Chegar em uma semifinal de Olimpíada e ainda ter a oportunidade de disputar uma medalha é espetacular e grandioso. Para os brasileiros, essa conquista se tornou um hábito, uma vez que tanto a Seleção masculina de vôlei quanto a feminina ganharam o mundo mantendo um bom e alto nível. Perder é do esporte, é quase impossível se manter no topo para sempre. Vimos isso na Rio-2016 com a equipe de José Roberto Guimarães, quando eliminada pela China nas quartas de final, e agora com o time comandado pelo técnico Renan Dal Zotto, que deu adeus ao tetracampeonato na última madrugada.
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O problema não é sair de quadra derrotado, até porque nenhuma nação comemorou tanto um segundo lugar como nós com a Rayssa Leal, do skate street. Uma medalha de bronze com a dupla de tênis Luisa Stefani e Laura Pigossi. Ou então a terceira colocação do Alison dos Santos, o nosso “Malvadão”. A grande questão está em como o Brasil foi superado na semifinal do vôlei de quadra masculino. Arrisco dizer que se esse elenco não era o melhor da história da Seleção masculina, fazia parte do top3, mas mesmo assim não chegou à final. Talvez esse seja o motivo que faça do esporte a oitava maravilha do mundo. Nem sempre o melhor ganha, acontecem zebras e tudo é possível.
O favoritismo ao extremo pode ter pesado, é possível comentar até sobre um certo “salto alto”, como a Seleção feminina em 2016 após dois ouros consecutivos. São infinitas as possibilidades e infelizmente não tem como voltar atrás. O time composto por sete campeões olímpicos não fez uma boa partida, isso é claro, entretanto, os jogadores não podem ser crucificados. Quando a situação ficou difícil dentro de quadra, era o papel do Renan Dal Zotto parar, instruir seus jogadores e sobretudo substituir aqueles que não estavam bem. Ou pelo menos tentar algo de diferente ao invés de ficar parado e lamentar a incrível recuperação do Comitê Olímpico Russo, que deve ser sim exaltado pela ótima atuação. E também vale ressaltar a importância do finlandês Tuomas Sammelvuo, treinador dos russos, que saiu atrás do placar e fez alterações que mudaram o rumo da partida.
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De nada adianta levar 12 jogadores para uma competição dessa magnitude e não usá-los, não colocá-los em quadra. E quando Renan colocou já era tarde demais. Uma simples inversão de 5×1 quando a rede ficou travada poderia ter resolvido, ou uma substituição simples de atacante. O Brasil sempre foi conhecido pela força do grupo, não por um “craque”. É inadmissível que nomes como os de Douglas Souza, Isac e Fernando Cachopa tenham passado mais tempo no banco do que em quadra. É claro que precisamos superar e seguir em frente, ainda mais com um jogo contra a Argentina pelo bronze, mas essa ferida dificilmente será fechada e o placar do terceiro set nos assombrará por um bom tempo. Ontem, Renan Dal Zotto não foi um técnico, foi um mero espectador da tragédia brasileira que se acometeu na Ariake Arena e custou o sonho de mais uma medalha de ouro.