O judô brasileiro voltou ao pódio do Jogos Olímpicos de Tóquio. Na manhã desta quinta-feira, 29, Mayra Aguiar (78kg) garantiu, pela terceira vez consecutiva, a medalha de bronze em Olimpíadas. A conquista veio com um ippon, em uma imobilização, sobre a sul-coreana Yoon Hyunji.
-Nunca chorei tanto. Estava chorando igual criança ali. É que está muito entalado. Tudo o que eu vivi, foi muito tempo de superação, uma atrás da outra. E, hoje, poder concretizar com uma medalha é muito importante para mim. É a maior conquista que eu já tive em toda a minha carreira. Por tudo o que aconteceu, tudo o que vivi, poder estar com isso concretizado é muito gostoso, está sendo muito bom, celebrou a Mayra.
Número oito do ranking mundial, Mayra Aguiar entrou na competição direto nas oitavas, como cabeça-de-chave, na categoria até 78kg, e teve um bom desempenho nas preliminares. Estreou com vitória, nas fases preliminares, diante de Inbar Lanir, de Israel, por ippon e avançou às quartas-de-final, mas foi superada para atual campeã mundial, Anna-Maria Wagner, da Alemanha.
A brasileira buscou uma recuperação na repescagem, vencendo, a russa Aleksandra Babintseva arriscando entradas e imprimindo maior volume de ataques. Com vantagem nas trocas de pegadas, a brasileira conseguiu forçar três erros da russa que, por fim, levou uma punição por saída de área, e avançar para a briga pela medalha.
Na luta pelo bronze, diante de Yoon Hyunji, da Coreia do Sul, a judoca brasileira aplicou um golpe de imobilização por 20 segundos e assegurou sua terceira medalha de bronze olímpica.
A segunda medalha foi para Anna-Maria Wagner, da Alemanha. A japonesa, Shori Hamada foi ao topo mais alto do pódio, na categoria até 78kg. Madeleine Malonga, da França, ficou com a prata.
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Superação é a marca de Mayra Aguiar
Essa é quarta participação olímpica da brasileira. Em Pequim 2008, ainda uma novata no Judô, Mayra perdeu na primeira luta. Em Londres 2012 e no Rio 2016 a história foi diferente, com dois bronzes consecutivos. Mayra ainda tem dois ouros em Mundiais e é a recordista brasileira em número de medalhas nessa competição.
Em 2020, a gaúcha sofreu uma grave lesão no joelho, que a afastou dos tatames até julho de 2021, quando ela retornou às competições no Mundial de Budapeste. Mesmo sem competir, Mayra se manteve entre as melhores do mundo no ranking e chegou a Tóquio como cabeça-de-chave. Com isso, saiu de bye na primeira rodada e já estreou direto nas oitavas.
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Rafael Buzacarini cai para campeão europeu
No masculina do meio-pesado, o Brasil foi representado por Rafael Buzacarini, que lutava bem contra Toma Nikiforov, da Bélgica, mas caiu de waza-ari a 30 segundos do fim da luta.
Na categoria até 100kg, o ouro e a prata ficaram com Aaron Wolf, do Japão, e Cho Gu-ham, da Coreia do Sul, respectivamente.
O judô brasileiro já conquistou uma medalha de bronze, com Daniel Cargnin, no segundo dia de competição, e um sétimo lugar, com Ketleyn Quadros, no quarto dia.