a goleira Luciana, que hoje defende a Ferroviária, mas em 2009 e 2012 vestiu as cores do Francana-SP, mesma equipe onde Amanda começou sua carreira, em 2011.
Curiosamente, coube ao destino fazer com que a hoje jogadora do Galo trabalhasse com sua inspiração em duas equipes profissionais: o Francana, onde Amanda ficou até 2014, e a Ferroviária, segundo destino da arqueira. Por lá, ela atuou até 2018 e, em 2015, conquistou um dos maiores títulos da carreira: a Libertadores Feminina.
Desde o início, a jovem goleira já dava indícios de que teria um bom futuro pela frente. Amanda colecionou convocações para a Seleção Brasileira de base e, também em 2015, foi campeã do Sul-Americano Sub-20 Feminino, disputado em Santos.
Além do exemplo de Luciana, Amanda teve em casa alguém para se espelhar: a irmã, Paola Cristina, também jogadora. Inclusive foi na família que ela encontrou a força necessária para acreditar que trocar o ataque pelas luvas era a decisão correta. “Eles sempre estiveram presentes. Sempre apoiaram e isso fez muita diferença”, contou em entrevista exclusiva ao ENM.
Siga o Esporte News Mundo no Twitter, Facebook e Instagram.
E essa diferença foi determinante para que ela partisse em busca de novos desafios na carreira. Desta vez, internacionais. A goleira teve uma passagem pelo FC Lviv, da Ucrânia, onde ficou por oito meses.
— Todo jogador sonha em jogar fora do país. Quando eu recebi essa proposta, eu fiquei muito feliz. Eu fui com a cara e com a coragem e graças a Deus deu tudo certo lá.
Colecionando histórias e experiência, em 2019, Amanda Souza se transferiu para o Galo Feminino. À época, a equipe estava “recém-formada”, já que, no final de 2018, retornou aos trabalhos em parceria com o Prointer Futebol Clube, time feminino da Barragem Santa Lúcia, no aglomerado do Morro do Papagaio, região centro-sul de BH. O clube foi fundado em 1975.
No Atlético-MG, a arqueira participou do “recomeço” e da primeira glória da equipe. Foi em 2020, no Campeonato Mineiro. Amanda, inclusive, foi peça importante. Diante do Cruzeiro, maior rival, a goleira defendeu, pela primeira vez, um pênalti em uma disputa final e alcançou o primeiro troféu no alvinegro.
— Foi uma emoção muito grande. Uma final de campeonato, no Mineirão, um clássico. Só depois, quando passa a euforia, que você para pensar. É uma coisa que vai ficar para sempre guardada na minha memória.
Ela atribui o campeonato à estrutura, ao investimento feito na equipe, que melhorou desde que chegou, e… ao bom e velho pão de queijo. Em terras mineiras, o alimento é um elemento indispensável no dia a dia de Amanda.
— O Atlético-MG nos oferece toda estrutura que precisamos (…) Ah, um pão de queijo é um pão de queijo, né?! Espero que o Bira (preparador) não esteja vendo isso (sobre o alimento), brincou.
Contudo, a atleta sabe que o Atlético-MG é uma exceção que foge à regra, porque não são todas as equipes que contam com o que hoje é oferecido às Vingadoras.
— O futebol feminino no Brasil melhorou muito, mudou muito. Hoje, graças a Deus, estou no Atlético-MG e tenho uma estrutura boa, mas nós vemos aí muitos times no Brasil que não têm o que nós temos aqui. Mas estamos no caminho, destacou.
Mesmo com pouca idade, Amanda Souza já ostenta um currículo de peso e, ainda assim, ainda se permite sonhar. Ao ENM, a atleta revelou o desejo de disputar uma Liga dos Campeões e vestir a camisa da amarelinha. E isso pode se concretizar caso a goleira mantenha as boas atuações. A começar neste domingo.
Às vésperas de decisão, Galo Feminino apresenta mais um reforço – Esporte News Mundo